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Conheça a empresa de erva-mate do RS que motivou polêmica entre argentinos e a Seleção deles à Copa

Os produtos da Baldo são mais populares no mercado externo; Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Europa e Oceania estão entre os principais destinos

Canarias Serena: a marca de uruguaia é controlada pela brasileira Baldo (crédito/Divulgação)
MB

Marcos Bonfim

Publicado em 11 de novembro de 2022 às 13h35.

Última atualização em 11 de novembro de 2022 às 15h27.

Às vésperas da Copa do Mundo as rivalidades entre as torcidas dos países se acirram. E, à espera da competição no Catar, os torcedores da seleção argentina chamaram a atenção nas redes por relacionar o futebol a uma outra paixão dos hermanos, a erva-mate usada para o chimarrão.

Uma foto publicada nas redes sociais pelo atacante Nicolás González, com a mala cheia de erva-mate, desencadeou a polêmica.

Isso por a marca em questão, a Canarias Serena, é uruguaia e controlada pela brasileira Baldo. Em 1998, a empresa centenária do sul do Brasil se associou à companhia do país vizinho e se tornou sócia majoritária.

Luis Mario, ex-deputado federal na Argentina, por exemplo, disse que o fato de o atleta levar produtos de um outro país representava "quase uma provocação" em post no Twitter."Insólito e inexplicável. Existem dezenas de marcas de erva-mate muito boas na Argentina, produzidas em Misiones e em Corrientes. Mas a Seleção leva ao Catar uma marca uruguaia. Há alguma explicação oficial? É quase uma provocação".

Ex-deputado critica escolha do jogador pela marca do país vizinho (Twitter/Reprodução)

Como é o mercado da Baldo

Criada em 1920, a Baldo usa o “padrão uruguaio” em seu processo de produção, reunindo apenas as folhas da erva-mate, itens que passam por um processo de repouso de oito meses.

Ao longo deste período, a erva ganha uma tonalidade mais amarelada e um sabor mais intenso, o que é apreciado pelos consumidores uruguaios e argentinos. Foi o atacante Luiz Soares, do Uruguai, inclusive, que apresentou a marca para Leonel Messi quando jogavam juntos no Barcelona.

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Essa diferença do sabor, que deixa o gosto mais amargo, faz com quem o produto ganhe muito mais atenção do público externo do que interno. No Brasil, o padrão é a erva verde e mais fresca, sem tanta intensidade.

Entre os maiores mercados da Baldo, estão Uruguai, Argentina, Estados Unidos, Europa, Oceania e um pouco na Ásia. “Onde tem bastante argentinos e uruguaios”, explica Larissa Bagatini, auxiliar de marketing da empresa e designada pela lidar com o boom da repercussão.

Qual a importância do mercado brasileiro

Em 2017, a empresa criou uma fábrica no Paraná para entrar no mercado de chá-mate, operação iniciada em 2018 com linhas de produtos para o consumidor final e para food service, como restaurantes.

Tem aproveitado o novo mercado para tentar aproximar o público brasileiro da erva-mate padrão uruguaio. “É bem recente, mas tem crescido ano a ano”, explica a profissional.

A empresa também tem buscado tornar a erva-mate padrão uruguaio mais “pop” e estimulado usos em outros segmentos, como drinks e receitas.

De onde vem o faturamento da Baldo

A empresa foi fundada pelos irmãos João, Antônio e Luiz Baldo, filhos de imigrantes italianos. Nasceu em Vespasiano Corrêa, no interior do Rio Grande do Sul e depois mudou para a cidade de Encantando, no mesmo estado.

É lá que as ervas produzidas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul se transformam em produtos tanto da Canarias quanto da marca homônima.

Além do mate, a Baldo atua com soja, mercado em que entrou no começo da década de 1970. Atualmente, cada uma das operações representa 50% do faturamento. A empresa não abriu os valores.

A empresa é comandada por Arlindo Baldo, terceira geração da família.

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