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Zuma visita mina para defender sua gestão após massacre

A visita aconteceu uma semana após a morte de 34 mineiros grevistas por disparos da polícia

Zuma visita a mina de Marikana: "quero que saibam que o governo jamais planejou a morte dos mineiros, nem se reuniu com ninguém para planejar um massacre" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2012 às 12h49.

Marikana - O presidente da África do Sul , Jacob Zuma, visitou nesta quarta-feira a mina de Marikana, quase uma semana depois do massacre no qual morreram 34 trabalhadores por disparos da polícia, em uma tentativa de defender sua gestão e acalmar os ânimos dos mineiros, em greve há doze dias.

Zuma chegou ao povoado de Marikana, a cem metros do lugar do massacre, acompanhado de um forte aparato policial e rodeado de grande tensão, para conversar com os grevistas, que na terça-feira recriminaram o presidente por não ter visitado os mineiros.

Perante três mil trabalhadores, os líderes sindicais lembraram o presidente de como a polícia abriu fogo contra eles na quinta-feira passada.

Os mineiros, que trabalham em uma mina de platina, mostraram a Zuma capsulás de balas disparadas pelos agentes, assim como roupas manchadas de sangue, que foram recolhidas no lugar do massacre.

"Não faz sentido voltar a trabalhar nessas mesmas condições", afirmaram os sindicalistas, que reivindicam um salário mensal de 12.500 rands (R$ 3 mil), frente aos 4.000 rands (R$ 978,4) que ganham neste momento.


O presidente, que se dirigiu aos empregados em xhosa, a língua principal dos grevistas, assegurou que retornou à África do Sul de Moçambique, onde assistiria a uma cúpula africana na sexta-feira passada, assim que teve informações sobre a situação.

"Quero que saibam que o governo jamais planejou a morte dos mineiros, nem se reuniu com ninguém para planejar um massacre", assegurou Zuma em resposta às acusações dos grevistas.

O líder afirmou que irá transferir as exigências dos trabalhadores à companhia Lonmin, proprietária da mina de platina de Marikana.

"Não falei com eles ainda porque queria falar com vocês primeiro", acrescentou o governante.

No final da reunião, vários mineiros disseram que a visita do presidente não foi convincente.

"É tarde demais. Vamos seguir em greve. Zuma não é a solução", disseram os mineiros sob condição de anonimato.

A Lonmin anunciou que as instalações permanecerão fechadas na quinta-feira, justo no dia em se completa uma semana da tragédia, quando será realizada uma cerimônia em lembrança dos mortos.

Desde que a greve teve início, 44 pessoas já perderam a vida na mina de Marikana. E o conflito se estendeu nesta quarta a outras duas minas nas imediações de Makinara.

Os trabalhadores de outras quatro minas próximas a Lonmin também estão promovendo reuniões para preparar possíveis ações sindicais.

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Zuma chegou ao povoado de Marikana, a cem metros do lugar do massacre, acompanhado de um forte aparato policial e rodeado de grande tensão, para conversar com os grevistas, que na terça-feira recriminaram o presidente por não ter visitado os mineiros.

Perante três mil trabalhadores, os líderes sindicais lembraram o presidente de como a polícia abriu fogo contra eles na quinta-feira passada.

Os mineiros, que trabalham em uma mina de platina, mostraram a Zuma capsulás de balas disparadas pelos agentes, assim como roupas manchadas de sangue, que foram recolhidas no lugar do massacre.

"Não faz sentido voltar a trabalhar nessas mesmas condições", afirmaram os sindicalistas, que reivindicam um salário mensal de 12.500 rands (R$ 3 mil), frente aos 4.000 rands (R$ 978,4) que ganham neste momento.


O presidente, que se dirigiu aos empregados em xhosa, a língua principal dos grevistas, assegurou que retornou à África do Sul de Moçambique, onde assistiria a uma cúpula africana na sexta-feira passada, assim que teve informações sobre a situação.

"Quero que saibam que o governo jamais planejou a morte dos mineiros, nem se reuniu com ninguém para planejar um massacre", assegurou Zuma em resposta às acusações dos grevistas.

O líder afirmou que irá transferir as exigências dos trabalhadores à companhia Lonmin, proprietária da mina de platina de Marikana.

"Não falei com eles ainda porque queria falar com vocês primeiro", acrescentou o governante.

No final da reunião, vários mineiros disseram que a visita do presidente não foi convincente.

"É tarde demais. Vamos seguir em greve. Zuma não é a solução", disseram os mineiros sob condição de anonimato.

A Lonmin anunciou que as instalações permanecerão fechadas na quinta-feira, justo no dia em se completa uma semana da tragédia, quando será realizada uma cerimônia em lembrança dos mortos.

Desde que a greve teve início, 44 pessoas já perderam a vida na mina de Marikana. E o conflito se estendeu nesta quarta a outras duas minas nas imediações de Makinara.

Os trabalhadores de outras quatro minas próximas a Lonmin também estão promovendo reuniões para preparar possíveis ações sindicais.

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