Em 5 anos, a Indra saiu do zero para os R$ 400 milhões ensinando empresas a gastar menos com energia
Com clientes como hotéis, supermercados e até postos de gasolinas, a Indra Energia alcançou um crescimento de 97% em 2023 no ranking Exame Negócios em Expansão; a expectativa para este ano é receita líquida de R$ 800 milhões
Repórter
Publicado em 13 de agosto de 2024 às 14h12.
Última atualização em 13 de agosto de 2024 às 14h19.
Já pensou negociar a conta de energia da sua empresa? Esse serviço foi uma das alavancas para a expansão da Indra Energia. Fundada em 2019, em São Paulo, pela engenheira elétrica Ingrid Catherine Santos e o empresário Thiago Veiga, a Indra Energia começou como uma trading de energia para grandes consumidores, ou seja, vendendo e comprando energia, inicialmente solar, e em 2023 somou ao seu catálogo de serviços o varejo de energia fotovoltaica e eólica.
Além das novas energias, um outro marco revolucionou os negócios de Santos. Em janeiro deste ano foi concretizada a abertura do Mercado Livre de Energia, ambiente de negociação em que empresas podem escolher livremente seus fornecedores de energia elétrica.
“As mudanças no marco regulatório ajudaram muito na expansão do nosso negócio. Agora empresas de pequeno ou grande porte podem também negociar contratos de energia diretamente com as geradoras, e não apenas com empresas concessionárias”, afirma Santos. “Com essa oportunidade de negociação, as empresas podem buscar melhores condições de preço, prazo e volume”.
Com a expectativa de abertura do Mercado Livre de Energia, a companhia se preparou em 2023 para a captação de clientes neste setor. “Saímos de zero clientes em 2022 para 150 clientes no último ano”, diz a CEO.
Isso ajudou a companhia a chegar no maior resultado da sua história: crescimento de 97,27% e uma receita líquida de 397 milhões em 2023, conseguindo o terceiro lugar no ranking Negócios em Expansão deste ano.
A potência da IA no negócio
Para promover uma melhor experiência para seus clientes, a Indra Energia investiu em um sistema junto com a Amazon de inteligência artificial generativa. Por meio dele o cliente tira uma foto da fatura de energia atual e envia ao comercial, que retorna com uma proposta personalizada em minutos. Caso o cliente aceite, a distribuidora, como a Enel em São Paulo, vai entregar a estrutura, como o poste e o fio, e a Indra a energia.
“Identificamos a necessidade de dar uma atenção rápida aos nossos clientes. Existe uma expectativa de termos mais de 11 milhões de unidades consumidoras em 2026 e, em 2028, podemos chegar em pessoas físicas, o que somaria 90 milhões de unidades consumidoras”, diz a empresária.
Com esse serviço digital, a presidente da Indra busca oferecer ao cliente uma maior previsibilidade de quanto ele vai gastar, uma vez que ele consegue contratar durante cinco ou 30 anos um pacote com um preço fixo.
“Ele sabe quanto ele vai pagar de acordo com o período que ele contratar. Ele não vai ficar à mercê ou exposto aos reajustes da distribuidora,” diz Santos.
Apesar de parecer um bom negócio, para participar do mercado livre de energia, os consumidores precisam atender a certos critérios, como um consumo mínimo de energia. Além disso, para aderir ao mercado livre, é preciso passar por uma análise, já que o consumidor passa a assumir alguns riscos e responsabilidades que antes eram da distribuidora, como a gestão de contratos e a necessidade de conhecer melhor o comportamento do mercado de energia.
O resultado do vento a favor
Atualmente, entre os principais clientes de alta tensão que a Indra possui estão hotéis, supermercados, postos de gasolina e até empresas de irrigação agrícola. “Todo negócio que aquece ou resfria com frequência acabam consumindo muita energia e por isso costumam se interessar pelo nosso serviço”, conta a engenheira. “O nosso objetivo como companhia é democratizar o acesso a uma energia limpa e barata”.
O vento a favor da regulação e o investimento em tecnologia colaboraram para a Indra dobrar de tamanho em 12 meses. Em 2023, a receita líquida foi de 397 milhões de reais, o terceiro melhor desempenho da categoria entre 300 e 600 milhões de reais no ranking EXAME Negócios em Expansão. Segundo a presidente Santos, a empresa que começou com o capital inicial de 2 milhões de reais, hoje prevê receita líquida de R$ 800 milhões de reais em 2024.
Veja imagens do evento Exame Negócios em Expansão 2024
O que é o ranking EXAME Negócios em Expansão
O rankingEXAME Negócios em Expansãoé uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual. O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses. Em 2024, a pesquisa avaliou as empresas brasileiras que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2023.
A análise considerou os negócios com faturamento anual entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões. Após uma análise detalhada das demonstrações contábeis das empresas inscritas, a edição de 2024 do ranking foi lançada no dia 24 de julho.
São 371 empresas de 23 estados brasileiros que criam produtos e soluções inovadoras, conquistam mercados e empregam milhares de brasileiros.Conheça o hub do projeto, com os resultados completos do ranking e, também, a cobertura total do evento de lançamento da edição 2024.