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Besi Brasil registra lucro no 1º semestre

A subsidiária brasileira do Banco Espírito Santo passa por uma crise de identidade:pertence ao "banco bom", mas há dúvidas sobre como a intervenção funcionará


	Banco Espírito Santo: divisão brasileira já foi contaminada pela crise de Portugal
 (Mario Proenca/Bloomberg)

Banco Espírito Santo: divisão brasileira já foi contaminada pela crise de Portugal (Mario Proenca/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 14 de agosto de 2014 às 11h35.

São Paulo - O Besi Brasil, que era o braço de banco de investimento do Banco Espírito Santo (BES), e que agora faz parte do "novo banco", após sofrer intervenção do Banco de Portugal, reportou lucro líquido de R$ 25 milhões no primeiro semestre, um aumento de 77% sobre igual período do ano passado. 

O BES foi dividido em duas partes: o "novo BES" (novo banco), que responde pelos bons ativos, e "banco ruim", que responderá pelos ativos problemáticos da instituição privada da família Espírito Santo.

O ativo total da subsidiária no país totalizou R$ 7,387 bilhões, uma queda de 9% em relação ao primeiros seis meses de 2013. Carlos Guzzo, diretor de riscos e relações com investidores do Besi Brasil, ressaltou que, apesar da queda, o resultado semestral ficou acima da média dos últimos cinco anos, que girou em torno de R$ 6,5 bilhões ao ano desde 2009.

"O ano passado foi um ponto fora da curva, uma vez que o (BESI Brasil) registrou saldos da conta de instrumentos financeiros derivativos, de R$ 389,74 milhões, e uma movimentação na carteira própria de títulos de R$ 367,39 milhões", disse.

Segundo Guzzo, no fim do primeiro semestre 42,6% dos ativos da subsidiária brasileira estavam alocados em títulos públicos e 14,8% em títulos privados. "Se preciso for, temos liquidez (venda desses títulos)."

Crise de identidade

Em meio à turbulência pela qual passa a família Espírito Santo em seus mais diversos negócios financeiros e não financeiros, a subsidiária brasileira passa por uma crise de identidade. O Besi Brasil pertence ao "banco bom", mas há dúvidas no mercado de como essa intervenção vai funcionar de fato e como ficará a subsidiária em eventual venda de ativos para fazer caixa.

"Ninguém sabe de nada. Você liga no ‘novo banco’ e eles atendem como se fossem do banco Espírito Santo", disse uma fonte.

Segundo fontes, a divisão brasileira já foi em parte contaminada pela crise de Portugal. Executivos do banco afirmam que não dependem dos recursos de Lisboa para manter suas operações no Brasil, mas reconhecem que parte de seus clientes colocou projetos "em espera".

No Brasil, o foco do Besi é buscar receita em prestação de serviço no mercado de capitais, "project finance" (estruturação financeira) e operações de fusões e aquisições.

O Besi Brasil foi criado operacionalmente em 2001, resultante da venda do Banco Boa Vista ao Bradesco, que àquela época tinha como acionistas o BES, com 40%, o Credit Agricole, com outros 40%, e o grupo Monteiro Aranha, com 20%.

Com a transação, o BES decidiu criar um banco de investimento no País, o BESI Brasil, controlado pelo Besi de Portugal, com 80%, e Bradesco, com 20%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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