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Cine Gemini exibe última sessão, enquanto grandes redes avançam

Fechamento de um dos cinemas mais tradicionais do país marca tendência de grandes redes apostar em shoppings

Cine Gemini: fila na bilheteria e sala lotadaem sua última sessão (.)

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

São Paulo - Hoje (27/9), as portas do Cine Gemini, na Avenida Paulista, amanheceram fechadas pela primeira vez desde sua abertura, em maior de 1975. É que a partir desta data, o cinema mais tradicional da capital paulista encerra suas atividades devido aos altos custos de aluguéis e baixo faturamento.

Um dos poucos cinemas de rua do país, a casa teve o seu fim anunciado na semana passada. "Sem pipoca de azeite trufada ou exibições em 3D, estava difícil para o endereço competir com outras grandes redes do setor e por isso vivia vazio", afirmou Cláudio Tomanini, professor da FGV.

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O fechamento do Gemini marca o foco das redes de cinema do país de investir em salas dentro de shoppings em vez de espaços em ruas. Alto custo do terreno, faturamento cíclico e a competição com outras redes - e até com a preferência de assistir a filmes em casa - são alguns dos fatores que contribuem para isso.

Custos menores

"Abrir salas de cinema em shoppings, para nós, é muito mais vantajoso, pois dividimos o custo da estrutura, da segurança e garantimos uma boa clientela proveniente das visitas às lojas", afirma o presidente do Cinemark do Brasil, Marcelo Bertini. "Tentamos, uma vez, reconstruir um complexo pequeno de cinema no centro velho da capital paulista, mas não deu certo. Foi muito caro".

Para Eduardo Acuña, presidente da rede mexicana Cinépolis, que acaba de chegar ao país, o fechamento do Cine Gemini é uma tendência do mercado. Para ele, nos próximos anos, cerca de 30% das atuais 2.300 salas de cinema existentes hoje no país, irão fechar. Trata-se dos cinemas antigos, que contam com poucas salas e que não se sustentarão a longo prazo. Foi o caso do Gemini.

"Isso também aconteceu aos poucos no México, que já não conta com nenhum complexo de cinema nesse estilo", afirma Acuña. "O país conta apenas com 30 cinemas com mais de dez salas, que se mostram mais lucrativas - e nos quais iremos apostar."

A última sessão do Cine Gemini foi exibida ontem, domingo, com o filme "Cabeça a prêmio". Ironicamente, havia fila na bilheteria e a sala estava lotada - cena que não se via há anos.

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