Diante da crise, jornais apostam em assinaturas eletrônicas
Líderes da imprensa mundial reunidos em Bangcoc concluíram que os leitores parecem cada vez mais dispostos a pagar para ter acesso à informação on-line
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2013 às 11h19.
Bangcoc - Líderes da imprensa mundial reunidos em Bangcoc anunciaram boas notícias, depois de anos de declínio da venda de jornais e das receitas publicitárias: os leitores parecem cada vez mais dispostos a pagar para ter acesso à informação on-line.
Temas como a liberdade de imprensa, a proteção de jornalistas, as novas tecnologias e as futuras tendências serão levantados durante o congresso anual da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA), que reúne até quarta-feira mais de 1.500 editores, responsáveis comerciais e líderes de grupos de comunicação.
Sem esquecer do tema das assinaturas pagas para ter acesso às versões eletrônicas dos jornais e revistas, uma questão primordial num momento em que a imprensa segue perdendo seus leitores tradicionais, ao menos nos mercados mais antigos.
"A impressão geral era que seria impossível mudar a cultura dos conteúdos (on-line) gratuitos (...) que as pessoas não pagariam jamais por isso", afirma Gilles Demptos, da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias.
"A boa notícia é que isto está mudando de forma drástica", acrescenta, citando o "boom" das assinaturas pagas on-line para títulos de alta qualidade, como The New York Times ou Financial Times.
No mês passado, o New York Times se converteu no segundo jornal mais lido nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de leitores. Este número foi impulsionado pelos 325 mil novos leitores digitais que assinaram desde 2011 a versão on-line paga.
Por 35 dólares mensais, os assinantes têm acesso ilimitado ao jornal on-line e aos aplicativos para telefones celulares. Os leitores menos assíduos podem consultar dez artigos por mês de forma gratuita.
Encorajada pelo aparente êxito dos conteúdos pagos, a tendência das assinaturas on-line aumenta, embora muitos títulos mostrem-se prudentes e conservem em segredo o número deste tipo de assinaturas.
Na realidade, os jornais têm poucas opções, ressalta Demptos, já que os anunciantes negam-se a pagar as somas que os editores pedem - ou precisam - para manter um jornalismo de qualidade.
Afetado pela escassez de receitas publicitárias, o principal editor americano, Gannett Company, colocou em andamento um sistema de assinaturas em seus 80 sites. Além disso, em Hong Kong, o pagamento por artigo do South China Morning Post compensa o declínio das receitas publicitárias.
No entanto, esta repentina onda de otimismo pode ser aplicada apenas aos títulos de alta qualidade, segundo os analistas.
"Existem muitos jornais que não são muito bons e que tentam cobrar, acredito que isso não funcionará", afirma Jeff Jarvis, blogueiro e comentarista dos meios de comunicação da City University de Nova York.
O entusiasmo pelas assinaturas pagas impulsiona o setor a "reproduzir o velho modelo econômico em uma nova realidade eletrônica", acrescenta, afirmando que o verdadeiro problema é a falta de relações com as comunidades on-line.
Os jovens internautas, amantes das novas tecnologias, consultam cada vez mais sites como BuzzFeed.com ou Reddit, que destacam as informações preferidas pelos leitores.
Os jornais deveriam dar prioridade "à construção de uma relação mais forte com o público", insiste Jarvis, que considera que este aspecto determina a sobrevivência de médio a longo prazo.
A situação é diferente em outras regiões do mundo. Nas economias asiáticas emergentes, com populações cada vez mais instruídas, muitos mercados de imprensa escrita estão em pleno auge.
"Este continua sendo um mercado em crescimento, estimulado por China, Índia e Indonésia", afirma Pichai Chuensuksawadi, editor do Post Publishing na Tailândia.
Bangcoc - Líderes da imprensa mundial reunidos em Bangcoc anunciaram boas notícias, depois de anos de declínio da venda de jornais e das receitas publicitárias: os leitores parecem cada vez mais dispostos a pagar para ter acesso à informação on-line.
Temas como a liberdade de imprensa, a proteção de jornalistas, as novas tecnologias e as futuras tendências serão levantados durante o congresso anual da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA), que reúne até quarta-feira mais de 1.500 editores, responsáveis comerciais e líderes de grupos de comunicação.
Sem esquecer do tema das assinaturas pagas para ter acesso às versões eletrônicas dos jornais e revistas, uma questão primordial num momento em que a imprensa segue perdendo seus leitores tradicionais, ao menos nos mercados mais antigos.
"A impressão geral era que seria impossível mudar a cultura dos conteúdos (on-line) gratuitos (...) que as pessoas não pagariam jamais por isso", afirma Gilles Demptos, da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias.
"A boa notícia é que isto está mudando de forma drástica", acrescenta, citando o "boom" das assinaturas pagas on-line para títulos de alta qualidade, como The New York Times ou Financial Times.
No mês passado, o New York Times se converteu no segundo jornal mais lido nos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de leitores. Este número foi impulsionado pelos 325 mil novos leitores digitais que assinaram desde 2011 a versão on-line paga.
Por 35 dólares mensais, os assinantes têm acesso ilimitado ao jornal on-line e aos aplicativos para telefones celulares. Os leitores menos assíduos podem consultar dez artigos por mês de forma gratuita.
Encorajada pelo aparente êxito dos conteúdos pagos, a tendência das assinaturas on-line aumenta, embora muitos títulos mostrem-se prudentes e conservem em segredo o número deste tipo de assinaturas.
Na realidade, os jornais têm poucas opções, ressalta Demptos, já que os anunciantes negam-se a pagar as somas que os editores pedem - ou precisam - para manter um jornalismo de qualidade.
Afetado pela escassez de receitas publicitárias, o principal editor americano, Gannett Company, colocou em andamento um sistema de assinaturas em seus 80 sites. Além disso, em Hong Kong, o pagamento por artigo do South China Morning Post compensa o declínio das receitas publicitárias.
No entanto, esta repentina onda de otimismo pode ser aplicada apenas aos títulos de alta qualidade, segundo os analistas.
"Existem muitos jornais que não são muito bons e que tentam cobrar, acredito que isso não funcionará", afirma Jeff Jarvis, blogueiro e comentarista dos meios de comunicação da City University de Nova York.
O entusiasmo pelas assinaturas pagas impulsiona o setor a "reproduzir o velho modelo econômico em uma nova realidade eletrônica", acrescenta, afirmando que o verdadeiro problema é a falta de relações com as comunidades on-line.
Os jovens internautas, amantes das novas tecnologias, consultam cada vez mais sites como BuzzFeed.com ou Reddit, que destacam as informações preferidas pelos leitores.
Os jornais deveriam dar prioridade "à construção de uma relação mais forte com o público", insiste Jarvis, que considera que este aspecto determina a sobrevivência de médio a longo prazo.
A situação é diferente em outras regiões do mundo. Nas economias asiáticas emergentes, com populações cada vez mais instruídas, muitos mercados de imprensa escrita estão em pleno auge.
"Este continua sendo um mercado em crescimento, estimulado por China, Índia e Indonésia", afirma Pichai Chuensuksawadi, editor do Post Publishing na Tailândia.