A AmBev anunciou lucro líquido 354,7% maior no primeiro trimestre de 2006, no valor de 655,9 milhões de reais. Este foi o terceiro maior lucro trimestral da história da companhia, de acordo com a consultoria Economática, e o sexto maior entre as companhias com ações listadas na Bovespa que já divulgaram seus resultados para o período.

Segundo comunicado da companhia, a comparação com os resultados do mesmo período de 2005 mostrou ainda crescimento de 7,4% da receita líquida consolidada, gerada, em sua maior parte, pelas operações da companhia no Brasil.

A empresa também foi beneficiada por gastos menores para quase quintuplicar o ganho líquido. As despesas financeiras caíram 88,6%, para um total de 36,3 milhões de reais, favorecidas pela ação do câmbio sobre financiamentos. Com a ajuda da variação cambial, a AmBev passou de um prejuízo financeiro líquido de 275,2 milhões de reais no primeiro trimestre de 2005 para um de 170 milhões nos três primeiros meses de 2006.

Além disso, caíram também em 1,5%, para 1,325 bilhão, o custo dos produtos vendidos, e em 13,3%, para 176,4 milhões, as despesas gerais e administrativas.

Apesar da disparada do lucro líquido contra o resultado de um ano antes, o lucro bruto da companhia cresceu muito menos: 12,5%, de 2,350 bilhões de reais para 2,644 bilhões.O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) avançou 17,7%, para 1,709 bilhão.

A AmBev se mostrou satisfeita no comunicado com os resultados no Brasil, onde detém 68,9% do mercado de cervejas. O volume de vendas de cerveja cresceu 8,1%, "fortemente impulsionado pelo verão de temperaturas elevadas, aumento da renda disponível e maior market share", como justificou a companhia. Já as vendas de refrigerantes cresceram 12,5% no trimestre.

Na Quilmes Industrial S/A, fábrica argentina na qual a AmBev detém participação, houve 32,6% de aumento nas vendas. No entanto, as operações da companhia na América Latina hispânica "permanecem abaixo de nossa expectativa, fruto principalmente da acirrada concorrência na maioria desses mercados", afirmou a administração da companhia no relatório. O Ebitda dessas operações, chamadas pela companhia de Hila-ex, ficou negativo em 24,5 milhões de reais, uma perda de 32,1 milhões frente ao primeiro trimestre de 2005. Na Labbat, braço da AmBev na América do Norte, o Ebitda foi positivo em 107 milhões de reais.

Na análise da receita consolidada do grupo, de 3,969 bilhões de reais, as operações do Brasil foram responsáveis por 67,3% do total, deixando 18,3% à atuação na América do Norte e 14,5% à América Latina hispânica.