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CVM ameaça punir Gol por falta de informações sobre alta das ações

Órgão considera insuficientes explicações dadas até o momento, pela companhia, para a oscilação de suas ações na compra da Varig

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) notificou novamente a Gol, nesta quinta-feira (29/3), e exigiu esclarecimentos sobre a alta de suas ações durante o processo de compra da Varig. Caso as informações sejam consideradas insuficientes, o órgão de fiscalização do mercado ameaça punir a empresa, independentemente de eventual uso de informações privilegiadas para negociar os papéis da Gol.

Ontem, quando o acordo foi anunciado, os papéis preferenciais da Gol fecharam com alta de 4,17% na Bolsa de Valores de São Paulo. Os papéis da velha Varig subiram 10,28%, com quase 2.000 negócios durante o dia. Hoje, as preferenciais da Gol encerraram com valorização de 10,14%. A velha Varig não acompanhou o movimento e fechou em forte queda de 19,61% (ações preferenciais) e 19,03% (ordinárias). Segundo os analistas, os investidores perceberam melhor a falta de relação entre o objeto da compra da Gol - a nova Varig - e a velha empresa, que continua em recuperação judicial.

A Gol entrou na mira da CVM há três dias, quando solicitou informações da empresa acerca de notícia veiculada pela imprensa durante o fim de semana, antecipando que a aérea preparava-se para comprar a Varig. Em resposta, no domingo, 27, a Gol afirmou que, constantemente, procura oportunidades de negócios, mas não havia decisão de fechar nenhum. A CVM considerou a resposta "genérica" e reiterou o pedido de esclarecimentos mais duas vezes, nesta quarta e quinta, dias 28 e 29.

Segundo a CVM, as empresas podem preservar informações que consideram estratégicas para seu negócio. Mas o artigo 6º da Instrução CVM 358/02 determina que a companhia pronuncie-se oficialmente ao mercado, sempre que uma informação importante fugir ao seu controle - caso dos rumores de que a compra da Varig estava próxima. O boato foi confirmado ontem à tarde, quando a Gol anunciou que fechara o negócio por 320 milhões de dólares.

"Após a prestação das informações, o diretor de Relações com Investidores da Gol poderá ser responsabilizado pela insuficiência das informações prestadas ao mercado, independentemente de qualquer averiguação sobre a eventual utilização de informação privilegiada nas negociações com as ações da Gol", afirma a CVM em nota divulgada hoje. A velha Varig também foi notificada, ontem, a esclarecer o motivo da forte alta de seus papéis.

Durante encontro com jornalistas, nesta quinta-feira, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, negou qualquer irregularidade na condução do negócio. Segundo o executivo, a Gol é uma empresa transparente e está aberta para prestar todos os esclarecimentos necessários à CVM.

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