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Companhia Vale do Rio Doce anuncia proposta para comprar a Inco

Com aquisição da canadense, empresa se tornará a maior mineradora de níquel do mundo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Companhia Vale do Rio Doce anunciou, nesta sexta-feira (11/8), que pretende fazer uma oferta pública para a aquisição de todas as ações ordinárias da mineradora canadense Inco. A oferta será apresentada oficialmente no dia 14 de agosto. Segundo a Vale, ainda não ocorreu nenhum contato entre a direção das duas empresas. Pela proposta, a mineradora brasileira está disposta a pagar 86 dólares canadenses por ação da Inco. O valor total do negócio pode alcançar 19,9 bilhões de dólares canadenses, o equivalente a cerca de 17,768 bilhões de dólares americanos.

Se concretizada, a aquisição transformará a Vale na maior produtora de níquel do mundo e uma das três maiores mineradoras diversificadas do planeta. Hoje, a companhia brasileira já é a principal fornecedora de minério de ferro do mercado mundial. A Vale ainda não produz níquel, mas esta não é a primeira investida da mineradora nesse mercado. Entre novembro de 2005 e fevereiro de 2006, a empresa conduziu o processo de aquisição da totalidade das ações da também canadense Canico, que lhe custou 1,782 bilhão de reais. O principal ativo da Canico é o projeto de Onça Puma, que pretende explorar reservas de níquel no Pará a partir de 2008. Segundo o estudo de viabilidade da empresa, a planta terá capacidade nominal de 57 000 toneladas anuais de níquel. Os investimentos no projeto serão de 1,1 bilhão de dólares.

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A companhia brasileira também desenvolve estudos de viabilidade para produção de níquel em duas áreas: São João do Piauí, com potencial para gerar 25 000 toneladas por ano; e Água Branca, em Goiás, que ainda está na fase de estudos preliminares.

A Inco tem seus papéis negociados nas Bolsas de Toronto e de Nova Iorque. É a segunda maior produtora de níquel do mundo e a primeira em reservas. No ano passado, a companhia produziu 98 000 toneladas do metal, a partir de três jazidas canadenses - Manitoba, Ontário e Voisey';s Bay - e uma na Indonésia (PT Inco).

Segundo o presidente da Vale, Roger Agnelli, a aquisição não deverá enfrentar restrições das autoridades antitruste. "A Vale ainda não produz níquel. Não vemos nenhum problema à frente", afirmou hoje, durante encontro com jornalistas.

Para Agnelli, o investimento na Inco é estrategicamente importante, porque permitirá a diversificação do portfólio da Vale. Embora a empresa já atue nos mercado de manganês, ferro ligas, bauxita, alumina, cobre, potássio e caulim, entre outros, a maior parte da receita ainda provém do minério de ferro e de pelotas. "Diversificar é importante, porque agrega valor à empresa, reduz os riscos de depender de um único produto ou cenário econômico", afirmou.

Para pagar a aquisição, a Vale contará com um empréstimo-ponte de dois anos, apoiado por quatro bancos: ABN Amro, UBS, Santander e Credit Suisse. Essas mesmas instituições também estudam como alongar o perfil da dívida, após o empréstimo - se por emissão de ações ou títulos de dívida.

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