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Aquisição da Reebok gera riscos para maior fabricante de calçados

Cerca de 40% da receita do grupo chinês Yue Yuen vem de contratos de fornecimento com as empresas envolvidas na negociação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

A anunciada aquisição da Reebok pela Adidas, por 3,8 bilhões de dólares, gera alguns riscos para o grupo chinês Yue Yuen, o maior fabricante de calçados esportivos do mundo. Cerca de 40% da receita da empresa chinesa provém de contratos de fornecimento com essas duas companhias. De acordo com analistas, o temor é que, uma vez unidas, Adidas e Reebok pressionem os fornecedores, a fim de conseguir reduções de custo por meio do ganho de escala de produção.

Segundo o americano The Wall Street Journal, os analistas acreditam que a Yue Yuen pode ser pressionada a reduzir suas margens de lucro para se adequar às novas exigências de seus clientes. "Estamos preocupados com uma potencial guerra de preços nos Estados Unidos [no setor de calçados esportivos] e seu impacto sobre as margens dos fornecedores", afirma um relatório do banco J.P. Morgan.

Já a Yue Yuen declara que não teme grandes impactos sobre seus negócios se a Adidas e a Reebok mantiverem uma política de atuação independente. "Não assistimos a um declínio dos pedidos da Nike e da Converse, após a fusão de ambas. Esperamos uma situação similar agora", afirmou Terry Yip, diretor de Relações com Investidores da Yue Yuen ao jornal americano. Em 2003, a Nike adquiriu a concorrente Converse, sem que houvesse impacto no ritmo de atividade do grupo chinês, de acordo com o J.P. Morgan.

Algumas análises, como o do banco Morgan Stanley, no entanto, apostam que a fusão será benéfica para os chineses, que poderão, inclusive, auxiliar a Adidas e a Reebok a obter ganhos de sinergia, como na área de logística.

A companhia chinesa também pode ser favorecida por uma política mais agressiva de vendas da Reebok na Ásia, após sua aquisição pela Adidas. "A Reebok não vai bem na Ásia e na Europa, mas a Adidas pode ajudar no desenvolvimento da rede de distribuição da empresa", afirma Keith Li, analista do G.K. Goh em Hong Kong. O resultado seria o aumento de vendas da Reebok e, por tabela, mais encomendas à Yue Yuen.

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