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Compra da Inco vai "maravilhosamente bem", diz presidente da Vale

Segundo Roger Agnelli, após a aquisição da mineradora canadense, Companhia Vale do Rio Doce demorará algum tempo para realizar nova oferta

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A oferta para comprar a mineradora canadense Inco vai "maravilhosamente bem", segundo o presidente da Companhia Vale do Rio Doce, Roger Agnelli. De acordo com o executivo, o processo transcorre "com muita naturalidade e sem nenhum percalço". Na última sexta-feira (13/10), a empresa brasileira prorrogou por mais uma semana o prazo para que os acionistas da Inco aceitem a oferta lançada em 14 de agosto. A proposta expiraria nesta segunda-feira (16/10), mas foi adiada para o 23 de outubro.

Segundo a Vale informou na sexta-feira, o adiamento foi um modo de obter mais tempo para que a companhia aprove a operação junto aos órgãos canadenses. "Preferimos dar mais uma semana de prazo para não pressionarmos ninguém, e nem trabalharmos sob pressão", afirmou Agnelli hoje, durante um encontro com jornalistas na Bolsa de Valores de Nova York. Esta foi a segunda prorrogação da data. Quando a compra foi proposta, em agosto, o prazo de adesão venceria em 28 de setembro. Segundo a Vale, até 12 de outubro, os donos de 22,409 milhões de ações da Inco já haviam aderido à proposta da mineradora brasileira.

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Agnelli demonstrou otimismo sobre o desfecho da oferta e afirmou que os próprios acionistas da Inco estão interessados em resolver rapidamente a questão. O executivo lembrou que há mais de um ano a empresa canadense está na expectativa de encontrar um comprador. A disputa pela Inco já envolveu mineradoras como a americana Phelps Dodge - com quem a diretoria da Inco rompeu um acordo de preferência no início de setembro, para depois recomendar a adesão à oferta da Vale - e o grupo canadense Teck Cominco, que saiu da briga em meados de agosto.

Financiamento

Agnelli também informou que a companhia ainda estuda as alternativas para refinanciar o empréstimo-ponte que será usado para a aquisição da mineradora canadense - segunda maior produtora de níquel do mundo. Na semana passada, a empresa informou que obteve apoio de um consórcio composto por 34 bancos, que se dispuseram a emprestar até 33 bilhões de dólares para a empresa arrematar a canadense. O valor excede em muito os 17,8 bilhões de dólares em que a operação está avaliada.

Para definir o modelo de refinanciamento desta dívida, Agnelli afirmou que a empresa precisa analisar dados aos quais não teve acesso ainda, como o orçamento da Inco para os próximos anos e suas projeções de geração de caixa. "Temos dois anos [prazo do empréstimo-ponte] para estudar todas as opções", diz. Agnelli lembrou, porém, que a geração de caixa da Vale "é muito forte e, em princípio, consegue suportar investimentos em aquisições".

Se for bem-sucedida na compra da Inco, a Vale deve permanecer algum tempo acomodando a nova conquista, de acordo com o seu presidente. Sem descartar novos movimentos de expansão, Agnelli afirmou que a aquisição da canadense é uma operação de grande porte. "Teremos alguns meses para digerir essa compra, até ver o nosso próximo passo".

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