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Funcionários da Varig oferecem salários como garantia de empréstimo

Trabalhadores criticam a exigência pelo BNDES de apresentação de carta-fiança para aprovar empréstimo-ponte

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

O comandante Márcio Marsillac, coordenador dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), um dos grupos de credores da companhia aérea, criticou as exigências do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para liberar o empréstimo-ponte a investidores interessados em repassar os recursos para a Varig, a fim de que a empresa continue operando até a realização do leilão de venda, que deve ocorrer até julho.

Segundo Marsillac, a necessidade de o interessado apresentar uma carta-fiança é uma das exigências que inviabilizam, na prática, o empréstimo oferecido pelo banco. Em 10 de maio, a instituição se dispôs a financiar até dois terços da operação de quem assumisse os riscos de repassar o dinheiro para a Varig. O total do crédito que a companhia e o investidor podem negociar foi limitado a 250 milhões de dólares. O BNDES arcaria com até dois terços da quantia, ou 167 milhões.

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Dada a difícil situação da companhia, o BNDES informou que o prazo para os interessados protocolarem o pedido de recursos vence às 18 horas desta quarta-feira (17/5). Em audiência pública no Senado para discutir a crise da Varig, o presidente do BNDES, Demian Fiocca, afirmou que, até o momento, não há nenhum pedido oficial de empréstimo, mas já ocorreram diversas consultas informais ao banco de potenciais investidores na companhia.

Marsillac, que participou da mesma audiência, declarou que, caso não haja interessados no empréstimo, a alternativa será reunir rapidamente os credores e aprovar um plano de venda de ativos antes mesmo do leilão. Fiocca defendeu a posição do BNDES, com o argumento de que não há condições de liberar uma linha de crédito direta à Varig. "Como demonstração da busca de solução, o BNDES se dispôs a financiar um terceiro investidor", disse.

Para acelerar o empréstimo-ponte e desbloquear os recursos capazes de manter a empresa em funcionamento, o TGV apresentou uma alternativa à carta-fiança ao BNDES: comprometer parte do salário dos funcionários que aderissem a um clube de investidores que tomaria o empréstimo e o repassaria para a empresa. O plano estima uma injeção de 150 milhões de dólares na Varig.

Com informações da Agência Brasil.

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