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Corpbanca está protelando fusão com Itaú, diz acionista

Segundo acionista minoritário, o conselho da Corpbanca está deliberadamente protelando a votação do acordo de fusão com o Itaú Unibanco no Chile

Homem caminha em frente a escritório do Corpbanca em Santiago, Chile (Ronald Patrick/Bloomberg/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 17h29.

O conselho de administração do Corpbanca SA está deliberadamente protelando a votação do acordo de fusão com o Itaú Unibanco Holding SA no Chile sob a direção de seu controlador, o bilionário Alvaro Saieh, de acordo com um acionista minoritário.

“Quando o negócio foi anunciado, as partes disseram que ele seria fechado no último trimestre de 2014, mas a assembleia de acionistas ainda não foi chamada”, disse Mike Lubrano, diretor de governança corporativa da Cartica Capital, em entrevista por telefone, de Washington.

“O sr. Saieh já recebeu uma série de benefícios pelo acordo e não tem pressa de concluí-lo”.

O Itaú anunciou em janeiro de 2014 que pagaria mais de US$ 2,2 bilhões para adquirir o controle do Corpbanca, que tem sede em Santiago, e uni-lo à sua unidade no Chile.

Saieh se beneficiou do anúncio do negócio obtendo taxas de empréstimos mais baixas com base na expectativa de que o Itaú apoiaria os empréstimos do Corpbanca (risco Itaú) e eliminando o Itaú como concorrente local, disse Lubrano.

Tudo sem abrir mão do controle do Corpbanca.

“O comportamento do sr. Saieh e do conselho é consistente com o adiamento do dia em que ele deixará o controle do banco”, disse Lubrano.

Saieh não tem interesse em protelar a votação, de acordo com uma fonte próxima do bilionário. O conselho de administração do Corpbanca é absolutamente independente e já conseguiu do Itaú US$327 milhões a mais em dividendos para os acionistas, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque não pode falar publicamente sobre o assunto.

Oferta melhorada

O Itaú melhorou sua a oferta de compra no dia 7 de maio com a proposta de pagar US$ 300 milhões em dividendos aos acionistas do Corpbanca e de renunciar de outros US$ 27 milhões se o conselho convocasse o encontro de acionistas até 30 de junho.

A aquisição está levando mais tempo do que o banco esperava, disse Eduardo Vassimon, vice-presidente do Itaú, no dia 6 de maio.

O Corpbanca disse em um comunicado na quarta-feira que a unidade do Itaú no Chile perdeu US$1 billhão em valor desde que a fusão foi anunciada e afirmou que o aumento no pagamento de dividendos não é suficiente para compensar essa perda.

O Corpbanca contratou o Citigroup Inc. para oferecer uma opinião independente, que se espera esteja pronta neste mês.

O acordo de fusão incluiu uma multa de US$ 400 milhões a ser paga por qualquer parte que desistir do negócio e o conselho do Corpbanca também concordou em empreender “seus esforços mais razoáveis” para obter a aprovação dos acionistas do Corpbanca, disse Lubrano.

A Cartica, que tem uma participação de 3,2 por cento no Corpbanca, pediu no início da semana que o conselho convocasse uma reunião para realizar a votação, argumentando que “a incerteza em relação a esse negócio prejudicou as ações”.

As ações do Itaú subiram 38 por cento desde 28 de janeiro de 2014, véspera do anúncio de fusão, e fecharam em R$ 37,64 nesta quarta-feira em São Paulo. O Corpbanca avançou 4,3 por cento no mesmo período, para 7,33 pesos em Santiago.

CorpGroup Banking

Como parte do acordo de compra, o Itaú já entregou a Saieh um empréstimo de US$ 950 milhões para o Corpgroup Banking SA, empresa do bilionário que controla a rede de supermercados SMU SA, algo previsto no acordo de aquisição.

“O sr. Saieh consegue tomar empréstimos mais baratos porque os investidores acham que o Corpbanca de hoje terá o crédito do Itaú amanhã”, disse Lubrano, acrescentando que o Corpbanca também se expandiu “porque o Itaú não compete mais com eles”.

Uma auditoria independente realizada pela KPMG LLP disse que a unidade chilena do Itaú, que se combinaria com o Corpbanca, segundo os termos do acordo, deveria receber uma participação de cerca de 32 por cento na nova entidade em vez dos quase 34 por cento estipulados no acordo original, segundo um comunicado do banco. Isso deixaria o Itaú sem o controle, algo que o banco disse anteriormente que não aceitará.

