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Brasil é o maior mercado do mundo em demanda por estrutura esportiva, diz executivo do setor

Para o presidente do Bonham Group, Dean Bonham, o volume de reformas que o país exigirá para sediar a Copa do Mundo de 2014 é inédito na história e deve atrair atenção dos investidores

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A definição do Brasil como sede da Copa de 2014 deu o impulso que faltava para transformar o país no mercado esportivo mais importante do mundo, na opinião de Dean Bonham, presidente e executivo-chefe de uma das maiores empresas mundiais de consultoria para o setor, o americano Bonham Group. Na entrevista abaixo ele explica por que os olhos dos empresários da área esportiva devem se voltar para o Brasil, nos próximo anos.

Portal EXAME - A indicação do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 tornou mais atraente o mercado esportivo do país, para os investidores estrangeiros?

Dean Bonham - É indiscutível que um evento da dimensão da Copa do Mundo ajuda a chamar atenção para esse mercado e amplia a demanda por serviços ligados a isso, mas o Brasil já apresentava uma grande potencial refreado, independentemente da Copa. Ele já pode ser visto como o maior mercado do planeta, em termos de demanda por estrutura esportiva - e essa afirmação vem de alguém que conhece os mercados da Europa, da Ásia, do mundo todo.

Portal EXAME - Quais os setores que devem gerar mais negócios?

Bonham - Um exemplo do enorme potencial esportivo brasileiro é a necessidade de construção ou reforma de estádios. Os brasileiros investiram pouquíssimo nisso, nos últimos 50 anos, mas nos próximos cinco anos precisarão melhorar a estrutura de pelo menos dez estádios, já que 12 arenas esportivas precisarão estar prontas para o torneio e o país conta com apenas duas instalações que podem ser usadas sem grandes mudanças, o Maracanã e o Engenhão (ambos no Rio de Janeiro e utilizados no Pan 2007). É um mercado tremendo, nunca vi um país precisar investir tanto no setor, em tão pouco tempo.

Portal EXAME - Nesse cenário, o Bonham Group se interessa por investir no Brasil?

Bonham - Depende de como você define investir. Não vamos fazer aportes diretos na estrutura direta ou na construção dos estádios, já que essa não é nossa área. No entanto, acreditamos tanto no mercado brasileiro que abriremos um escritório do grupo no Rio de Janeiro, até por volta de 1º de dezembro. Queremos ajudar governos e empresas a desenvolver planos de construção das arenas, de implementação de marketing esportivo e de busca por modelos de negócio lucrativos, nesse setor. Recentemente, desenvolvemos a venda do direito de nomear um dos estádios mais modernos do mundo, em Londres, e negociamos um contrato de dois bilhões de dólares para que o lugar passase a se chamar O2. É nesse tipo de atividade que pretendemos colaborar.

Portal EXAME - A empresa tem procurado parcerias no Brasil?

Bonham - Já temos um parceiro brasileiro, mas ainda são sigilosos o nome da empresa e a área em que ela atua. Também já temos definida uma parceria com a Anschutz Entertainment para atuação na América do Sul. Eles são um dos maiores grupos globais de entretenimento e podem colaborar com os projetos ligados a essa área. E ainda estamos à procura de mais parcerias com companhias locais.

Portal EXAME - No Pan 2007, muitos dos orçamentos e prazos previstos para a construção dos estádios foram amplamente ultrapassados, o que deu margem a críticas sobre a organização e a a transparência na gestão dos recursos. Fatos como esse não podem atrapalhar o interesse da iniciativa privada em investir na Copa de 2014?

Bonham - O Pan 2007 revelou-se um evento muito bem organizado, ao final, um dos melhores da história desses jogos. Acredito plenamente na capacidade dos brasileiros de organizar um evento de primeiro nível, na Copa de 2014, e acho que a Fifa e o mundo inteiro pensam dessa maneira. Acredito inclusive que o Brasil será um forte candidato às Olimpíadas de 2020, caso corra tudo bem com a Copa. Os representantes governamentais com quem conversei parecem muito comprometidos em fazer um bom trabalho. É claro que isso não quer dizer que eles de fato farão um bom trabalho, mas se todos acreditam no Brasil, só falta o país acreditar em si.

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