BTG corta mais bônus em meio a queda de fusões e aquisições
As provisões para bônus, que são pagos a todos os funcionários do banco brasileiro, caíram 31% no primeiro semestre
Da Redação
Publicado em 12 de agosto de 2013 às 14h22.
São Paulo - O Grupo BTG Pactual, banco de investimentos liderado pelo bilionário brasileiro André Esteves, está cortando os bônus em meio ao deslize de receita e o mercado mais lento para fusões e aquisições em seis anos.
As provisões para bônus, que são pagos a todos os funcionários do banco com sede em São Paulo, caíram 31 por cento para R$ 426 milhões (US$ 188 milhões), no primeiro semestre de 2013 comparado com o ano anterior, disse a empresa em um comunicado, na semana passada. O recuo foi de 45 por cento no segundo trimestre em relação ao primeiro.
O BTG, maior assessor de M&A do Brasil, previu em janeiro que o volume de fusões iria aumentar cerca de 40 por cento este ano.
Em vez disso, as aquisições caíram, até julho, para o menor nível desde 2007, já que as perspectivas para o crescimento econômico pioraram.
Goldman Sachs Group Inc., UBS AG e Barclays Plc reagiram com redução de pessoal no Brasil, e mais credores podem seguir o BTG na redução de gratificações, de acordo com Renata Fabrini, sócia da empresa de executive-search Fesa.
"Quando um banco começa a pagar menos, os outros tendem a seguir o mesmo caminho, porque já não estão mais com medo de perder executivos para a concorrência", disse Fabrini em uma entrevista de São Paulo.
A receita do BTG caiu 17 por cento no primeiro semestre para R$ 2,7 bilhões. A cifra de receita que o BTG usa para calcular o bônus caiu 46 por cento do primeiro para o segundo trimestre, quando o banco perdeu R$ 106 milhões em operações com recursos próprios e R$ 149 milhões em investimentos imobiliários, de acordo com o comunicado da semana passada.
Relacionado à receita
Os bônus do BTG, que são pagos em uma única parcela no início do ano, estão "altamente correlacionados com a receita", disse Fabrini. A empresa não quis fazer comentários sobre os bônus.
"A maior volatilidade nos mercados está reduzindo o número de bancos corporativos e de investimentos no Brasil e eles estão aumentando o foco na redução de custos e na maior eficiência", disse Ricardo Amatto, um dos sócios da empresa de headhunter Amrop Panelli Motta Cabrera, em São Paulo.
O BTG manteve sua posição no topo do ranking de assessores de M&A no primeiro semestre de 2013, segundo dados compilados pela Bloomberg. O banco cedeu a primeira posição em taxas de investment-banking no Brasil para o Itaú BBA em julho, o ramo de atacado do Itaú Unibanco Holding SA, de acordo com a Dealogic. O Itaú, com sede em São Paulo, o maior banco da América Latina em valor de mercado, gerou US$ 81 milhões em taxas, aumentando 8 por cento, disse Dealogic.
O Credit Suisse Group AG ficou em terceiro lugar com US$ 60 milhões, e o Banco Bradesco BBI SA ficou em quarto lugar, com US$ 51 milhões. Os funcionários dos bancos não quiseram comentar sobre os bônus.
Diferencial de bônus
Bancos dos Estados Unidos e da Europa têm diminuído bônus desde a crise financeira de 2008 e estavam pagando menos aos executivos do que seus concorrentes locais no Brasil, disse Fabrini, da Fesa. Esse diferencial pode diminuir este ano, porque os lucros dos bancos dos Estados Unidos estão aumentando, disse ela, acrescentando que é "muito cedo para dizer".
A "destruição de valor" nos mercados emergentes e a "fuga para a qualidade" dos investidores internacionais provavelmente vão manter os bônus caindo nos bancos brasileiros, de acordo com Amatto da Amrop.
É para isso que o BTG vem se preparando, disse o presidente do banco, Esteves, 45, em uma teleconferência com analistas, na semana passada. "Reduzimos nossa exposição ao risco em geral", disse ele. "Aumentamos a nossa liquidez para enfrentar um ambiente mais difícil, para estarmos preparados para as oportunidades que aparecem em momentos de crise".
