Banco Fator entrega documento sobre Varig/TAM ao BNDES
O Banco Fator entregou nesta quarta-feira ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) a carta-consulta sobre a fusão Varig/TAM. De acordo com a assessoria de imprensa do banco, o documento não traz valores definitivos para a participação do BNDES na nova empresa - mas sugere o valor de 600 milhões de reais como investimento máximo […]
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.
O Banco Fator entregou nesta quarta-feira ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) a carta-consulta sobre a fusão Varig/TAM. De acordo com a assessoria de imprensa do banco, o documento não traz valores definitivos para a participação do BNDES na nova empresa - mas sugere o valor de 600 milhões de reais como investimento máximo do banco na nova empresa. Esse investimento, ainda de acordo com a assessoria, pode diminuir conforme as negociações das empresas envolvidas. O documento pede a imediata entrada do governo na negociação com as empresas credoras da Varig.
O mercado há dias especula sobre como o banco irá participar da nova empresa. No início desta semana, Carlos Lessa, presidente do BNDES, afirmou que "não surpreenderá se o BNDES vier a ter participação na nova empresa".
O Banco Fator é o responsável pela modelagem da fusão das empresas e pelo pedido de ajuda ao governo. A Fundação Ruben Berta (FRB-Par), controladora de 87% do capital da Varig, aprovou o modelo da fusão no final de abril, desde que a companhia possua 5% de participação na nova empresa. No início da semana, entretanto, Gilmar Carneiro, integrante do conselho administrativo da FRB-Par, disse que "não haverá fusão se não ficarmos sabendo antes qual será a participação acionária da TAM."
O imbróglio da fusão Varig/TAM ganhou mais destaque esta semana depois a Varig anunciou 350 demissões durante o fim de semana e, além disso, teve suas ações suspensas pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Segundo a assessoria de imprensa, as demissões estavam planejadas desde a devolução de treze aeronaves e haviam sido adiadas por 30 dias a pedido do governo.
Hoje, em Brasília, o ministro da Defesa, José Viegas, afirmou que irá solicitar ao presidente em exercício da Varig, Alberto Fajerman, que a empresa detalhe um plano de demissões voluntárias para os funcionários da empresa e se disponha a negociá-lo com os trabalhadores. O ministro disse ainda que o governo estará acompanhando o processo de dispensas desencadeado pela fusão com a TAM. A expectativa é de demissão de cerca de 3.500 pessoas, do total de 15 mil que trabalham diretamente em aviação na Varig.
Quanto à eventual participação do BNDES na futura empresa a ser criada pela fusão Varig/TAM, Viegas disse que
que não tem nada contra. "Se for bom para as partes, acho ótimo", afirmou aos jornalistas.
Quanto a suspensão das ações, a Varig foi punida por não ter entregado a documentação necessária a Bovespa, que deu o prazo até o final do pregão desta quarta-feira para a companhia regularizar sua situação.