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Escritório compartilhado nem sempre é produtivo, diz estudo

Segundo levantamento da Universidade de Sydney, a falta de privacidade ao falar é o que mais incomoda os trabalhadores que dividem o ambiente de trabalho


	Escritório: entre os que trabalham em salas privadas, menos de 20% reclamam de falta de privacidade ao falar 
 (Getty Images)

Escritório: entre os que trabalham em salas privadas, menos de 20% reclamam de falta de privacidade ao falar  (Getty Images)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 13h50.

São Paulo -  Em um ambiente de trabalho aberto, livre de salas, portas fechadas e divisórias, é mais fácil se comunicar, interagir e, portanto, produzir, certo? Errado! Pelo menos é o que diz um estudo feito por dois pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália. Os resultados foram divulgados pela Harvard Business Review.

De acordo com a pesquisa de Jungsoo Kim e Richard de Dear, quem divide um único espaço no emprego reclama não só de barulho ou falta de privacidade como até mesmo da qualidade do ar compartilhado e das cores e texturas usadas pelos colegas em suas mesas. Foram ouvidos mais de 42 mil funcionários em 303 prédios corporativos.

O principal problema, segundo o levantamento é a falta de privacidade ao falar. Sessenta por cento das pessoas que trabalham em células, por exemplo, disseram estar frustrados em relação à privacidade do som no ambiente de trabalho. Metade daqueles em cujas mesas não há divisão nenhuma reclamaram do mesmo.

Entre os que têm salas privadas, o número não chega a 20%. Além disso, foram registrados aborrecimentos em relação à privacidade visual e a temperatura do ambiente - a típica disputa por ligar ou desligar o ar condicionado.

Na mesma linha, 30% daqueles que têm células e 25% dos que trabalham em ambientes sem nenhuma repartição estão incomodados com o barulho feito pelos colegas. O mesmo problema é apontado por pouco mais de 10% dos que têm salas - privadas ou não. 

No estudo, de Dear e Kim citam uma outra pesquisa que diz que a perda de produtividade devido à distração por barulho é duplicada em escritórios abertos em comparação com escritórios privados e que as tarefas que exigem "processo verbal complexo" estavam mais propensas a serem perturbadas do que tarefas relativamente simples ou de rotina.

Ainda segundo os pesquisadores, a facilidade de comunicação e interação - principal contribuição dos escritórios abertos - não compensariam essa perda de produtividade, já que a "facilidade de interação" foi uma questão levantada por menos de 10% dos entrevistados, independente do tipo de escritório em que trabalham.

A pesquisa ainda conclui que quem trabalha em escritórios fechados é mais feliz do que quem compartilha o ambiente, já que estes relataram a menor quantidade de frustrações nos 15 fatores pesquisados. Por outro lado, curiosamente, os mais insatisfeitos são aqueles que têm divisórias altas em suas mesas - eles atingiram os menores índices de satisfação em 13 dos 15 fatores. 

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