Exame Logo

Com aquisições, Linx vai alcançar gigantes do e-commerce

A Linx irá ampliar sua presença no comércio eletrônico, setor que cresceu mesmo em meio à crise, diz presidente em entrevista à EXAME.com

Comércio eletrônico: a Linx irá ampliar sua presença no comércio eletrônico, diz presidente à EXAME.com (Getty Images)

Karin Salomão

Publicado em 4 de setembro de 2015 às 18h22.

São Paulo - A Linx, empresa que fornece sistemas para varejistas, está investindo no comércio eletrônico. Com a aquisição de duas empresas, ela poderá oferecer soluções melhores para os clientes existentes e alcançar outros players importantes.

As empresas adquiridas foram a Chaordic e Neemu, que criam ferramentas de busca e recomendação para e-commerce. A receita bruta estimada da combinação das duas empresas compradas para 2015 é de 32 milhões de reais. O valor da compra foi de 78,6 milhões de reais à vista.

As duas já atendem clientes como Americanas, Saraiva, Submarino, Máquina de Vendas, Centauro, Sephora, Hotel Urbano, Onofre, O Boticário, Natura, Renner, Itaú e Walmart. Alguns inclusive já eram atendidos pela Linx, enquanto outros poderão fazer parte de seu portfólio.

Dessa forma, a Linx irá ampliar sua presença no comércio eletrônico, setor que cresceu mesmo em meio à crise. “O comércio eletrônico cresceu 16% no 1º semestre”, diz Alberto Menache, diretor-presidente da companhia. “E, no futuro, será muito mais importante”, afirmou em entrevista exclusiva à EXAME.com.

A aquisição da Linx foi anunciada dias depois que a Totvs, sua concorrente, comprou a Bematech.

A Linx fornece sistemas para lojas físicas como Renner, Magazine Luiza, Lojas Americanas, KFC, Spoleto, Telhanorte, Hering, Bob’s, Alpargatas, Nike, Rede Graal, Volkswagem, Habib’s, entre outros.

EXAME.com - Qual é a área de atuação das empresas que foram adquiridas?

Alberto Menache - Elas têm a capacidade de melhorar experiência dos consumidores em ferramentas online de compra. Isso faz toda a diferença para converter ou perder uma venda e também faz aumentar o tíquete médio.

Por exemplo, para procurar um produto dentro de um site de compras, você pode usar um mecanismo de busca, quase um Google dentro da loja virtual. Isso parece muito simples, mas mostrar o produto certo para o cliente tem uma complexidade gigantesca.

Outra ferramenta é a de recomendação de produtos. Quando o consumidor clica em um produto, como uma televisão, o site pode um blu ray ou uma caixa de som. Além disso, o site pode analisar o seu perfil. Se você já comprou várias roupas de bebê, o sistema entende que tem um filho pequeno e vai sugerir produtos adequados.

EXAME.com - Qual o objetivo da Linx com essas aquisições?

Alberto Menache - O primeiro objetivo é fazer com que a compra no comércio eletrônico seja muito diferente, com a personalização da experiência. Com essas novas capacidades, o varejista tem uma chance maior de conseguir converter a compra e aumentar suas vendas.

Vamos levar essas tecnologias também para o varejo físico, integrar os canais e ter um grande banco de dados, para que a experiência seja a mesma na loja física, online, no quiosque ou no celular.

EXAME.com - Comércio eletrônico era um ponto fraco na Linx?

Alberto Menache - Já tínhamos plataforma para e-commerce. Os nossos sistemas já providenciavam a loja virtual, o sistema de escolher o produto e colocar no carrinho, contabilizar a venda, dar baixa no estoque. Entre os nossos clientes para soluções no comércio eletrônico, estão a loja da Jorge Bischoff, You Com e Bento Store. Mas essas capacidades e sistemas mais avançados nós não tínhamos.

EXAME.com - Como será a integração com essas empresas?

Alberto Menache - O primeiro será fazer a integração entre elas, porque eram concorrentes. Iremos escolher quais são as melhores competências de cada uma delas e qual tarefa ficará com qual equipe. Também temos uma meta de novos lançamentos e profissionais serão realocados para isso. Já fizemos 19 aquisições desde 2008, com essas serão 21.

EXAME.com - Que sinergias vocês esperam alcançar?

Alberto Menache - Em primeiro lugar, há uma sinergia de produtos que podemos aproveitar. Depois, não faz sentido ter duas tesourarias, dois departamentos de contabilidade. Por fim, há uma boa sinergia comercial. Nós temos cerca de 40 mil clientes, essas duas empresas têm cerca de 200.

EXAME.com - O e-commerce ainda representa uma porcentagem pequena, 4%, do varejo nacional. Como isso irá mudar?

Alberto Menache - Naturalmente o varejo tradicional é e continua muito mais importante. Mas quando você olha para o futuro, o e-commerce tem um espaço muito maior. Ele cresceu 16% no 1º semestre do ano no Brasil, enquanto o varejo tradicional está praticamente estagnado.

EXAME.com - Por que investir em um momento de crise?

