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Cade recomenda impugnação de fusão entre Monsanto e Bayer

Órgão avaliou que as alegadas eficiências da operação são insuficientes para compensar prováveis efeitos anticompetitivos

Sede da farmacêutica Bayer, em Leverkusen, na Alemanha (Getty Images) (foto/Getty Images)

Sede da farmacêutica Bayer, em Leverkusen, na Alemanha (Getty Images) (foto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 09h15.

Última atualização em 4 de outubro de 2017 às 10h03.

São Paulo - A Superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou que a compra da norte-americana Monsanto pela alemã Bayer seja impugnada pelo tribunal da autarquia, de acordo com parecer divulgado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

O órgão avaliou que as alegadas eficiências da operação são insuficientes para compensar prováveis efeitos anticompetitivos, e disse que as preocupações identificadas demandam uma "solução de caráter estrutural".

A compra da Monsanto pela Bayer por 66 bilhões de dólares, anunciada em setembro de 2016, cria a maior companhia integrada de pesticidas e sementes do mundo.

Em nota, a Bayer disse que o parecer do Cade "não significa reprovação da operação".

"É um passo normal dentro do processo de revisão de casos internacionais mais complexos e que permite ao Cade mais tempo para esclarecer dúvidas e discutir remédios adequados para sanar por completo suas preocupações. As partes estão e continuarão cooperando com o Cade a fim de obter a aprovação da transação o mais breve possível."

A Monsanto não retornou imediatamente a um pedido de comentário.

Agências reguladoras do Brasil, Estados Unidos e Europa estão trabalhando juntas para assegurar que a combinação das duas empresas não ameace o equilíbrio do mercado.

No Brasil, grupos que se opõem ao acordo pediram ao Cade para bloquear a transação ou forçar desinvestimentos, incluindo a tecnologia de soja geneticamente modificada Intacta RR2 IPRO da Monsanto e o negócio de herbicidas que contenham o glufosinato de amônio da Bayer.

Na semana passada, o presidente para América do Sul da Monsanto, Rodrigo Santos, disse, no entanto, que a companhia quer manter a tecnologia Intacta após a fusão com a Bayer.

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