Negócios

Faturamento do Grupo Pão de Açúcar cresce, mas desacelera

Crescimento nas vendas brutas de 50,7% justifica-se pela consolidação de dois meses de resultados da Casas Bahia, segundo analistas

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 15h37.

São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar encerrou o último trimestre de 2010 com 12,6 bilhões de reais em vendas brutas. O valor indica um crescimento de 50,7% em relação ao mesmo trimestre de 2009. O crescimento justifica-se pela consolidação de dois meses de resultados da Casas Bahia, segundo analistas, que também observaram desaceleração nos resultados da rede.</p>

Excluindo as operações de Casas Bahia, as vendas brutas e líquidas totalizariam cerca de 9,6 bilhões de reais. “A consolidação dos resultados da Casas Bahia trouxe um forte impacto no desempenho de vendas da companhia, distorcendo e inviabilizando a comparação frente ao quarto trimestre de 2009”, segundo relatório assinado pela analista Juliana Campos, da corretora Ativa. Em relatório, as analistas Juliana Rozenbaum e Francine Martins, do Itaú BBA deram a mesma explicação para o crescimento.

“Analisando os números divulgados ex-Casas Bahia, observamos um bom crescimento apesar de apresentar desaceleração frente aos trimestres anteriores”, segundo corretora Ativa. As vendas brutas ‘mesmas lojas’ (abertas há pelo menos 12 meses) do GPA apresentaram crescimento de 11,5% no último trimestre de 2010 ante 12,5% no terceiro trimestre do mesmo ano. O crescimento da Globex na comparação ‘mesmas lojas’ também apresentou uma desaceleração ante o terceiro trimestre de 2010, segundo relatório.

“Não vemos claramente desaceleração, o que vemos é que nas vendas brutas do GPA Alimentar enquanto crescemos 7,8% nesse tri no outro crescemos 10%, mas a base de comparação é mais forte nesse trimestre”, disse Victor Fagá, diretor de relações com investidores.

Futuro

“O ponto principal dos resultados do quarto trimestre de 2010 será a rentabilidade da Casas Bahia (provavelmente atingida por pesadas despesas operacionais) e nas melhorias nos custos de financiamento para a Globex”, segundo análise de Juliana Rozenbaum e Francine Martins, do Itaú BBA.

A corretora Ativa acredita que as perspectivas para as vendas da companhia em 2011 permanecem boas, embora seja possível prever uma nova desaceleração, especialmente no segmento de eletro a partir do segundo semestre de 2011, tendo em vista a expectativa de impacto de políticas monetárias mais restritivas ao longo deste ano. “Porém a exposição do GPA em alimentos traz uma maior segurança para o resultado da companhia como um todo, dada sua estratégia de diversificação de segmentos de atuação”, segundo relatório.


Essa diversificação foi um dos motivos apontados pelo diretor de R.I. para explicar o crescimento de vendas registrado em 2010. Fagá atribuiu o crescimento à atuação do grupo em uma estrutura multi-formato, com várias marcas, estratégia especifica em cada uma delas e crescimento em regiões onde há maior crescimento de renda e expansão do varejo.

Em 2010, as vendas brutas do Grupo Pão de Açúcar, que contempla todos os formatos operados pelo Grupo, inclusive Casas Bahia (que passou a ser consolidado a partir de novembro de 2010), totalizaram 36 bilhões de reais, um crescimento de 37,8% em comparação com 2009. Excluindo a operação de Casas Bahia, as vendas brutas atingiriam 33 bilhões de reais, com crescimento de 26,5% em relação a 2009. “Esse foi o resultado considerando dois meses de Casas Bahia, nesse ano, com 12 meses de casa Bahia, será maior”, disse Fagá.

Para o diretor de R.I. as mudanças anunciadas pela rede em 2010 nos modelos de financiamento do Ponto Frio e da Casas Bahia não impactaram os negócios – o crescimento, no conceito mesmas lojas, no varejo de eletro-eletrônico foi de cerca de 27% (em vendas brutas). Fagá destacou o crescimento do comércio eletrônico, que foi de cerca de 63% no conceito mesmas lojas entre o último trimestre de 2010 e o mesmo de 2009, e ficou acima do mercado. “Estamos otimistas com essa evolução”, afirmou. Outros resultados destacados pelo diretor foram as boas performances das marcas Extra e Assai. No quatro trimestre as vendas brutas no conceito mesmas lojas do Assaí e do Extra Supermercado, cresceram, respectivamente, 15,5% e 18,5%, segundo a rede.

Globex

Em 2010, as vendas brutas da Globex, que incluem as lojas do Ponto Frio, Nova Pontocom (operações de e-commerce do pontofrio.com, extra.com, casasbahia.com e operação de atacado-eletro), e as lojas de Casas Bahia,  atingiram 10 bilhões de reais, montante 112,6% superior ao mesmo período no ano anterior. Excluída a operação de Casas Bahia, as vendas brutas totalizaram 7 bilhões de reais, montante 49,5% maior que 2009. No último trimestre de 2010, as vendas brutas totais da Globex atingiram 5,3 bilhões de reais, montante 230,8% superior ao mesmo período no ano anterior. Excluindo a operação de Casas Bahia, as vendas brutas cresceriam 46,0% o período.

 

GPA Alimentar

As vendas brutas do GPA Alimentar totalizaram 26 bilhões de reais em 2010 - um crescimento de 12,0% em relação a 2009. As vendas líquidas atingiram 23 bilhões de reais, um aumento de 13,0% em relação a 2009. Entre as bandeiras do Grupo, em 2010 destacaram-se Assaí e Extra Supermercado, cujas vendas brutas no conceito ‘mesmas lojas’ cresceram 18,0% e 23,4%, respectivamente, em relação a 2009. As vendas brutas do GPA Alimentar totalizaram cerca de 7,3 bilhões de reais no último trimestre, um crescimento de 7,8% em relação ao quarto trimestre de 2009. O crescimento no mesmo período entre 2008 e 2009 foi de 14,0%.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaComércioDados de BrasilEmpresasEmpresas abertasEmpresas francesasFaturamentoPão de AçúcarSupermercadosVarejoVendas

Mais de Negócios

A malharia gaúcha que está produzindo 1.000 cobertores por semana — todos para doar

Com novas taxas nos EUA e na mira da União Europeia, montadoras chinesas apostam no Brasil

De funcionária fabril, ela construiu um império de US$ 7,1 bilhões com telas de celular para a Apple

Os motivos que levaram a Polishop a pedir recuperação judicial com dívidas de R$ 352 milhões

Mais na Exame