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"Carlyle vai oferecer tecnologias de administração e financeira", diz presidente da CVC

Para Valter Patriani, operadora brasileira de viagens tem potencial de valorização nos próximos cinco anos

Navio Soberano dos Mares, da CVC: empresa aposta na classe média para continuar crescendo (.)

Navio Soberano dos Mares, da CVC: empresa aposta na classe média para continuar crescendo (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

A CVC Turismo confirmou nesta quinta-feira (7/1) a venda de 63,6% das suas ações para o fundo americano de private equity The Carlyle Group. Para Valter Patriani, presidente-executivo da maior operadora de viagens da América Latina, o negócio é uma grande oportunidade de modernizar a administração da empresa brasileira. "Vamos lutar para fazer o sonho do cliente caber no bolso dele. O Carlyle comprou o nosso DNA, a nossa história", diz Patriani ao Portal EXAME.

A partir de agora, a prioridade da operadora brasileira será focar ainda mais o seu serviço no crescimento da classe C e no desenvolvimento do consumo no país. "O nosso objetivo é vender barato e parcelado", afirma Patriani. Com a expansão da CVC na América Latina, o executivo prevê um potencial de valorização da empresa de turismo. "O Carlyle vai contribuir com tecnologias de administração e financeira", diz.

Portal Exame - A CVC é a maior operadora de viagens da América Latina. Com a venda de 63,6% para o fundo de private equity americano Carlyle, como a empresa brasileira pretende continuar a se expandir?

Valter Patriani - Pretendemos crescer mais ainda nos próximos cinco no mercado nacional. As oportunidades são muito grandes. O turismo no Brasil ainda é muito jovem e está iniciando um ciclo de crescimento considerável. Evidentemente, com a chegada do Carlyle teremos mais chances de expandir. Vale lembrar que a maior contribuição do fundo americano não é com dinheiro, porque a CVC não precisa de dinheiro, já que é uma empresa capitalizada. O Carlyle vai contribuir com tecnologias de administração e financeira, já que o fundo controla cerca de 270 empresas.


 

Portal Exame - E uma dessas empresas é a Orizonia, maior operadora de turismo da Espanha. Há alguma possibilidade de aproximar as duas empresas na gestão do fundo de private equity?

Patriani - A CVC já tem contato com a Orizonia antes de anunciar a venda de uma parte de suas ações para o Carlyle. A Orizonia é uma holding que comanda várias controladoras turísticas. Já fizemos diversas parcerias operacionais, mas sem uma vinculação maior.

Portal Exame - Afinal, quando ocorrerá o IPO da CVC?

Patriani - Evidentemente, a CVC tem avançado na preparação de IPO. Desde 2007 estamos nos preparando para esse momento. A possibilidade existe, mas não significa que o IPO será feito em breve. Vai ser feito? É uma possibilidade. Fato é que já estamos preparados. Só estamos aguardando a melhor oportunidade para a empresa.

Portal Exame - Nesse negócio, como ficará a companhia aérea Webjet, empresa de Guilherme Paulus?

Patriani - A Webjet não entrou por impedimento legal. A participação permitida do capital estrangeiro em uma companhia aérea é de 20%. Além disso, teria de ser feito outro tipo de operação caso a Webjet fosse incluída no negócio, porque o Carlyle costume controlar as empresas em que atua. Tudo o que garantimos no momento é que a Webjet continuará como um importante fornecedor da CVC.

Portal Exame - Com a nova gestão, quais são as principais metas da CVC?

Patriani - Estamos aguardando ansiosamente o crescimento da classe média e o aumento do consumo nos próximos cinco anos. Como a CVC sempre atuou nessa faixa de público, estamos prontos para colocar a nossa tradição à disposição dos nossos clientes. O nosso objetivo é vender barato e parcelado. Essa é a nossa tradição. Estou há 32 anos na empresa e sempre costumo repetir: vamos lutar para fazer o sonho do cliente caber no bolso dele. O Carlyle comprou o nosso DNA, a nossa história. Continuaremos a ser a mesma CVC de sempre.

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