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Expansão;dos supermercados em 2004 não recupera perdas de 2003

Receita real do setor cresceu 2,57% ano passado; queda no ano anterior foi de 4,5%

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Bom, mas não o bastante. Os supermercados brasileiros venderam 2,57% mais em 2004 e devem fechar o ano com faturamento de quase 98 bilhões de reais. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que divulgou os números nesta terça-feira (18/1), esse desempenho não consegue recuperar as perdas registradas em 2003, quando a receita real do setor recuou 4,5%. O jeito é adiar o empate por mais um ano. "Nos daremos por satisfeitos se ao final de 2005 chegarmos ao patamar do final de 2002", diz João Carlos de Oliveira, presidente da entidade. Ou seja, as 1 300 empresas associadas esperam para este ano um crescimento médio de 2% a 2,5%, que, combinado ao resultado do ano passado, poderia finalmente repôr o prejuízo de 2003, quando o setor amargou o pior desempenho desde 1991.

Para Oliveira, parte do desempenho moderado (para não dizer frustrante) pode ser explicada pelas altas de juros impostas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central desde setembro do ano passado, "tanto pelo efeito real na economia quando pelo fator psicológico, inibindo as vendas a prazo". Cerca de 30% dos produtos comercializados em supermercados de grande porte são eletrodomésticos e eletroeletrônicos, bens que dependem mais dos financiamentos. Outro fenômeno que explica os números de faturamento real é a trajetória de preços do grupo alimentos e bebidas, responsável pelo maior volume de vendas nos supermercados. Eles registraram ano passado uma inflação (3,86%) bem abaixo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, de 7,6% em 2004). Assim, o crescimento de volume não gerou crescimento equivalente de receita.

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As vendas de Natal foram as melhores dos últimos três anos, explica Oliveira, mas ainda assim o desempenho em dezembro (4,43% ante dezembro de 2003) também foi incapaz de compensar o recuo de 6,82% registrado em dezembro de 2003, sobre mesmo mês do ano anterior. "Estou um pouco decepcionado", diz o presidente da Abras, "mas valorizamos o início da recuperação". Contrariando as expectativas no início do ano passado, os investimentos apresentaram alta de 1,4 bilhão de reais em 2003 para 1,5 bilhão ano passado (o dado será confirmado até o final de março, quando sai orankinganual do setor). Para este ano, Oliveira prevê gastos de 1,6 bilhão a 2 bilhões de reais em expansão, introdução de novos produtos, qualificação de pessoal e informatização.

MP 232

O aumento deimpostopara o setor de serviços pode causar uma alta de 1% a 1,5% dos preços de produtos vendidos em supermercados. Oliveira explica que o setor recorre muito a serviços de prestadoras terceirizadas na área de limpeza, segurança, fretes e transporte de valores. "Pode parecer pouco, mas esse porcentual de aumento é quase a rentabilidade do segmento", diz. A rentabilidade líquida do setor de supermercados em 2003 foi de 1,6%.

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