Acordo leva Mercuria ao clube de elite das commodities
Compra do negócio de commodities físicas do JPMorgan é o ponto culminante de uma jornada de dez anos dos traders Marco Dunand e Daniel Jaeggi
Da Redação
Publicado em 19 de março de 2014 às 18h44.
Nova York/Londres - Os três grandes acabam de passar a ser os quatro grandes.
A compra do negócio de commodities físicas do JPMorgan pela Mercuria é o ponto culminante de uma jornada de dez anos dos traders suíços Marco Dunand e Daniel Jaeggi, dois homens que transformaram uma pequena casa comercial em uma operação capaz de rivalizar com os maiores no ramo dos recursos naturais.
Dunand e Jaeggi deram início aos negócios da Mercuria em 2004, quando adquiriram uma participação na casa de comércio J+S, cujo foco era a Polônia.
Mas comprar o maior negociador de petróleo e metais em Wall Street por 3,5 bilhões de dólares fez com que dessem um salto para o clube de elite dos titãs globais das commodities, ao lado da Glencore Xstrata , Vitol e Trafigura.
Dunand disse nesta quarta-feira que os mais de 60 anos de experiência comercial dele e Jaeggi, somados --começando como operadores de produtos agrícolas na Cargill até ascenderem na hierarquia em prestigiadas empresas de commodities, tais como a operação J.Aron, da Goldman Sachs, e a negociadora de petróleo Phibro--, ajudaram neste desafio.
"Eu poderia, claro, dizer a vocês que eu quero ser o rei do mundo, mas a realidade é que estamos mudando para nos adaptarmos", disse Dunand à Reuters. "Queremos um rápido crescimento em um mundo em constante mutação. Nosso modelo está em boa parte entre uma empresa de comércio tradicional e um banco." Poucos descartariam a possibilidade de uma maior expansão.
A Mercuria, assim chamada em homenagem ao deus romano do comércio, estava crescendo rapidamente, mesmo antes da compra da unidade do JPMorgan. Seu volume de negócios em 2013 foi de mais de 100 bilhões de dólares pela primeira vez, com um lucro estimado em mais de 400 milhões de dólares.
Seu atual quadro de funcionários, de 700 pessoas, provavelmente vai expandir-se muito após a compra da unidade da JPMorgan. A divisão de commodities físicas do banco emprega hoje cerca de 600 pessoas, entre traders e operadores comerciais.
O valor total do negócio foi de 3,5 bilhões de dólares, segundo informou o JPMorgan em um comunicado, um pouco maior que os 3,3 bilhões de dólares que o banco havia avaliado suas operações em um esboço inicial, de acordo com fontes do setor. O acordo em dinheiro deverá ser concluído no terceiro trimestre deste ano.
O negócio abrange uma grande operação de energia norte-americana, incluindo grandes tanques de armazenamento perto das areias betuminosas canadenses, operações substanciais de gás e de energia elétrica, e um acordo de suprimento e comercialização com uma das maiores refinarias da Costa Leste dos Estados Unidos.
Inclui ainda o negócio de armazenamento de metais da Henry Bath, o que deve ajudar a operação de comércio de metais da Mercuria, liderada pelo ex-chefe de commodities do Barclays Roger Jones desde o ano passado.
Dunand disse que embora a empresa não tenha planos de abrir o capital, como a Glencore, listada em Londres, está ainda considerando vender uma participação considerável na empresa para um investidor estratégico na Ásia.
Esse plano foi exposto pela primeira vez no ano passado, mas deixado em suspenso enquanto a empresa finalizava o negócio com o JPMorgan.
Dunand e Jaeggi, ambos com pouco mais de 50 anos, ainda possuem quase um terço da Mercuria entre si, e cerca de metade pertence a funcionários de alto escalão, num esquema de equities.
Um dos benefícios para a Mercuria com o negócio é a expansão para a América do Norte, onde os negócios do setor de energia têm sido impulsionados pela revolução do petróleo de xisto.
Nova York/Londres - Os três grandes acabam de passar a ser os quatro grandes.
A compra do negócio de commodities físicas do JPMorgan pela Mercuria é o ponto culminante de uma jornada de dez anos dos traders suíços Marco Dunand e Daniel Jaeggi, dois homens que transformaram uma pequena casa comercial em uma operação capaz de rivalizar com os maiores no ramo dos recursos naturais.
Dunand e Jaeggi deram início aos negócios da Mercuria em 2004, quando adquiriram uma participação na casa de comércio J+S, cujo foco era a Polônia.
Mas comprar o maior negociador de petróleo e metais em Wall Street por 3,5 bilhões de dólares fez com que dessem um salto para o clube de elite dos titãs globais das commodities, ao lado da Glencore Xstrata , Vitol e Trafigura.
Dunand disse nesta quarta-feira que os mais de 60 anos de experiência comercial dele e Jaeggi, somados --começando como operadores de produtos agrícolas na Cargill até ascenderem na hierarquia em prestigiadas empresas de commodities, tais como a operação J.Aron, da Goldman Sachs, e a negociadora de petróleo Phibro--, ajudaram neste desafio.
"Eu poderia, claro, dizer a vocês que eu quero ser o rei do mundo, mas a realidade é que estamos mudando para nos adaptarmos", disse Dunand à Reuters. "Queremos um rápido crescimento em um mundo em constante mutação. Nosso modelo está em boa parte entre uma empresa de comércio tradicional e um banco." Poucos descartariam a possibilidade de uma maior expansão.
A Mercuria, assim chamada em homenagem ao deus romano do comércio, estava crescendo rapidamente, mesmo antes da compra da unidade do JPMorgan. Seu volume de negócios em 2013 foi de mais de 100 bilhões de dólares pela primeira vez, com um lucro estimado em mais de 400 milhões de dólares.
Seu atual quadro de funcionários, de 700 pessoas, provavelmente vai expandir-se muito após a compra da unidade da JPMorgan. A divisão de commodities físicas do banco emprega hoje cerca de 600 pessoas, entre traders e operadores comerciais.
O valor total do negócio foi de 3,5 bilhões de dólares, segundo informou o JPMorgan em um comunicado, um pouco maior que os 3,3 bilhões de dólares que o banco havia avaliado suas operações em um esboço inicial, de acordo com fontes do setor. O acordo em dinheiro deverá ser concluído no terceiro trimestre deste ano.
O negócio abrange uma grande operação de energia norte-americana, incluindo grandes tanques de armazenamento perto das areias betuminosas canadenses, operações substanciais de gás e de energia elétrica, e um acordo de suprimento e comercialização com uma das maiores refinarias da Costa Leste dos Estados Unidos.
Inclui ainda o negócio de armazenamento de metais da Henry Bath, o que deve ajudar a operação de comércio de metais da Mercuria, liderada pelo ex-chefe de commodities do Barclays Roger Jones desde o ano passado.
Dunand disse que embora a empresa não tenha planos de abrir o capital, como a Glencore, listada em Londres, está ainda considerando vender uma participação considerável na empresa para um investidor estratégico na Ásia.
Esse plano foi exposto pela primeira vez no ano passado, mas deixado em suspenso enquanto a empresa finalizava o negócio com o JPMorgan.
Dunand e Jaeggi, ambos com pouco mais de 50 anos, ainda possuem quase um terço da Mercuria entre si, e cerca de metade pertence a funcionários de alto escalão, num esquema de equities.
Um dos benefícios para a Mercuria com o negócio é a expansão para a América do Norte, onde os negócios do setor de energia têm sido impulsionados pela revolução do petróleo de xisto.