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AES fechou acordo com Enron para comprar Eletropaulo pelo preço mínimo

São Paulo, 21 de maio (Portal EXAME) Um acordo entre as empresas de energia americanas AES e Enron teria selado a compra da Eletropaulo pelo preço mínimo no leilão de privatização da empresa em 1998, segundo reportagem publicada hoje pelo jornal britânico Financial Times. Na época, a distribuidora paulista foi arrematada por 1,178 bilhão de […]

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

São Paulo, 21 de maio (Portal EXAME) Um acordo entre as empresas de energia americanas AES e Enron teria selado a compra da Eletropaulo pelo preço mínimo no leilão de privatização da empresa em 1998, segundo reportagem publicada hoje pelo jornal britânico Financial Times. Na época, a distribuidora paulista foi arrematada por 1,178 bilhão de dólares pelo consórcio Light, que reunia AES, Electricité de France (EdF), Houston Industries e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O governo brasileiro e o mercado acreditavam que a venda da Eletropaulo, a maior distribuidora de energia da América Latina, poderia render muito mais. A Enron, junto com o grupo brasileiro VBC, estava no páreo e contrariando as expectativas não apresentou sua proposta.

De acordo com o Financial Times, a Enron não fez seu lance apenas para garantir que o consórcio da AES arrematasse a empresa pelo preço mínimo. Em troca, teria ficado acertado que ambas AES e Eletropaulo construiriam e operariam uma usina de gás para abastecer a Eletropaulo. Passado o leilão, os sócios da AES no consórcio, que não sabiam do acordo, teria refutado a proposta. Um dos executivos da Light, consultados pela AES, teria negado seu apoio ao acordo, mas sua posição foi ignorada.

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Ex-funcionários da Enron envolvidos na negociação estimaram que o contrato de fornecimento poderia render de 200 a 800 milhões de dólares. A proposta estaria dentro dos interesses da Enron, que na época já tinha plano de crescer no mercado brasileiro de gás. Hoje a empresa é sócia em várias distribuidoras, tem usinas e participação no gasoduto Brasil-Bolívia.

O jornal Financial Times aponta Tom Tribone, então no comando da AES no Brasil, David Travesso e Oscar Prieto, na época executivos da AES brasileira, como os principais responsáveis pelas negociações com a Enron. Prieto, hoje presidente da Comgás, negou seu envolvimento. Travesso publicou nota oficial desmentindo sua participação e Tribone declarou ao jornal desconhecer que tal acordo tenha sido fechado. Pela Enron, as negociações teria envolvido Rebecca Mark, executiva-chefe da Enron International, e Jim Bannantine, responsável pelas operações da América do Sul.

O acordo também teria tido aval do escritório de direito Ulhoa Canto, que negou a versão da Enron para o caso. Depois que o acordo não foi cumprido, a Enron teria enviado um termo de rescisão à Light, mas a Houston Industries, único acionista da Light a responder, disse que não poderia assinar nenhuma rescisão porque o acordo feito pela AES não tinha sido aprovado pela empresa.

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