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Camaro ou Mustang? Esportivos icônicos resistem no Brasil

O mercado de veículos de luxo não passa incólume à crise, mas mantém público fiel no segmento de alta performance, como os tradicionais rivais da GM e Ford

Camaro: modelo da GM já vendeu 5 mil unidades desde 2010 no Brasil (GM/Divulgação)

Camaro: modelo da GM já vendeu 5 mil unidades desde 2010 no Brasil (GM/Divulgação)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 7 de julho de 2019 às 09h00.

Última atualização em 7 de julho de 2019 às 09h00.

Para muitos, o mercado de luxo não é contaminado por crises econômicas, mas essa não é uma verdade absoluta entre os carros esportivos. Nos últimos cinco anos, as vendas do segmento sofreram oscilações, chegando a cair até 30% em 2015. Mas dois modelos mantiveram seu público cativo no Brasil: o Camaro, da GM, e o Mustang, da Ford.

Os esportivos que vão de 0 a 100 quilômetros por hora em apenas 4 segundos continuam despertando desejo entre consumidores que querem exclusividade e status - e que podem pagar até 360 mil reais por isso. Em 2018, foram emplacadas apenas 93 unidades do Camaro no país.

“O cliente desse tipo de carro gosta de ter um produto exclusivo, premium. E poucas marcas têm um produto icônico como o Camaro”, afirmou a EXAME Rogério Sasaki, gerente de marketing de produto da GM do Brasil.

Nesta semana, houve rumores nos Estados Unidos de que o modelo, que já foi tema de música sertaneja e até protagonista de filme de Hollywood, deixaria de ser produzido em 2023. “O Camaro continua firme e forte e um dos poucos com fãs espalhados pelo mundo todo”, garante Sasaki.

Outro esportivo que coleciona entusiastas globalmente é o Mustang. O modelo ficou anos sem comercialização no Brasil, desembarcando somente no início de 2018 nas concessionárias do país.

“Conquistamos a liderança absoluta do segmento, vendendo mil unidades no ano passado, no Brasil. Hoje, temos 70% de market share do mercado esportivo brasileiro”, conta Fabrizzia Borsari, gerente de marketing do produto da Ford. Ela reforça que, para este ano, o volume não deve ser tão expressivo. “Havia uma demanda reprimida que acabou sendo suprida.”

Os executivos relatam que, apesar da tradição intrínseca ao produto, os clientes exigem o que há de mais tecnológico nos veículos, inclusive em termos de conectividade. “Nosso consumidor quer ter o celular no carro. Sistema de navegação e câmera digital, em vez de retrovisor, são alguns dos exemplos de tecnologias que podemos oferecer no Camaro”, diz Sasaki.

Beberrões?

Camaro e Mustang estão na categoria de automóveis conhecidos como “muscle cars”, ou carros musculosos, pela potência e ronco do motor. No Brasil, só é oferecida pelas montadoras a versão topo de linha, com 8 cilindros e mais de 400 cavalos - os modelos populares geralmente têm menos de um quarto dessa potência.

Estes esportivos já foram vilões de consumo de combustível. Mas de acordo com o gerente da GM do Brasil, mesmo sendo um modelo V8, o Camaro é mais econômico do que versões antigas, graças a uma série de tecnologias, entre elas a do turbocompressor, que possibilita a redução do tamanho do motor e consequentemente do consumo de combustível, sem perda de desempenho - o chamado downsizing.

“Além disso, o Camaro também pode operar no modo 4 cilindros, que é bem mais econômico”, diz Sasaki. A Ford possui uma versão do Mustang V8 que também funciona com 4 cilindros, entretanto, não está disponível no mercado brasileiro.

Na toada dos carros mais econômicos, tanto o Camaro quanto o Mustang passaram a oferecer o câmbio de 10 marchas, o que ajuda na redução do consumo de combustível. “Não é porque se trata de um muscle car que seu proprietário está disposto a rasgar dinheiro”, opina o gerente da GM.

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