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Em balanço não auditado, Braskem amarga prejuízo de R$ 2 bi

Braskem atribuiu o resultado à provisão para multa do acordo de leniência que fechou na operação Lava Jato

Braskem: balanço auditado deve ser entregue em 29 de março, segundo previsão da empresa (Divulgacao)
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Reuters

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 07h54.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2017 às 09h12.

São Paulo - A Braskem teve prejuízo líquido consolidado de 2,637 bilhões de reais no quarto trimestre do ano passado, ante lucro líquido 35 milhões de reais em igual período de 2015, segundo prévia não auditada do balanço.

O resultado da companhia foi afetado pela provisão de multa referente ao acordo de leniência firmado em 21 de dezembro de 2016 com autoridades globais no âmbito da Lava Jato, no qual a empresa se comprometeu a pagar 957 milhões de dólares (3,1 bilhões de reais).

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Em fato relevante, a Braskem diz que decidiu adiar para 29 de março o arquivamento das demonstrações financeiras auditadas, enquanto conclui as avaliações necessárias de processos e controles internos após o acordo.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado consolidado somou 2,385 bilhões de reais, queda de 10 por cento ante o último trimestre de 2015.

A petroquímica apurou uma receita líquida de 11,9 bilhões de reais no quarto trimestre, 1 por cento menor na comparação anual devido à apreciação do real.

Conforme material de divulgação do balanço, as operações no Brasil contribuíram com 51 por cento do faturamento total, enquanto Estados Unidos e Europa responderam por 17 por cento, México por 6 por cento e as exportações contabilizaram 19 por cento.

O resultado financeiro líquido da empresa ficou negativo em 898 milhões de reais, ante os 841 milhões de reais negativos do quarto trimestre de 2015.

Investimentos

A Braskem investiu entre outubro e dezembro 757 milhões de reais, sendo 573 milhões de reais no Brasil. No acumulado de 2016, a companhia desembolsou 2,975 bilhões de reais, menos que os 3,661 bilhões de reais previstos para o ano passado. Entre os motivos, a petroquímica citou o efeito da apreciação do real em valores investidos em dólares e a otimização do portfólio, o que resultou no adiamento ou cancelamento de projetos operacionais e estratégicos.

Para 2017, a companhia prevê investir cerca de 1,814 bilhão de reais, dos quais 179 milhões de reais em unidades dos Estados Unidos, Europa e México.

Ao fim de dezembro do ano passado, a Braskem acumulava uma dívida líquida ajustada de 20,014 bilhões de reais, incluindo a atualização contábil do valor de face do acordo de leniência de 3,1 bilhões de reais firmado com as autoridades globais no âmbito da operação Lava Jato.

Com isso, o prazo médio do endividamento da empresa era de 14,6 anos e a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda estava em 1,82 vez em real e 1,95 vez em dólar.

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