Alberto Menache - Essas empresas não têm crise. Um crescimento de 16% no e-commerce não é desprezível. Além disso, momentos de desafios são muito bons para ver quais são os negócios a prova de crise. A Linx nasceu em 1985. Passamos por diversas crises, mas temos clientes fiéis e resilientes e um forte modelo de negócios.

EXAME.com - Que mudanças estão fazendo para enfrentar esse ano?

Alberto Menache - Estamos sendo mais cautelosos. Nos últimos anos, tivemos um preparo para que a empresa continue capitalizada e crescendo. Claro que há coisas pontuais. Estamos mais atentos a custos, mas não mudamos nossa forma de agir. Até reforçamos o investimento em algumas linhas de produtos.

EXAME.com - O setor de sistemas para varejo já está estabelecido? Há espaço para crescimento inorgânico?

Alberto Menache - Há muita oportunidade. Temos uma capacidade grande de integrar empresas. Fazemos aquisições principalmente para adquirir novas capacidades, já que a nossa ideia é mudar forma como varejistas se relacionam com os consumidores.

É comum que as startups consideradas valiosas do mercado sejam compradas por outras companhias gigantes. Aconteceu isso com o app israelense Waze, comprado pelo Google , e também com o WhatsApp , vendido ao Facebook por 19 bilhões de dólares. E apesar do valor do app ter surpreendido muitos investidores, ele ainda nem se compara à maior compra já feita por uma empresa de tecnologia. Pensando nisso, a empresa norte-americana Market Domination Media criou um infográfico com as 10 maiores aquisições já feitas no mundo da tecnologia. Veja a seguir:
  • 2. 10º SunMicrosystems, comprada pela Oracle

    2 /11(Justin Sullivan/Getty Images)

  • Veja também

    Valor da compra: US$ 7,4 bilhões Data da aquisição: 27 de janeiro de 2010 Valor de ação da Oracle: US$ 43,55 (cerca de R$ 130) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: The New York Stock Exchange (NYSE)
  • 3. 9º Skype, comprado pela Microsoft

    3 /11(AFP)

  • Valor da compra: US$ 8,5 bilhões Data da aquisição: 13 de outubro de 2011 Valor de ação da Microsoft: US$ 42,99 (cerca de R$ 130) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: NasdaqGS
  • 4. 8º Autonomy, comprada pela HP

    4 /11(David Paul Morris/Bloomberg)

    Valor da compra: US$ 10,24 bilhões Data da aquisição: 3 de outubro de 2011 Valor de ação da HP: US$ 33,51 (cerca de R$ 100) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: The New York Stock Exchange (NYSE)
  • 5. 7º PeopleSoft, comprada pela Oracle

    5 /11(Noah Berger/ Bloomberg News)

    Valor da compra: US$ 10,3 bilhões Data da aquisição: 13 de dezembro de 2004 Valor de ação da Oracle: US$ 43,55 (cerca de R$ 130) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: The New York Stock Exchange (NYSE)
  • 6. 6º Motorola Mobility, comprada pelo Google

    6 /11(Getty Images)

    Valor da compra: US$ 12,5 bilhões Data da aquisição: 22 de maio de 2012 Valor de ação do Google: US$ 539,36 (cerca de R$ 1 600) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: NasdaqGS
  • 7. 5º Veritas Software, comprada pela Symantec

    7 /11(Wikimedia Commons)

    Valor da compra: US$ 13,5 bilhões Data da aquisição: 2 de julho de 2005 Valor de ação da Symantec: US$ 24,36 (cerca de R$ 70) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: NasdaqGS
  • 8. 4º Electronic Data Systems Corp, comprada pela HP

    8 /11(Mikerussell/ Wikimedia Commons)

    Valor da compra: US$ 13,9 bilhões Data de aquisição: 13 de maio de 2008 Valor de ação da HP: US$ 33,51 (cerca de R$ 100) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: The New York Stock Exchange (NYSE)
  • 9. 3º Compaq, comprada pela HP

    9 /11(Richard Sheinwald/ Bloomberg News)

    Valor da compra: US$ 18,6 bilhões Data da aquisição: 3 de setembro de 2001 Valor de ação da HP: US$ 33,51 (cerca de R$ 100) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: The New York Stock Exchange (NYSE)
  • 10. 2º WhatsApp, comprado pelo Facebook

    10 /11(Reprodução)

    Valor da compra: US$ 19 bilhões Data da aquisição: 19 de fevereiro de 2014 Valor de ação do Facebook: US$ 84,63 (cerca de R$ 250) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: NasdaqGS
  • 11. 1º Time Warner, comprado pela AOL

    11 /11(Divulgação/Time Warner)

    Valor da compra: US$ 106 bilhões Data da aquisição: 10 de janeiro de 2000 Valor de ação do Facebook: US$ 40,77 (cerca de R$ 120) * * valores baseados nas ações fechadas em 22/04/2015 * fonte: The New York Stock Exchange (NYSE)
  • Acompanhe tudo sobre:Comércioe-commerceEmpresasFusões e AquisiçõesTecnologia da informaçãoVarejo

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Negócios

    Mais na Exame