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Colômbia abre nova investigação sobre contrato com a Odebrecht

O procurador-geral da Colômbia explicou que o contrato foi assinado entre o consórcio e a Corporação Autônoma Regional do Rio Grande da Magdalena Doce

Odebrecht: o consórcio Navelena, integrado pela Odebrecht, venceu, em agosto de 2014, a licitação para recuperar a navegabilidade em um trecho do rio Magdalena em 13,5 anos (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
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EFE

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 22h51.

Bogotá - A Procuradoria-Geral da Colômbia abriu uma nova investigação para descobrir se há irregularidades na licitação e no contrato para recuperar a navegabilidade do rio Magdalena, o principal do país, com o consórcio Navelena, que tem a participação da empreiteira brasileira Odebrecht .

O procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, explicou que o contrato foi assinado entre o consórcio e a Corporação Autônoma Regional do Rio Grande da Magdalena Doce (Cormagdalena), um órgão que conta com representantes do governo federal, governadores, prefeitos e de outras entidades.

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"A Cormagdalena quem realizou essa licitação. Chegaram à Procuradoria evidências, que estamos avaliando neste momento, que sugerem ter ocorrido uma conduta contrária às regras de contratação pública", afirmou o procurador-geral.

Martínez reconheceu que não havia encontrado sinais de corrupção nesse contrato dentro das informações repassadas pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que firmou um acordo com a Odebrecht.

"No entanto, as evidências que fomos recolhendo levaram à abertura de uma nova fase da investigação que tem relação com a licitação desse contrato no rio Magdalena. Na próxima semana, haverá novos interrogatórios para vincular novas pessoas formalmente ao caso para a investigação", indicou.

O consórcio Navelena, integrado pela Odebrecht, venceu, em agosto de 2014, a licitação para recuperar a navegabilidade em um trecho do rio Magdalena em 13,5 anos.

O projeto, com custo estimado de 2,5 trilhões de pesos (US$ 852,8 milhões), previa a intervenção em 908 quilômetros de rio entre Puerto Salgar e Barranquilla.

Essa investigação é diferente das demais realizadas pela Procuradoria-Geral sobre a corrupção da empresa brasileira.

De acordo com documentos publicados pelo Departamento de Justiça dos EUA, a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e da África. Na Colômbia, a empresa teria desembolsado US$ 11 milhões entre 2009 e 2014.

Na semana passada, as autoridades colombianas prenderam Gabriel García Morales, vice-ministro de Transporte durante o governo do ex-presidente Álvaro Uribe.

Ele teria recebi US$ 6,5 milhões para que a Odebrecht vencesse a licitação para a construção do segundo trecho da Rota do Sol, estrada que liga o interior ao litoral.

Posteriormente, os procuradores descobriram um pagamento de US$ 4,6 milhões ao ex-congressista Otto Nicolás Bula Bula, também preso. A Odebrecht teria repassado a propina a Bula Bula para ficar com a licitação da estrada Ocaña-Gamarra.

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