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Dexia teme por sobrevivência após prejuízo de US$ 15,4 bi

Banco franco-belga foi o primeiro a ser afetado pela crise de dívida da zona do euro, com prejuízo afetado por exposição à dívida grega

O Dexia avisou nesta quinta-feira que não pagará dividendo e que não planeja pagar o cupom de sua dívida híbrida (John Thys/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2012 às 14h20.

Bruxelas - O banco franco-belga Dexia afirmou nesta quinta-feira que corre o risco de fechar as portas depois de sofrer um prejuízo líquido de 11,6 bilhões de euros (15,4 bilhões de dólares) em 2011, atingido por sua divisão e exposição à dívida da Grécia e a outros ativos tóxicos.

O Dexia, primeiro banco europeu a ser afetado pela crise de dívida da zona do euro, disse que a continuidade das operações depende de vários fatores -garantias estatais de até 90 bilhões de euros para poder contratar empréstimos, capacidade para pagar esses financiamentos e a aprovação pela Comissão Europeia do plano de reestruturação do banco.

"Na ausência de medidas corretivas adicionais, a não realização de um dos fatores citados acima poderá impactar na situação do Dexia e arriscar a liquidez e a solvência do grupo", declarou a instituição em comunicado. "Essas premissas dependem de certos fatores externos fora do controle do Dexia", ressaltou o banco.

Bélgica, França e Luxemburgo aceitaram em outubro dar garantias de 90 bilhões de euros por 10 anos, mas o Dexia até agora só recebeu compromissos para metade desse valor até o fim de maio.

A Comissão Europeia deu autorização temporária em dezembro para as garantias estatais de até 45 bilhões de euros, mostrando dúvidas se esse mecanismo é compatível com o mercado único da União Europeia.

O Dexia, que em outubro aceitou uma divisão do grupo liderada pelo Estado e concordou com a nacionalização do braço belga de atividades bancárias, avisou nesta quinta-feira que não pagará dividendo e que não planeja pagar o cupom de sua dívida híbrida.

O banco, que vai encolher até se resumir a pouco mais do que uma instituição detentora de títulos, perdeu 4 bilhões de euros por causa com a separação do Dexia Bank Belgium e 1 bilhão de euros com a venda do braço francês de financiamento Dexia Municipal Agency.

A instituição financeira também perdeu 3,4 bilhões de euros devido à exposição aos títulos da dívida soberana grega e 2,6 bilhões de euros com a venda às pressas de ativos tóxicos nos Estados Unidos.


O analista Dirk Peeters, da KBC Securities, disse que a dimensão do prejuízo não foi nenhuma surpresa, tendo em vista que o banco já tinha indicado uma perda de 10,5 bilhões de euros no acumulado de nove meses.

"Ainda há muitas perguntas sem resposta, como garantias e a posição da União Europeia", declarou.

A situação vivida pelo Dexia lembra o do Fortis, que já foi o maior banco do Benelux e se dividiu durante a crise financeira de 2008, tendo um prejuízo líquido de 28 bilhões de dólares naquele ano.

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Bruxelas - O banco franco-belga Dexia afirmou nesta quinta-feira que corre o risco de fechar as portas depois de sofrer um prejuízo líquido de 11,6 bilhões de euros (15,4 bilhões de dólares) em 2011, atingido por sua divisão e exposição à dívida da Grécia e a outros ativos tóxicos.

O Dexia, primeiro banco europeu a ser afetado pela crise de dívida da zona do euro, disse que a continuidade das operações depende de vários fatores -garantias estatais de até 90 bilhões de euros para poder contratar empréstimos, capacidade para pagar esses financiamentos e a aprovação pela Comissão Europeia do plano de reestruturação do banco.

"Na ausência de medidas corretivas adicionais, a não realização de um dos fatores citados acima poderá impactar na situação do Dexia e arriscar a liquidez e a solvência do grupo", declarou a instituição em comunicado. "Essas premissas dependem de certos fatores externos fora do controle do Dexia", ressaltou o banco.

Bélgica, França e Luxemburgo aceitaram em outubro dar garantias de 90 bilhões de euros por 10 anos, mas o Dexia até agora só recebeu compromissos para metade desse valor até o fim de maio.

A Comissão Europeia deu autorização temporária em dezembro para as garantias estatais de até 45 bilhões de euros, mostrando dúvidas se esse mecanismo é compatível com o mercado único da União Europeia.

O Dexia, que em outubro aceitou uma divisão do grupo liderada pelo Estado e concordou com a nacionalização do braço belga de atividades bancárias, avisou nesta quinta-feira que não pagará dividendo e que não planeja pagar o cupom de sua dívida híbrida.

O banco, que vai encolher até se resumir a pouco mais do que uma instituição detentora de títulos, perdeu 4 bilhões de euros por causa com a separação do Dexia Bank Belgium e 1 bilhão de euros com a venda do braço francês de financiamento Dexia Municipal Agency.

A instituição financeira também perdeu 3,4 bilhões de euros devido à exposição aos títulos da dívida soberana grega e 2,6 bilhões de euros com a venda às pressas de ativos tóxicos nos Estados Unidos.


O analista Dirk Peeters, da KBC Securities, disse que a dimensão do prejuízo não foi nenhuma surpresa, tendo em vista que o banco já tinha indicado uma perda de 10,5 bilhões de euros no acumulado de nove meses.

"Ainda há muitas perguntas sem resposta, como garantias e a posição da União Europeia", declarou.

A situação vivida pelo Dexia lembra o do Fortis, que já foi o maior banco do Benelux e se dividiu durante a crise financeira de 2008, tendo um prejuízo líquido de 28 bilhões de dólares naquele ano.

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