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Dívidas e pouco crédito devem destravar fusões e aquisições

No fim do ano passado, os bancos de investimento estimavam que R$ 150 bi em ativos tinham sido colocados à venda no país, por empresas altamente endividadas

Bom ano para fusões: no fim de 2015, os bancos de investimento estimavam que R$ 150 bi em ativos tinham sido colocados à venda no país, por empresas altamente endividadas (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 11h27.

São Paulo - O volume de fusões e aquisições no mercado brasileiro deve atingir níveis recordes em 2016, diante da ausência de crédito e da corrida das empresas para melhorar suas estruturas de capital.

Já no fim do ano passado, os bancos de investimento estimavam que R$ 150 bilhões em ativos tinham sido colocados à venda no país, por empresas altamente endividadas ou envolvidas em crises.

No ano passado, segundo levantamento da consultoria PwC , o número de fusões e aquisições fechado no mercado brasileiro foi relativamente baixo, com 675 operações em 11 meses - mesmo nível de 2011.

A expectativa agora é de que boa parte das transações que estavam em curso em 2015 sejam destravadas nos próximos meses, na avaliação de analistas e de executivos de bancos.

Entre as companhias que estão em busca de compradores para seus ativos estão BTG Pactual , Petrobras, CSN, Vale, Eletrobrás, Hypermarcas e Usiminas. Algumas negociações se desenrolaram ao longo de 2015 e o desfecho de muitas operações é esperado para este ano.

Um deles envolve a Log-In, empresa especializada em navegação de cabotagem, que ao fim do terceiro trimestre acumulava uma dívida bruta de R$ 1,8 bilhão. De acordo com comunicado divulgado na segunda-feira, a empresa está em negociação com a mineradora Manabi, que fez uma proposta para assumir o controle da Log-In.

Empresas que já entraram alavancadas na crise viram o custo da dívida dobrar ao longo de 2015 e agora estão em busca de alternativas para conter esse endividamento, explica o diretor executivo adjunto do Bradesco, Renato Ejnisman. "Entre as opções, está a entrada de um investidor, para injetar capital, ou a venda de ativos não estratégicos."

O responsável pelo Departamento de Investment Banking do Credit Suisse , Fábio Mourão, disse que as operações devem se concentrar na área de energia (óleo e gás), energia elétrica e infraestrutura.

Ele destacou que o setor de mineração e aço deve ter a movimentação de fusões e aquisições prejudicada pela queda nos preços das commodities, mas não descartou o fechamento de alguma operação no segmento.

"Em 2015, vimos que as operações foram motivadas por consolidação, busca de liquidez e reorganização de dívidas. E, provavelmente, 2016 será dessa forma."

No fim de 2015, uma série de ativos do BTG passaram a integrar a lista de negócios disponíveis para negociação. Com pressa para fazer caixa e garantir conforto de liquidez, algumas operações devem ter um desfecho já no início do ano.

Ao mesmo tempo em que impulsiona esse tipo de negócio, a crise também traz dificuldades. O preço da empresa, que usa como referência os resultados dos anos anteriores, ficou distorcido.

"As referências do desempenho passado das companhias não servem como indicação de preço, porque a grande questão é saber o que vai acontecer no futuro" diz Joaquim Oliveira, sócio da área de mercado de capitais do escritório Souza Cescon.

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São Paulo - O volume de fusões e aquisições no mercado brasileiro deve atingir níveis recordes em 2016, diante da ausência de crédito e da corrida das empresas para melhorar suas estruturas de capital.

Já no fim do ano passado, os bancos de investimento estimavam que R$ 150 bilhões em ativos tinham sido colocados à venda no país, por empresas altamente endividadas ou envolvidas em crises.

No ano passado, segundo levantamento da consultoria PwC , o número de fusões e aquisições fechado no mercado brasileiro foi relativamente baixo, com 675 operações em 11 meses - mesmo nível de 2011.

A expectativa agora é de que boa parte das transações que estavam em curso em 2015 sejam destravadas nos próximos meses, na avaliação de analistas e de executivos de bancos.

Entre as companhias que estão em busca de compradores para seus ativos estão BTG Pactual , Petrobras, CSN, Vale, Eletrobrás, Hypermarcas e Usiminas. Algumas negociações se desenrolaram ao longo de 2015 e o desfecho de muitas operações é esperado para este ano.

Um deles envolve a Log-In, empresa especializada em navegação de cabotagem, que ao fim do terceiro trimestre acumulava uma dívida bruta de R$ 1,8 bilhão. De acordo com comunicado divulgado na segunda-feira, a empresa está em negociação com a mineradora Manabi, que fez uma proposta para assumir o controle da Log-In.

Empresas que já entraram alavancadas na crise viram o custo da dívida dobrar ao longo de 2015 e agora estão em busca de alternativas para conter esse endividamento, explica o diretor executivo adjunto do Bradesco, Renato Ejnisman. "Entre as opções, está a entrada de um investidor, para injetar capital, ou a venda de ativos não estratégicos."

O responsável pelo Departamento de Investment Banking do Credit Suisse , Fábio Mourão, disse que as operações devem se concentrar na área de energia (óleo e gás), energia elétrica e infraestrutura.

Ele destacou que o setor de mineração e aço deve ter a movimentação de fusões e aquisições prejudicada pela queda nos preços das commodities, mas não descartou o fechamento de alguma operação no segmento.

"Em 2015, vimos que as operações foram motivadas por consolidação, busca de liquidez e reorganização de dívidas. E, provavelmente, 2016 será dessa forma."

No fim de 2015, uma série de ativos do BTG passaram a integrar a lista de negócios disponíveis para negociação. Com pressa para fazer caixa e garantir conforto de liquidez, algumas operações devem ter um desfecho já no início do ano.

Ao mesmo tempo em que impulsiona esse tipo de negócio, a crise também traz dificuldades. O preço da empresa, que usa como referência os resultados dos anos anteriores, ficou distorcido.

"As referências do desempenho passado das companhias não servem como indicação de preço, porque a grande questão é saber o que vai acontecer no futuro" diz Joaquim Oliveira, sócio da área de mercado de capitais do escritório Souza Cescon.

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