O mercado de cartões de crédito brasileiro sofreu mudanças que se refletiram em uma dança das cadeiras no ranking dos maiores emissores. Dividida ao meio, a Credicard, líder até 2005, legou a um dos herdeiros de sua base de clientes, o Itaú, o posto de empresa com maior participação em número de transações, de acordo com pesquisa realizada pela Credicard Itaú.

Fortalecido ainda pela recente compra do BankBoston, anunciada formalmente esta semana, o Itaú deixa a segunda posição que mantinha no ranking em 2005, junto com o Banco do Brasil, para assumir 25,8% de todas as transações realizadas com cartões de crédito no país. Em segundo lugar, com parcela de 18,5% das operações, está o Bradesco - outro que escalou um melhor posto no ranking com uma aquisição, a da American Express. O banco havia fechado o ano passado como o quarto maior emissor na análise das transações. Logo atrás vêm Banco do Brasil (13,6%), Citibank (10,8%) e Unibanco (8,5%). Classificado na 13ª posição na lista em 2005, o Citi conseguiu ficar entre os cinco maiores depois de receber a metade da carteira da Credicard. No ranking que segue o número de cartões de crédito emitidos, o Itaú também conseguiu tirar a liderança do Unibanco.

"Esses movimentos levam a uma mudança expressiva no mercado em termos de volume de transações e quantidades de cartões", afirma Fernando Chacon, da Credicard Itaú. Tanto que a previsão dos números do mercado para 2006 foi revisada. A estimativa agora é de que o setor movimente   160 bilhões de reais em 2006 e cresça 25,1% - em dezembro, esperava-se que as operações com cartões de crédito somassem 156 bilhões de reais, criando um avanço de 21,9%.

De acordo com estudo do Banco Central (BC), os pagamentos com cartão de crédito cresceram, em média, 29% ao ano entre 1999 e 2005. Nesse mesmo período, o volume transacionado com o dinheiro de plástico saltou, de acordo com o BC, de 41 bilhões de reais para 190 bilhões. No fim do ano passado, o dinheiro de plástico já representava 45% do total de pagamentos não realizados com papel-moeda, segundo dados do estudo "Diagnóstico do sistema de pagamento de varejo no Brasil", realizado pela instituição. "O avanço da tecnologia de informação, combinado com a redução de seus custos, tornou possível e economicamente viável o surgimento de meios eletrônicos de pagamento, como alternativa aos instrumentos em papel", afirmou a instituição.