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Bateria da Tesla pode superar iPhone na corrida de US$ 1 bi?

A linha de baterias da Tesla para residências começou fazendo barulho, e seu valor pode ser comparado com outros produtos inovadores, como o iPhone original

As baterias Powerwall, da Tesla: reservas reportadas pela empresa estão avaliadas em aproximadamente US$ 800 milhões (Tim Rue/Bloomberg)

As baterias Powerwall, da Tesla: reservas reportadas pela empresa estão avaliadas em aproximadamente US$ 800 milhões (Tim Rue/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2015 às 18h00.

A nova linha de baterias grandes e empilháveis da Tesla para residências e empresas começou fazendo barulho.

As reservas reportadas pela empresa na primeira semana estão avaliadas em aproximadamente US$ 800 milhões, segundo números compilados pela Bloomberg Business.

Se a Tesla converter nem que seja uma fração dessas reservas em vendas concretas, o lançamento das baterias poderia se transformar em um dos maiores da história para uma nova categoria de produto.

O valor estimado das reservas de baterias da Tesla pode ser comparado com o de três outros produtos inovadores em suas épocas: o iPhone original, lançado em 2007; a estreia do Viagra, em 1998, e a introdução do carro movido a bateria Tesla Model S, em 2012.

O iPhone superou US$ 1 bilhão em vendas durante o seu terceiro trimestre no mercado, enquanto o Viagra e o Model S precisaram de um pouco mais de tempo.

A nova linha de baterias para armazenagem é desenvolvida para estender a energia solar para o horário noturno e economizar o dinheiro das empresas com suas contas de luz durante os caros horários de pico.

Qualquer comparação das baterias com smartphones e pílulas para a ereção, óbvio, é apenas uma interpretação.

A maior parte das receitas da Tesla com baterias virá das empresas distribuidoras de energia e não dos consumidores que esgotaram o iPhone e o Viagra.

O preço das novas baterias é, também, muito mais elevado.

As unidades Powerwall da Tesla, desenvolvidas para usuários domésticos, custam US$ 3.000 a US$ 3.500 cada uma, sem incluir a instalação, enquanto as baterias comerciais são vendidas em blocos incrementais de aproximadamente US$ 25.000.

A Tesla nem mesmo definiu o que se qualifica como uma “reserva” no momento.

Dos US$ 800 milhões em reservas da primeira semana, quase US$ 625 milhões vieram de empresas e distribuidoras de energia, cujas transações têm mais probabilidade de serem concluídas.

As reservas restantes, de usuários domésticos, são algo próximo a uma manifestação de interesse realizada por meio de um sistema de reservas on-line sem a exigência de condições.

Ganho de escala

Além disso, será muito mais difícil ampliar a escala da fabricação das baterias gigantes em relação à pequena pílula azul da Pfizer, que preenchia 46.000 prescrições por dia no final do primeiro mês no mercado.

A Tesla começará a entregar as baterias apenas no quarto trimestre e elas já estão esgotadas até meados de 2016.

Contudo, alcançar US$ 1 bilhão em interesse apenas alguns dias depois de lançar um produto inovador, é uma conquista significativa.

A Tesla precisará da receita proveniente das baterias o quanto antes: a empresa está queimando dinheiro para investir no SUV elétrico Model X, que deverá sair no final deste ano, no Model 3, um modelo mais acessivo programado para chegar em 2017, e em uma fábrica de baterias de US$ 5 bilhões para alimentar tudo isso.

Em uma conferência com analistas, na semana passada, o CEO da Tesla, Elon Musk, não descartou a possibilidade de que a divisão de baterias algum dia supere as receitas dos carros elétricos.

“Nós esquecemos muito facilmente que a Tesla é muito mais do que o Model S, simplesmente”, disse o analista do Morgan Stanley Adam Jonas em uma nota a investidores, na segunda-feira.

“Na semana passada, mais amigos, colegas, clientes e parentes me perguntaram sobre as virtudes do produto residencial Powerwall para uso doméstico pessoal do que a respeito de qualquer veículo fabricado por qualquer empresa automotiva que eu cobri em 18 anos como analista automotivo”.

Os produtos de armazenagem de eletricidade não são novos. Mas o preço, a força e a embalagem da Tesla destacam essas baterias de uma forma que lembra a diferença entre o primeiro iPhone e os smartphones que vieram antes dele.

Agora Musk trouxe um interesse público do nível dos lançamentos da Apple para algo que é, essencialmente, um produto de infraestrutura, mas com potencial para transformar a maneira em que as redes elétricas são gerenciadas e a velocidade de adoção da energia solar.

O próximo grande desafio será transformar esse interesse em receita contábil para a Tesla.

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