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Aquisição da GVT será negativa para as concorrentes, diz Itaú

Ao ser adquirida pela francesa Vivendi, a GVT ganhará sinergias e participação no mercado

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Caso se concretize a aquisição da empresa brasileira de telecomunicações GVT pelo grupo francês Vivendi, todas as principais concorrentes do setor (Telefonica, NET, Telemar, Brasil Telecom e empresas de telefonia móvel) serão prejudicadas, ainda que em graus variados, na opinião da corretora do Itaú, que trabalha de forma independe do banco.

Segundo a corretora, a Telefônica perdeu uma boa oportunidade para comprar as ações da GVT quando os papéis chegaram a valer 15,50 reais. Nesta sexta-feira, às 13h20, eles valiam 41,72 reais, com 0,62% de baixa. Além disso, a Telefônica corre o risco de que a GVT, mais capitalizada e com um sócio forte, decida investir no mercado de São Paulo, onde a empresa espanhola já enfrenta a forte concorrência da NET.

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No caso da NET, o Itaú também acredita que o aumento na concorrência possa prejudicá-la. Por isso, os analistas estão cautelosos em relação aos papéis da operadora de TV a cabo e banda larga.

A expectativa também é negativa para a Oi e a Brasil Telecom, devido ao risco de também perderem participação no mercado.

E por fim, as operadoras de celular serão prejudicadas, tendo em vista o interesse das GVT-Vivendi de investir no serviço de operação móvel virtual (sigla MVNO correspondente em inglês a Mobile Virtual Network Operator). Esse serviço consiste na prestação do serviço móvel celular através do uso da rede de uma operadora tradicional sem que se detenha rede própria para tanto.

Detalhes da aquisição

A oferta do Vivendi, anunciada no dia 8 de setembro, prevê o pagamento de 42 reais por ação para que o grupo detenha 100% do capital social da GVT. O valor é mais baixo que o previsto no estatuto da empresa, que diz que uma oferta de aquisição deveria representar 125% da maior cotação das ações nos últimos 12 meses. Segundo a corretora Ativa, isso representa 47,49 reais.

No entanto, até agora, os controladores da companhia já sinalizaram que aceitarão alterar o estatuto e vender uma participação de 20%, mas analistas acreditam que o preço pago pelas ações poderá ter de ser revisto para atrair também os minoritários.

Segundo informou o Vivendi, a aquisição será feita por meio de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pelas ações da GVT no mercado, sob determinadas condições a serem cumpridas até 16 de outubro.

As condições são: aprovação dos acionistas da GVT; alteração em suas leis contratuais referente ao mecanismo de proteção para evitar ofertas hostis de compra, os chamados "poison pills", permitindo que a compra seja feita por menos de 47,49 reais por ação; e a aceitação de acionistas detentores de pelo menos 51% do capital social total da GVT. Este último é provavelmente o maior obstáculo a ser enfrentado, segundo a corretora do Itaú.

Em resumo, a transação deve ser benéfica para ambas as empresas, segundo o Itaú. "A Vivendi e a GVT irão capitalizar suas respectivas forças para permitir que a GVT continue a acelerar seu crescimento. A experiência da Vivendi em conteúdo dará suporte aos planos da GVT de entrar em novos mercados", disse o grupo francês.

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