Desvalorização do real ajuda a limitar custos, diz Embraer
Segundo executivo-chefe, o destino financeiro da Embraer está sendo puxado em direções opostas pela desvalorização do real e problemas do governo
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2015 às 18h53.
Nova York - O destino financeiro da Embraer está sendo puxado em direções opostas pela desvalorização do real e pelos problemas orçamentários do governo brasileiro, afirmou o executivo-chefe da empresa, Frederico Fleury Curado.
A depreciação da moeda neste ano pode ajudar uma grande atualização dos jatos regionais da Embraer a ficar abaixo do orçamento, mas a companhia enfrenta um potencial obstáculo se a Força Aérea Brasileira reduzir os gastos com a nova aeronave de transporte militar KC-390.
A Força Aérea encomendou 28 desses aviões e está cofinanciando o desenvolvimento do jato-gêmeo, que pode ser usado para abastecimento de aviões durante o voo e transporte de carga. Mas o atraso nos pagamentos do governo tem comprimido o balanço da Embraer, com previsão de fluxo de caixa livre negativo em US$ 100 milhões em 2015, depois de US$ 404 milhões negativos no ano passado.
"O que nós não podemos manter é um alto volume de contas recebíveis adiante, nós simplesmente não podemos e não vamos fazer isso", afirmou Curado em uma entrevista à agência Dow Jones Newswires. "Seria extremamente irracional (para a Força Aérea Brasileira) parar o programa nesse estágio, a aeronave está voando", disse. "Eu realmente não vejo um cenário em que a Força Aérea não pegue aeronaves."
Curado disse que existe um compromisso claro da Força Aérea, que precisa do KC-390 para substituir sua frota de antigos Lockheed Martin Corp. C-130, mas alertou que o cronograma de entrega pode cair sem mais clareza sobre financiamento futuro. "Eu vejo, talvez, eles pegando os aviões mais lentamente", afirmou. "Acho que é mais uma questão de ritmo."
A Embraer também tem o compromisso de outros países para mais 32 jatos.
O Brasil é "a pedra fundamental para participação industrial" no programa, afirmou Byron Callan, diretor-gerente da consultoria Capital Alpha Partners. Mas suas parcerias com Argentina, República Checa e Portugal podem oferecer um colchão parcial para completar o jato, que fez o primeiro voo em fevereiro. "Se o Brasil fizer cortes profundos, então a Embraer pode precisar encontrar outros parceiros nacionais ou comerciais", disse. Fonte: Dow Jones Newswires.
Nova York - O destino financeiro da Embraer está sendo puxado em direções opostas pela desvalorização do real e pelos problemas orçamentários do governo brasileiro, afirmou o executivo-chefe da empresa, Frederico Fleury Curado.
A depreciação da moeda neste ano pode ajudar uma grande atualização dos jatos regionais da Embraer a ficar abaixo do orçamento, mas a companhia enfrenta um potencial obstáculo se a Força Aérea Brasileira reduzir os gastos com a nova aeronave de transporte militar KC-390.
A Força Aérea encomendou 28 desses aviões e está cofinanciando o desenvolvimento do jato-gêmeo, que pode ser usado para abastecimento de aviões durante o voo e transporte de carga. Mas o atraso nos pagamentos do governo tem comprimido o balanço da Embraer, com previsão de fluxo de caixa livre negativo em US$ 100 milhões em 2015, depois de US$ 404 milhões negativos no ano passado.
"O que nós não podemos manter é um alto volume de contas recebíveis adiante, nós simplesmente não podemos e não vamos fazer isso", afirmou Curado em uma entrevista à agência Dow Jones Newswires. "Seria extremamente irracional (para a Força Aérea Brasileira) parar o programa nesse estágio, a aeronave está voando", disse. "Eu realmente não vejo um cenário em que a Força Aérea não pegue aeronaves."
Curado disse que existe um compromisso claro da Força Aérea, que precisa do KC-390 para substituir sua frota de antigos Lockheed Martin Corp. C-130, mas alertou que o cronograma de entrega pode cair sem mais clareza sobre financiamento futuro. "Eu vejo, talvez, eles pegando os aviões mais lentamente", afirmou. "Acho que é mais uma questão de ritmo."
A Embraer também tem o compromisso de outros países para mais 32 jatos.
O Brasil é "a pedra fundamental para participação industrial" no programa, afirmou Byron Callan, diretor-gerente da consultoria Capital Alpha Partners. Mas suas parcerias com Argentina, República Checa e Portugal podem oferecer um colchão parcial para completar o jato, que fez o primeiro voo em fevereiro. "Se o Brasil fizer cortes profundos, então a Embraer pode precisar encontrar outros parceiros nacionais ou comerciais", disse. Fonte: Dow Jones Newswires.