Com investimento de R$ 70 milhões, plataforma de renegociação de dívidas entra em operação
A plataforma Consumidor Positivo nasce de uma joint-venture entre a Boa Vista e o grupo americano Red Ventures
Repórter de Negócios
Publicado em 27 de maio de 2024 às 07h00.
Última atualização em 27 de maio de 2024 às 13h29.
Anunciado há cerca de 18 meses, o marketplace Consumidor Positivo está entrando em operação. A empresa é resultado de um joint-venture entre aBoa Vista, dona da SCPC e do Acordo Certo, e o grupo americano de tecnologia Red Ventures.
A plataforma nasce a partir de um investimento inicial de R$ 70 milhões e vai disputar o mercado de análise de crédito, hoje dominado pelo Serasa e SPC, empresas que viraram espécie de sinônimo de categoria.
Gratuito, o serviço pode ser acessado por aplicativo ou pelo navegador. Com oferta, a Consumidor Positivo aposta nas renegociações e na oferta de serviços financeiros para escalar como modelo de negócio. [/grifar]
O modelo é diferente em relação ao do Serasa, que opera com um modelo fremium e tem planos a partir de R$ 23,90 para os usuários terem acessos a mais funcionalidades.
Para fazer frente ao concorrente, a Consumidor Positivo quer usar o apelo de jornada educativa, mostrando aos usuários os passos para melhorar o score, renegociar dívidas ou mesmo encontrar opções de financiadores com taxas de juros mais baratas.
Como funciona a plataforma
"Acho que essa indústria como um todo tem tido sempre um apelo meio moral, de vergonha, nome está sujo, de ser uma coisa que a pessoa esconde da família e tudo mais", afirma Fernando Iódice, CEO da Consumidor Positivo."Nós estamos tentando endereçar essa dor da população brasileira de uma forma mais colaborativa, ajudando essa pessoa eventualmente a achar a melhor oportunidade de lidar com a dívida e ter acesso a melhor crédito".
O executivo atuava como vice-presidente da Red Ventures, empresa a quem coube fazer o aporte de R$ 70 milhões. Além disso, trouxe para o acordo a iq, plataforma de recomendação de produtos financeiros personalizados, como cartões de crédito e empréstimos.Na negociação, a Boa Vista entrou com a divisão de negócios Consumidor Positivo e a Acordo Certo, fintech comprada em dezembro de 2020.
Para integrar as operações e desenvolver a tecnologia, os parceiros investiram pouco menos da metade dos R$ 70 milhões. "Nós colocamos muito esforço em tecnologia para construir, de fato, o produto e todo o alicerce do que vamos desenvolver daqui para a frente", diz.
Na plataforma, os parceiros reúnem cerca de 40 variáveis que impactam o score dos usuários, como dívidas negativadas, atraso no pagamento de contas, relacionamento com instituições financeiras e cadastro positivo. A partir daí, trazem dicas de como as pessoas podem ter o índice melhorado.
"Nós construímos um score de crédito, com um modelo muito mais analítico, e exibimos para o cliente algo muito mais próximo do que os bancos estão vendo sobre ele. E nós conseguimos quebrar iniciativas que ele pode fazer", diz. Em paralelo, o serviço está conectado a credores e provedores de crédito com quem esses clientes podem renegociar dívidas ou tomar crédito.
Qual a expectativa com o negócio
No momento, a Consumidor Positivo reúne uma base de 40 milhões de CPFs, oriundos da Equifax/Boa Vista, que ocupa a segunda colocação como maior bureau de crédito do Brasil. A ambição é conquistar mais 10 milhões nos próximos meses, chegando a cerca de um quarto da população nacional.
O restante do valor à disposição do negócio deve ser investido ao longo dos próximos 24 meses para acelerar o crescimento da ferramenta no mercado.
"Essa plataforma é muito estratégica para ambos os sócios. R$ 70 milhões são um combinado para ligar o ponto A ao ponto B, mas dando certo, a ideia é que seja um negócio bastante longevo", afirma Iódice. Com oferta gratuita do serviço, a Consumidor Positivo aposta nas renegociações e na oferta de serviços financeiros para escalar como modelo de negócio.