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B&A desiste de comprar fatia em projeto na Guiné

Este é o mais recente sinal de que projetos em países com elevado risco tornaram-se difíceis de vender


	Sede da BHP Billiton: venda de ativos em países de alto risco está se mostrando cada vez mais difícil em um ambiente de preços fracos para os metais e baixo apetite por risco no setor de mineração
 (Robert Cianflone/Getty Images)

Sede da BHP Billiton: venda de ativos em países de alto risco está se mostrando cada vez mais difícil em um ambiente de preços fracos para os metais e baixo apetite por risco no setor de mineração (Robert Cianflone/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 14h52.

Londres - A brasileira B&A Mineração desistiu da negociação para comprar a fatia da BHP Billiton no depósito de minério de ferro Mount Nimba, na Guiné, disseram fontes da indústria e do setor bancário, no mais recente sinal de que projetos em países com elevado risco tornaram-se difíceis de vender.

Depois de longas negociações, a B&A Mineração perdeu o interesse porque passou a perceber o projeto como muito caro, arriscado e difícil dos pontos de vista operacional e político, disseram as fontes.

A B&A é associação entre o ex-presidente da Vale Roger Agnelli e o banco BTG Pactual, do bilionário André Esteves.

Acionistas de grandes mineradoras como a BHP têm pressionado as empresas a reduzir o escopo de atuação, com corte de custos e mais retorno sobre os ativos existentes, ao invés de gastarem dinheiro no desenvolvimento de grandes novos projetos.

Por outro lado, a venda de ativos em países de alto risco está se mostrando cada vez mais difícil em um ambiente de preços fracos para os metais e baixo apetite por risco no setor de mineração.

Há questionamentos sobre a estabilidade política da Guiné e sobre a eventual autorização do governo para exportações atráves da Libéria, uma rota que é vital para tornar as minas rentáveis. Isso tem dificultado as decisões para investir em grande projetos de minério de ferro, como Mount Nimba e o depósito gigante Simandou, onde a Vale atualmente tem participação.

Uma das fontes disse que ficaria surpresa se visse outra companhia fazer uma oferta pelo projeto depois da desistência da B&A.


Fontes do mercado precificaram o negócio inicialmente entre 500 milhões e 600 milhões de dólares, mas mais recentemente disseram que os valores haviam despencado, devido às perspectivas ruins para os preços do minério de ferro e à crescente cautela das empresas de mineração.

A BHP decidiu sair de Mount Nimba em 2012, como parte do plano de desinvestimentos em ferro e outros projeto no África Ocidental.

A BHP, maior mineradora do mundo, tem participação de cerca de 40 por cento do consórcio que controla o depósito de Mount Nimba, enquanto que a mineradora de ouro Newmont detém outros 40 por cento.

Representantes da B&A não foram encontrados para comentar. A BHP não quis se pronunciar.

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