Embora a CCR seja apontada pelo mercado como a favorita para vencer o leilão do Trecho Oeste do Rodoanel paulista, em março, as demais empresas interessadas na outorga lutam para não sair de mãos abanando. Até agora, OHL, Triunfo, BRVias, Ecorodovias, Cibe são alguns dos nomes dados como certos na disputa. Dadas as condições do edital, que prevê uma outorga de 2 bilhões de reais ao vencedor, os concorrentes devem se articular em consórcios para a disputa.

Para Carlo Bottarelli, presidente da Triunfo, o leilão não possui favoritos. "Todas as empresas estão no mesmo nível", afirma. A companhia está negociando uma parceria com um grande operador de concessões internacional. A expectativa de Bottarelli é de que o acordo seja fechado nos próximos dias, já que falta pouco mais de um mês para a abertura das propostas. "Optamos por um operador de peso porque, com o seu bom rating, esperamos atrair naturalmente os parceiros financeiros", afirma Bottarelli.

A Triunfo já opera três concessões rodoviárias: Concepa, Concer e Econorte. Uma quarta concessão - a da Ecovale - encontra-se em litígio com o governo de Santa Catarina.

Para expandir seus negócios, Bottarelli afirma que a Triunfo espera conquistar, neste ano, pelo menos uma concessão rodoviária em São Paulo ou um trecho de rodovia federal. Além do Rodoanel, o governo paulista deve licitar ainda este ano um lote de estradas estaduais que inclui a Ayrton Senna/Carvalho Pinto. No plano federal, a expectativa é pela licitação da rodovia que liga Salvador a Vitória, na Bahia.

"Sem azarão"

A operadora BRVias, controlada pela Família Constantino - os donos da Gol -, em parceria com a Splice e a construtora WTorres, também busca montar um consórcio para participar do leilão. "Vamos entrar com alguém que tenha recursos financeiros", afirma o presidente da BRVias, Martus Tavares. Segundo o executivo, o leilão será bastante disputado, e não é possível prever o vencedor.

"Algumas empresas têm mais motivos para serem agressivas, mas não há azarões nessa disputa", diz Tavares. Ex-secretário-geral da Presidência e ex-ministro do Planejamento do governo Fernando Henrique Cardoso, Tavares acredita que leilão atrairá muitos interessados. "É um dos maiores anéis viários do mundo, e sua operação vai exigir um elevado nível de investimento", diz. Procurada pela reportagem, a OHL preferiu não se pronunciar.