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Ambipar cria sistema inovador para reaproveitar água da chuva

Expectativa da empresa é captar, por ano, o equivalente a 75.000 galões grandes. A água captada é usada, entre outros fins, para abastecer caminhões-pipa e irrigar áreas verdes

Sede da Ambipar, em Nova Odessa (SP): água da chuva é usada para abastecer caminhões-pipa (Ambipar/Divulgação)
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Publicado em 10 de maio de 2021 às 09h00.

Última atualização em 17 de maio de 2021 às 18h12.

Quem visita a sede da Ambipar — empresa líder em gestão de resíduos — no município de Nova Odessa, às margens da Rodovia Anhanguera, em São Paulo, pode conferir de perto o sistema criado para captar, tratar e fazer o reúso da água da chuva.

Com capacidade de armazenamento de 60.000 litros, os equipamentos são capazes se tratar a água tanto para fins potáveis como não potáveis, e podem ser programados para descartar os primeiros minutos de água vinda de calhas, diques e tubulações, por exemplo. Todos os comandos são automatizados e acessados de forma remota, via celular.

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“Levando em conta o índice pluviométrico da região, que mede em torno de 1.317,1 mm/ano, nossa expectativa é reutilizar 1,5 milhão de litros de água por ano, o equivalente a 75.000 galões grandes de água”, explica Gabriel Estevam Domingos, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Ambipar.

Lançado em 22 de março, Dia Mundial da Água, o projeto “Sistema de Captação, Tratamento e Reúso de Alta Performance” vem sendo usado pela empresa para abastecer os caminhões-pipa utilizados em atendimentos emergenciais, como combates a incêndios, assim como na limpeza predial, na higienização de veículos, máquinas e caminhões, e na irrigação de jardins.

Crise hídrica

A iniciativa é uma forma de poupar água potável, especialmente diante de um cenário de escassez. Vale lembrar que, no final do ano passado, o Sistema Cantareira, responsável por abastecer cerca de 9 milhões de pessoas, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), atingiu o pior nível desde a crise hídrica de 2015, em São Paulo, quando chegou a fazer uso de sua reserva técnica — conhecida como volume morto.

“O sistema que criamos é uma forma de preservar esse recurso, principalmente diante da situação atual, em que o principal reservatório do estado de São Paulo encontra-se em baixa, com 51,5% da capacidade”, afirma Domingos.

Indicadores sociais e ambientais

Obra dos grafiteiros da ONG Ciclo Social Arte, do Jardim Ângela, em São Paulo: inspiração na fórmula molecular da água e em seu ciclo dinâmico para transformar equipamentos em arte (Ambipar/Divulgação) (Ambipar/Divulgação)

Além da preservação do recurso hídrico, o projeto contou com a participação de membros do Ciclo Social Arte, uma ONG da comunidade Jardim Ângela, em São Paulo. Por meio do grafite, eles transformaram os novos equipamentos em arte.

O Complexo de PD&I da Ambipar também atende aos indicadores ambientais e conta com uma horta colaborativa de produção de hortaliças e legumes orgânicos e uma área verde regada com a água de reúso. O projeto também usa a compostagem dos restos de alimentos orgânicos do restaurante para adubar a terra.

Além disso, o piso é ecológico (feito de resíduos reciclados), conta com luz solar natural e um painel de cálculo e neutralização da pegada de carbono por meio do Carbon Z, um app desenvolvido pela Ambipar que permite calcular de forma prática, segura e eficaz a “pegada ecológica” da emissão de CO2 de pessoas, empresas e indústrias. E o mais importante: realizar sua neutralização por meio do plantio de árvores nativas em áreas degradadas.

Quer saber mais? Clique aqui e faça um tour virtual pela sede da Ambipar.

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