São Paulo - O Grupo BTG Pactual, banco de investimentos liderado pelo bilionário brasileiro André Esteves, está cortando os bônus em meio ao deslize de receita e o mercado mais lento para fusões e aquisições em seis anos.
As provisões para bônus, que são pagos a todos os funcionários do banco com sede em São Paulo, caíram 31 por cento para R$ 426 milhões (US$ 188 milhões), no primeiro semestre de 2013 comparado com o ano anterior, disse a empresa em um comunicado, na semana passada. O recuo foi de 45 por cento no segundo trimestre em relação ao primeiro.
O BTG, maior assessor de M&A do Brasil, previu em janeiro que o volume de fusões iria aumentar cerca de 40 por cento este ano.
Em vez disso, as aquisições caíram, até julho, para o menor nível desde 2007, já que as perspectivas para o crescimento econômico pioraram.
Goldman Sachs Group Inc., UBS AG e Barclays Plc reagiram com redução de pessoal no Brasil, e mais credores podem seguir o BTG na redução de gratificações, de acordo com Renata Fabrini, sócia da empresa de executive-search Fesa.
"Quando um banco começa a pagar menos, os outros tendem a seguir o mesmo caminho, porque já não estão mais com medo de perder executivos para a concorrência", disse Fabrini em uma entrevista de São Paulo.
A receita do BTG caiu 17 por cento no primeiro semestre para R$ 2,7 bilhões. A cifra de receita que o BTG usa para calcular o bônus caiu 46 por cento do primeiro para o segundo trimestre, quando o banco perdeu R$ 106 milhões em operações com recursos próprios e R$ 149 milhões em investimentos imobiliários, de acordo com o comunicado da semana passada.
Relacionado à receita
Os bônus do BTG, que são pagos em uma única parcela no início do ano, estão "altamente correlacionados com a receita", disse Fabrini. A empresa não quis fazer comentários sobre os bônus.
"A maior volatilidade nos mercados está reduzindo o número de bancos corporativos e de investimentos no Brasil e eles estão aumentando o foco na redução de custos e na maior eficiência", disse Ricardo Amatto, um dos sócios da empresa de headhunter Amrop Panelli Motta Cabrera, em São Paulo.
O BTG manteve sua posição no topo do ranking de assessores de M&A no primeiro semestre de 2013, segundo dados compilados pela Bloomberg. O banco cedeu a primeira posição em taxas de investment-banking no Brasil para o Itaú BBA em julho, o ramo de atacado do Itaú Unibanco Holding SA, de acordo com a Dealogic. O Itaú, com sede em São Paulo, o maior banco da América Latina em valor de mercado, gerou US$ 81 milhões em taxas, aumentando 8 por cento, disse Dealogic.
O Credit Suisse Group AG ficou em terceiro lugar com US$ 60 milhões, e o Banco Bradesco BBI SA ficou em quarto lugar, com US$ 51 milhões. Os funcionários dos bancos não quiseram comentar sobre os bônus.
Diferencial de bônus
Bancos dos Estados Unidos e da Europa têm diminuído bônus desde a crise financeira de 2008 e estavam pagando menos aos executivos do que seus concorrentes locais no Brasil, disse Fabrini, da Fesa. Esse diferencial pode diminuir este ano, porque os lucros dos bancos dos Estados Unidos estão aumentando, disse ela, acrescentando que é "muito cedo para dizer".
A "destruição de valor" nos mercados emergentes e a "fuga para a qualidade" dos investidores internacionais provavelmente vão manter os bônus caindo nos bancos brasileiros, de acordo com Amatto da Amrop.
É para isso que o BTG vem se preparando, disse o presidente do banco, Esteves, 45, em uma teleconferência com analistas, na semana passada. "Reduzimos nossa exposição ao risco em geral", disse ele. "Aumentamos a nossa liquidez para enfrentar um ambiente mais difícil, para estarmos preparados para as oportunidades que aparecem em momentos de crise".