Para compensar os acionistas pela diferença, o Itaú fez a proposta do dia 7 de maio, de pagar dividendos extras.

Lubrano preferiu não dizer se a Cartica votaria pelo acordo.

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O conselho de administração do Corpbanca SA está deliberadamente protelando a votação do acordo de fusão com o Itaú Unibanco Holding SA no Chile sob a direção de seu controlador, o bilionário Alvaro Saieh, de acordo com um acionista minoritário.

“Quando o negócio foi anunciado, as partes disseram que ele seria fechado no último trimestre de 2014, mas a assembleia de acionistas ainda não foi chamada”, disse Mike Lubrano, diretor de governança corporativa da Cartica Capital, em entrevista por telefone, de Washington.

“O sr. Saieh já recebeu uma série de benefícios pelo acordo e não tem pressa de concluí-lo”.

O Itaú anunciou em janeiro de 2014 que pagaria mais de US$ 2,2 bilhões para adquirir o controle do Corpbanca, que tem sede em Santiago, e uni-lo à sua unidade no Chile.

Saieh se beneficiou do anúncio do negócio obtendo taxas de empréstimos mais baixas com base na expectativa de que o Itaú apoiaria os empréstimos do Corpbanca (risco Itaú) e eliminando o Itaú como concorrente local, disse Lubrano.

Tudo sem abrir mão do controle do Corpbanca.

“O comportamento do sr. Saieh e do conselho é consistente com o adiamento do dia em que ele deixará o controle do banco”, disse Lubrano.

Saieh não tem interesse em protelar a votação, de acordo com uma fonte próxima do bilionário. O conselho de administração do Corpbanca é absolutamente independente e já conseguiu do Itaú US$327 milhões a mais em dividendos para os acionistas, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada porque não pode falar publicamente sobre o assunto.

Oferta melhorada

O Itaú melhorou sua a oferta de compra no dia 7 de maio com a proposta de pagar US$ 300 milhões em dividendos aos acionistas do Corpbanca e de renunciar de outros US$ 27 milhões se o conselho convocasse o encontro de acionistas até 30 de junho.

A aquisição está levando mais tempo do que o banco esperava, disse Eduardo Vassimon, vice-presidente do Itaú, no dia 6 de maio.

O Corpbanca disse em um comunicado na quarta-feira que a unidade do Itaú no Chile perdeu US$1 billhão em valor desde que a fusão foi anunciada e afirmou que o aumento no pagamento de dividendos não é suficiente para compensar essa perda.

O Corpbanca contratou o Citigroup Inc. para oferecer uma opinião independente, que se espera esteja pronta neste mês.

O acordo de fusão incluiu uma multa de US$ 400 milhões a ser paga por qualquer parte que desistir do negócio e o conselho do Corpbanca também concordou em empreender “seus esforços mais razoáveis” para obter a aprovação dos acionistas do Corpbanca, disse Lubrano.

A Cartica, que tem uma participação de 3,2 por cento no Corpbanca, pediu no início da semana que o conselho convocasse uma reunião para realizar a votação, argumentando que “a incerteza em relação a esse negócio prejudicou as ações”.

As ações do Itaú subiram 38 por cento desde 28 de janeiro de 2014, véspera do anúncio de fusão, e fecharam em R$ 37,64 nesta quarta-feira em São Paulo. O Corpbanca avançou 4,3 por cento no mesmo período, para 7,33 pesos em Santiago.

CorpGroup Banking

Como parte do acordo de compra, o Itaú já entregou a Saieh um empréstimo de US$ 950 milhões para o Corpgroup Banking SA, empresa do bilionário que controla a rede de supermercados SMU SA, algo previsto no acordo de aquisição.

“O sr. Saieh consegue tomar empréstimos mais baratos porque os investidores acham que o Corpbanca de hoje terá o crédito do Itaú amanhã”, disse Lubrano, acrescentando que o Corpbanca também se expandiu “porque o Itaú não compete mais com eles”.

Uma auditoria independente realizada pela KPMG LLP disse que a unidade chilena do Itaú, que se combinaria com o Corpbanca, segundo os termos do acordo, deveria receber uma participação de cerca de 32 por cento na nova entidade em vez dos quase 34 por cento estipulados no acordo original, segundo um comunicado do banco. Isso deixaria o Itaú sem o controle, algo que o banco disse anteriormente que não aceitará.

Para compensar os acionistas pela diferença, o Itaú fez a proposta do dia 7 de maio, de pagar dividendos extras.

Lubrano preferiu não dizer se a Cartica votaria pelo acordo.

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