Ambev eleva lucro no 2º tri, mix de embalagens afeta margens
Companhia sofreu uma redução na margem de rentabilidade, pressionada pelo mix de embalagens no período
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2014 às 08h42.
São Paulo - A Ambev viu seu lucro avançar no segundo trimestre com ajuda da Copa e do aumento no volume de cervejas no Brasil, mas sofreu uma redução na margem de rentabilidade, pressionada pelo mix de embalagens no período. Nesta quinta-feira, a maior empresa de bebidas da América Latina divulgou lucro líquido de 2,2 bilhões de reais entre abril e junho, alta de 15,9 por cento na comparação anual, em linha com a previsão média de analistas em pesquisa da Reuters.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou 3,3 bilhões de reais no trimestre, alta de 2,7 por cento sobre um ano antes, mas abaixo da projeção de analistas de 3,6 bilhões. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, caiu 2,1 pontos percentuais, a 40,7 por cento.
Segundo a Ambev, a redução foi fruto de um efeito não recorrente do mix de embalagens, após ter investido em latinhas, que possuem menor margem que as embalagens retornáveis, além de edições especiais para a Copa do Mundo.
"Também tivemos um impacto negativo dos hedges de moeda mais altos, parcialmente compensados por hedges de commodities mais favoráveis", disse a Ambev, ao explicar avanço de 12,3 por cento no custo dos produtos vendidos (CPV) por hectolitro no Brasil, seu princial mercado, durante o segundo trimestre.
Em comentário de desempenho, a companhia afirmou não esperar "qualquer efeito adicional significativo para o mix no segundo semestre", mantendo a projeção para o ano de crescimento de um dígito médio no CPV por hectolitro. Entre abril e junho, o volume de cervejas no país avançou 7,2 por cento sobre igual período do ano passado.
Copa e perspectivas
Diante da campanha "Copa sem aumento", lançada para incentivar a manutenção do preço das cervejas durante o torneio de futebol, e de um desempenho de vendas desfavorável na Argentina, a companhia viu a receita líquida total avançar 8 por cento no segundo trimestre, a 8,2 bilhões de reais, abaixo da expectativa de analistas de 8,4 bilhões.
Mas a Ambev comemorou os resultados da competição, acrescentando ter elevado sua participação no mercado de cerveja brasileiro em 0,9 ponto percentual sobre o primeiro trimestre, a 68,4 por cento. "De acordo com nossas estimativas, o evento contribuiu com aproximadamente 1,4 milhão de hectolitros adicionais ao nosso volume de cerveja, acima de nossas estimativas iniciais de 4 vezes o impacto de 300 mil hectolitros da Copa das Confederações", disse a Ambev, completando que cerca de 80 por cento desse volume foi concentrado no segundo trimestre.
Após aumento de 11,8 por cento na receita líquida consolidada do primeiro semestre, a Ambev estimou que deve encerrar 2014 com um avanço nessa linha no limite superior da previsão dada anteriormente, de entre um dígito alto e dois dígitos baixos. A companhia também manteve a projeção de investir no Brasil um volume inferior aos 2,8 bilhões de reais do ano passado, seguindo revisão divulgada junto com os resultados do primeiro trimestre.