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A estratégia do Burger King para a Black Friday é turbinar o clube de troca de pontos por lanches

Desde 2021, a empresa tem um clube de descontos no aplicativo, e boa parte dos descontos se concentrará lá

Black Friday do Burger King: estratégia é levar o consumidor para dentro do aplicativo (Burger King/Divulgação)

Black Friday do Burger King: estratégia é levar o consumidor para dentro do aplicativo (Burger King/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 22 de novembro de 2023 às 11h57.

Última atualização em 22 de novembro de 2023 às 12h11.

É difícil desassociar a imagem da Black Friday no Brasil das promoções agressivas de preços das redes de fast-food. Nos últimos anos, teve hambúrguer sendo vendido por R$ 1 e sorteio de lanches gratuitos. Por isso, é comum que os consumidores já criem, desde cedo no mês, expectativas para saber quais serão as “promos da vez”. 

O Burger King sabe disso — e coloca esse frisson pelos preços competitivos no centro da sua estratégia para a Black Friday. “O Burger King faz parte da conversa da sociedade, e as pessoas já esperam para ver qual será a promoção do ano”, diz a head de marca do Burger King, Mayra Dietzold. “É um movimento importante para gente. Não tão representativo do ponto de vista econômico e de faturamento, mas importante para a marca. Temos de aproveitar”. 

Neste ano, além de aproveitar para posicionar a marca no centro das rodas da conversa, o Burger King quer usar a Black Friday para ampliar a sua comunidade de clientes. 

Desde 2021, a empresa tem um clube de descontos no aplicativo. O usuário precisa fazer um cadastro gratuito e, participando do programa, tem acesso a descontos e vai acumulando pontos — que pode trocar por produtos do próprio restaurante. Na Black Friday, os mesmos lanches vão custar "menos pontos". 

A estratégia neste ano é incentivar quem quiser aproveitar os descontos da Black Friday a criar uma conta no clube. Por isso, parte dos descontos será na troca de pontos — ou com cupons exclusivos no aplicativo.

“Estamos investindo muito em tecnologia”, afirma Mayra. “Entendemos o Burger King como uma foodtech. E o clube serve como uma fonte de informação. Sabemos qual é a jornada do cliente, o que ele gosta de comer, quais promoções gosta. E nosso objetivo é conseguir, ao longo do tempo, identificar toda venda e criar ofertas personalizadas usando inteligência artificial. Queremos sempre associar a tecnologia na jornada do cliente”. 

Burger King: a empresa de tecnologia que olha dados e vende hambúrgueres

Estratégia em parceria

Neste ano, a Black Friday do Burger King é em parceria com a Pepsi. As duas marcas já trabalham juntas há um bom tempo. A rede de fast-food, por exemplo, só vende bebidas da PepsiCo. “Aproveitamos a estratégia de comunicar a Pepsi Black com a Black Friday”, diz Mayra. “Fizemos combos com refrigerantes e, por exemplo, teremos refrigerante com refil por 10 pontos do nosso clube, o que é muito pouco. Idealizamos juntos com a Pepsi e a Ambev”. 

Outra promoção será a venda de uma “caixa misteriosa”. Por 150 pontos, o cliente resgata a caixa misteriosa e pode ganhar vários prêmios, entre eles o combo Whopper, que é um dos carros-chefe da empresa. “É a metade de quanto ele custaria”, diz a executiva. 

Promoções disseminadas

Hoje, o Burger King tem quase mil lojas, na grande maioria dos estados brasileiros. Dessas, 80% são próprias e 20% por um pool de franqueados. 

Para conseguir fazer com que as promoções chegassem iguais em uma grande quantidade de operações, a estratégia foi, também, olhar para o aplicativo. Assim, o cliente precisa resgatar a promoção pelo app, mesmo que compre na loja. Ele retira o cupom na plataforma, apresenta no balcão e consegue o desconto.

Veja mais estratégias da Black Friday: 

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