99, Caoa, Movida e outras fazem aliança para desenvolver carros elétricos
Ao todo, nove empresas do setor de mobilidade urbana formam coalizão para democratizar veículos no Brasil
Karina Souza
Publicado em 25 de abril de 2022 às 15h10.
Última atualização em 25 de abril de 2022 às 16h45.
Nove empresas — entre elas 99, Caoa Cherry, Ipiranga, Movida, Raízen, Tupinambá Energia, Unidas e Zletric — anunciaram nesta segunda-feira uma coalizão para promover carros elétricos no Brasil. A Aliança pela Mobilidade Sustentável visa impulsionar a infraestrutura para esses veículos no país, segundo a 99, que lidera a iniciativa.
As principais metas da 99 com a parceria são: aumentar a participação de carros elétricos para 10% das vendas, criar 10 mil estações públicas de carregamento e ter 100% da frota do app até 2030. O fato de o app ter 750 mil motoristas parceiros em atuação pode fornecer a escala necessária para incentivar a demanda.
“A adoção de carros elétricos subiu 100% em um ano. Esses automóveis possuem menos impacto ambiental, preservam a saúde das pessoas e também reduzem custos com combustível em até 75%, mas ainda são muito mais caros do que os convencionais”, diz Thiago Hipólito, diretor do DriverLAb da 99.
Para desenvolver esse ecossistema no Brasil, a companhia conta com a experiência adquirida no mercado chinês, em que opera mais de 30% de todas as estações públicas de carregamento por meio de uma rede de parcerias.
A ideia é unir diferentes agentes da cadeia do setor automotivo para alavancar o desenvolvimento do setor. E, para isso, ter cada vez mais empresas envolvidas na Aliança, incluindo o poder público e Terceiro Setor.
Não foram divulgadas até o momento informações sobre investimentos a serem realizados pelas empresas ao longo do tempo. Na 99, a ação faz parte do investimento previsto de R$ 250 milhões nos próximos três anos para a vertical DriverLab, sendo R$ 100 milhões em 2022.
No país, montadoras têm feito esforços recorrentes para tornar os elétricos uma opção cada vez mais acessível. Os principais desafios até o momento — para se alcançar patamares como o dos EUA e China — residem nas baterias dos automóveis (caras e ainda sem opção definida de descarte) e um plano nacional de infraestrutura para os novos veículos.
No meio disso tudo, ainda há a discussão sobre o Etanol — amplamente disseminado no país e também classificado como um combustível “verde”. Uma alternativa que não existe em outros países que têm priorizado elétricos.
O cenário deve continuar quente para o setor ao longo dos próximos anos, e o setor como um todo sabe disso. Em meio às dificuldades com a falta de semicondutores para a fabricação de veículos — e às crescentes preocupações com o clima — a Aliança deve mostrar que o Brasil tem espaço para lidar com os elétricos. As questões que ficam, por enquanto, são as mesmas: quanto isso vai custar e qual será a contribuição real possível de ser atingida pelas empresas no país.