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Banco Mercedes Benz prevê aceleração do crédito em 2015

Segundo o banco, ritmo do financiamento de veículos no Brasil tende a ganhar força em 2015

Mercedes-Benz: fatores pontuais acendem a luz amarela para o possível aumento dos calotes, disse um executivo (Saulo Pereira Guimarães/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 17h22.

São Paulo - O ritmo do financiamento de veículos no Brasil tende a ganhar força em 2015, no encalço de uma retomada da atividade econômica, mas fatores pontuais acendem a luz amarela para o possível aumento dos calotes, disse um executivo do Banco Mercedes Benz.

"Temos uma previsão de crescimento da economia maior em 2015, mas estamos com a luz amarela acesa contra o aumento da inadimplência", disse à Reuters o diretor comercial do banco, Angel Martinez.

O dilema entre crescer e manter a qualidade da carteira tem sido um desafio para os bancos brasileiros, diante de uma economia que cresce pouco, da inflação alta e de incertezas sobre o governo recém-eleito da presidente Dilma Rousseff.

Especializado em financiamento de veículos comerciais, como caminhões e ônibus, o Mercedes Benz fechou outubro com carteira de crédito de 10,9 bilhões de reais, alta de 7,8 por cento em 12 meses. A alta anual até junho tinha sido de 10,4 por cento.

A desaceleração reflete a crise do setor automotivo brasileiro, cuja produção e vendas acumuladas até outubro caíram 16 e 8,9 por cento, respectivamente, ante mesmo período de 2013, segundo divulgou na semana passada a Anfavea.

Momentaneamente, os bancos de montadoras têm conseguido compensar em parte o encolhimento das vendas preenchendo o espaço deixado pelos bancos comerciais, que têm diminuído nos últimos anos a atuação em veículos para conter elevados níveis de inadimplência.

Em julho, o Banco Central flexibilizou as regras dos depósitos compulsórios, entre outras razões para estimular maiores empréstimos para compra de veículos. Segundo Martinez, a competição no setor não mudou recentemente.

Na semana passada, o Banco Votorantim, líder do mercado de financiamento de automóveis usados no país, disse que terá crescimento zero da sua carteira de crédito automotivo em 2015, cautela motivada pelo foco na qualidade da carteira.

Embora mostre otimismo em relação a 2015, Martinez evitou traçar metas para o Banco Mercedes Benz no período. Segundo ele, maiores investimentos de governos regionais em transporte público tendem a elevar as encomendas de ônibus, por exemplo.

Um dos fatores que poderia contribuir no caso dos ônibus seria o reajuste das tarifas de transporte público, congeladas em várias capitais desde o ano passado, após protestos que se espalharam pelo país.

"Um reajuste poderia tirar a pressão de muitas concessionárias de transportes, que poderiam então voltar a investir em renovação de frotas", disse Martinez.

No entanto, na semana passada o chefe da divisão global de ônibus da Mercedes Benz, Hartmut Shick, previu que vendas do mercado de ônibus no Brasil em 2015 oscilem entre 25 e 27 mil unidades ante estimativa de 25 mil veículos para este ano, o que representaria uma queda de 24 por cento sobre 2013.

No caso de caminhões, a esperança do banco é que linhas subsidiadas pelo BNDES, como o PSI Finame, também incentive antecipação de renovação de frotas antes da expiração da validade do benefício, no final do ano.

Economistas e profissionais do mercado financeiro avaliam que o governo Dilma terá que reduzir incentivos fiscais em 2015 para evitar um estouro das contas públicas.

A preocupação maior do banco Mercedes Benz, segundo Martinez, é com a possível deterioração da carteira se o cenário de crescimento econômico fraco e inflação alta se prolongar.

Na semana passada, a Petrobras anunciou um reajuste médio de 3 por cento nos preços da gasolina e de 5 por cento do diesel nas refinarias.

"O aumento dos custos, como o dos combustíveis, pesa no orçamento das famílias e das empresas", disse o executivo.

O índice de inadimplência do Banco Mercedes Benz, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, era de cerca de 2,6 por cento no fim de outubro, ante 2,8 cento um ano antes.

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"Temos uma previsão de crescimento da economia maior em 2015, mas estamos com a luz amarela acesa contra o aumento da inadimplência", disse à Reuters o diretor comercial do banco, Angel Martinez.

O dilema entre crescer e manter a qualidade da carteira tem sido um desafio para os bancos brasileiros, diante de uma economia que cresce pouco, da inflação alta e de incertezas sobre o governo recém-eleito da presidente Dilma Rousseff.

Especializado em financiamento de veículos comerciais, como caminhões e ônibus, o Mercedes Benz fechou outubro com carteira de crédito de 10,9 bilhões de reais, alta de 7,8 por cento em 12 meses. A alta anual até junho tinha sido de 10,4 por cento.

A desaceleração reflete a crise do setor automotivo brasileiro, cuja produção e vendas acumuladas até outubro caíram 16 e 8,9 por cento, respectivamente, ante mesmo período de 2013, segundo divulgou na semana passada a Anfavea.

Momentaneamente, os bancos de montadoras têm conseguido compensar em parte o encolhimento das vendas preenchendo o espaço deixado pelos bancos comerciais, que têm diminuído nos últimos anos a atuação em veículos para conter elevados níveis de inadimplência.

Em julho, o Banco Central flexibilizou as regras dos depósitos compulsórios, entre outras razões para estimular maiores empréstimos para compra de veículos. Segundo Martinez, a competição no setor não mudou recentemente.

Na semana passada, o Banco Votorantim, líder do mercado de financiamento de automóveis usados no país, disse que terá crescimento zero da sua carteira de crédito automotivo em 2015, cautela motivada pelo foco na qualidade da carteira.

Embora mostre otimismo em relação a 2015, Martinez evitou traçar metas para o Banco Mercedes Benz no período. Segundo ele, maiores investimentos de governos regionais em transporte público tendem a elevar as encomendas de ônibus, por exemplo.

Um dos fatores que poderia contribuir no caso dos ônibus seria o reajuste das tarifas de transporte público, congeladas em várias capitais desde o ano passado, após protestos que se espalharam pelo país.

"Um reajuste poderia tirar a pressão de muitas concessionárias de transportes, que poderiam então voltar a investir em renovação de frotas", disse Martinez.

No entanto, na semana passada o chefe da divisão global de ônibus da Mercedes Benz, Hartmut Shick, previu que vendas do mercado de ônibus no Brasil em 2015 oscilem entre 25 e 27 mil unidades ante estimativa de 25 mil veículos para este ano, o que representaria uma queda de 24 por cento sobre 2013.

No caso de caminhões, a esperança do banco é que linhas subsidiadas pelo BNDES, como o PSI Finame, também incentive antecipação de renovação de frotas antes da expiração da validade do benefício, no final do ano.

Economistas e profissionais do mercado financeiro avaliam que o governo Dilma terá que reduzir incentivos fiscais em 2015 para evitar um estouro das contas públicas.

A preocupação maior do banco Mercedes Benz, segundo Martinez, é com a possível deterioração da carteira se o cenário de crescimento econômico fraco e inflação alta se prolongar.

Na semana passada, a Petrobras anunciou um reajuste médio de 3 por cento nos preços da gasolina e de 5 por cento do diesel nas refinarias.

"O aumento dos custos, como o dos combustíveis, pesa no orçamento das famílias e das empresas", disse o executivo.

O índice de inadimplência do Banco Mercedes Benz, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, era de cerca de 2,6 por cento no fim de outubro, ante 2,8 cento um ano antes.

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