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Celulose Irani fatura R$ 2,6 milhões com venda de crédito de carbono

Indústria catarinense de papel e celulose obteve nesta segunda-feira os certificados da ONU para a redução de gases de efeito estufa

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A Celulose Irani, de Santa Catarina, vai faturar 2,6 milhões de reais por simplesmente investir na redução da emissão de gases de efeito estufa. A empresa, que conseguiu nesta segunda-feira (4/9) o certificado das reduções da Organização das Nações Unidas (ONU), vendeu um primeiro lote de créditos de carbono para a Shell. A operação - a primeira de uma brasileira do setor de celulose e papel - ocorre dentro das regras do Protocolo de Quioto, que criou os chamados créditos de carbono.

A redução das emissões resulta de um projeto de cogeração de energia elétrica, em que a empresa substituiu o combustível fóssil em suas caldeiras por resíduos florestais. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), como designa o Protocolo de Quioto, permite que uma empresa de um país que não precisa reduzir suas emissões - como o Brasil - venda créditos gerados pela diminuição das emissões de gases como dióxido de carbono (CO2) e metano.

O MDL da empresa - a 13ª maior do setor de celulose e papel segundo o Anuário EXAME Melhores e Maiores 2006 - proporcionará a redução de 3,702 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente nos próximos 21 anos. Caso feche contratos semelhantes ao assinado com a Shell pelos próximos 20 anos - e com a mesma cotação da tonelada de CO2 -, a companhia poderá faturar um total de 52 milhões de reais até 2027.

O valor - provavelmente subestimado, em razão de o preço da tonelada de CO2 vir se valorizando - corresponde a mais do que o dobro do gasto pela companhia para realizar o projeto. A usina à base de biomassa, implantada na fábrica de papel em Vargem Bonita, município de Santa Catarina, custou 22,5 milhões de reais. "Operações como essa são muito interessantes para a empresa porque ajudam a viabilizar projetos ambientais que, via de regra, não teriam um bom retorno econômico", afirma o diretor-superintendente da Irani, Péricles Pereira Druck.

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