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Eike vende 21,5% da MMX a chineses por US$ 400 mi

O grupo chinês Wisco e o bilionário também concordaram em construir uma siderúrgica no Porto de Açu (RJ)

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A mineradora MMX, controlada pelo bilionário Eike Batista, anunciou a venda de 21,52% de seu capital social ao grupo chinês Wuhan Iron and Steel Co. (Wisco) por 400 milhões de dólares. Cerca de 167.849.906 novas ações ordinárias (MMXM3, com direito a voto) serão emitidas pelo preço por papel em reais equivalente a 3,93 dólares, de acordo com a data da reunião do conselho de administração da companhia.

O empresário Eike Batista e os demais acionistas da MMX irão ceder à Wisco seus direitos de preferência em relação à emissão privada de ações. Segundo comunicado ao mercado, os recursos obtidos com a transação serão integralmente direcionados ao desenvolvimento do sistema MMX Sudeste, localizada no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais.

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A operação ainda depende da aprovação das autoridades governamentais relacionadas.

Além disso, a Wisco fechou acordo com a MMX Sudeste referente às condições de compra e venda de minério de ferro. O contrato estabelece que no mínimo 50% do minério produzido na unidade Serra Azul, pertencente à MMX Sudeste, será destinado à empresa chinesa, com a possibilidade de aumentar o fornecimento em 50% a ser produzido na unidade Bom Sucesso, também integrante do sistema. O negócio tem vigência de 20 anos a partir do dia 1º de abril de 2010.

Parceria EBX e Wisco

O grupo EBX, de Eike Batista, que atua nos segmentos de mineração, imóveis energia, entre outros, também celebrou parceria com os chineses da Wisco. Batizado de “acordo de cooperação”, as companhias serão associadas por meio de uma joint venture para construírem e operarem a planta siderúrgica Porto do Açu, localizado no município de São João da Barra, região norte do estado do Rio de Janeiro. A Wisco irá deter 70% e a EBX ficará com os 30% restantes.

De acordo com a companhia, as medidas preparatórias para a construção ainda estão sendo especificadas com o objetivo de obter todas as aprovações necessárias para o projeto até o dia 31 de maio de 2010.

Já foi acordado que a capacidade anual mínima da planta não deverá ser inferior a 5 milhões de toneladas de aço por ano. A EBX afirmou que vai tentar obter financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), assim como a Wisco tentará adquirir recursos do Banco de Desenvolvimento da China.

Além disso, ambas as empresas não descartam buscar recursos por meio de operações no mercado de capitais.

"Essa transação representa o maior investimento acionário de uma empresa chinesa no Brasil até hoje", afirmou Eike Batista, presidente do Conselho de Administração da EBX, MMX e LLX.

Na opinião da corretora Brascan, existem boas oportunidades para as empresas de Eike decorrentes dessas negociações. Uma delas trata-se da possível diminuição do custo de capital da empresa, tendo em vista que a garantia de no mínimo 50% do volume do Sistema Sudeste a ser dada pela Wisco torna o fluxo de caixa da MMX menos volátil e mais previsível.

A outra vantagem é o possível ganho de um financiamento de baixo custo junto ao Banco de Desenvolvimento da China, que atualmente tem um mandato do governo local para financiar projetos de expansão de matérias primas no exterior.

Por outro lado, a corretora sinaliza alguns riscos. A necessidade de novos financiamentos para as expansões do Sistema Sudeste, visto que a atual situação financeira da MMX está muito deteriorada é um deles. Além de que, segundo a Brascan, a entrada de capital após a emissão primária não será suficiente para cobrir os 1 bilhão de dólares estimados e a geração de caixa da mineradora não tem sido uma boa fonte de recursos.

A corretora ressaltou, ainda, que grande parte do valor da empresa está no longo prazo, fazendo com que o preço-alvo de 17,10 reais por ação seja mais volátil e mais arriscado.

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