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Violência continua na República Centro-Africana

Enfrentamentos entre milícias rivais continuam na capital da República Centro-Africana, apesar da intervenção militar da França

Mulher foge de disparo de arma de fogo em Bangui: segundo o governo de transição da República Centro-Africana, os tiroteios e a tensão cessaram durante a tarde de ontem (Emmanuel Braun/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 13h52.

Bangui - Os enfrentamentos entre milícias rivais continuam nesta sexta-feira na capital da República Centro-Africana (RC), Bangui, onde foram registrados também ataques indiscriminados contra civis, apesar da intervenção militar da França .

O espanhol Juan José Aguirre, bispo da cidade centro-africana de Bangasú, disse nesta sexta-feira à Agência Efe que os rebeldes do Séléka, partidários do atual presidente centro-africana, Michel Djotodia, estão fazendo " justiça " contra milicianos "Anti-Balaka" (que apoiam o ex-presidente François Bozizé), em Bangui, onde afirmou que está ocorrendo um "massacre indiscriminado".

Aguirre está refugiado junto com outras 3 mil pessoas em uma paróquia da capital.

Ontem Aguirre se dispunha a voltar de carro para sua diocese, mas os bombardeios e os intensos tiroteios entre as milícias e as forças de segurança o obrigaram a buscar refúgio.

Segundo o Governo de transição da República Centro-Africana, os tiroteios e a tensão cessaram durante a tarde de ontem, mas Aguirre observa um panorama bem diferente.

"A situação está tensa. Os Séléka -de confissão muçulmana- estão aproveitando agora para sair e buscar os "Anti Balaka" -cristãos- afim de assassiná-los", assegurou o bispo.

"Estão matando os jovens com machetes e pistolas, e às vezes inclusive sem saber se realmente são "Anti-Balaka". Está havendo um massacre indiscriminado, é realmente duro", manifestou.

A coalizão Séléka "está atuando com impunidade", afirmou o clérigo.

O bispo assegura que as tropas francesas, cuja intervenção foi autorizada ontem pela ONU, ocuparam posições em lugares estratégicos de Bangui, apesar de "ainda não terem entrado nos bairros, que é onde se está vivendo o verdadeiro drama".

Mais de 130 pessoas morreram nos combates entre milícias e as forças de segurança que sacudiram ontem Bangui, confirmou hoje à Agência Efe a Cruz Vermelha desse país.

"Recolhemos mais de 130 mortos até a noite passada. Ainda não visitamos todas as zonas nas quais ocorreram os combates ontem. Por enquanto, não podemos fechar a lista (de vítimas mortais)", disseram à Efe fontes da Cruz Vermelha.


A manhã da sexta-feira começou com incidentes violentos em distritos do sul de Bangui, enquanto também houve distúrbios em outros lugares da cidade, segundo pôde constatar a Agência Efe.

A situação continua sendo complicada na capital, apesar do presidente da França, François Hollande, anunciar ontem à noite o começo de uma ação militar "de forma imediata", após receber o apoio do Conselho de Segurança da ONU para que as tropas francesas possam intervir no país junto com a um força africana.

Várias testemunhas do norte, oeste e sul de Bangui asseguraram à Efe que membros do Séléka estão cometendo abusos nessas zonas.

"Os militares franceses ainda não começaram a atuar nesta manhã. Nosso bairro foi invadido no começo da manhã por homens do Séléka. Roubam, sequestram jovens, matam e todos estamos fugindo", disse à agência Efe Patrick Zoumaya, morador do distrito de Fátima.

Enquanto isso, no mosteiro "Marie Mére du Verbe", no quarto distrito de Bangui, a situação humanitária de milhares de pessoas que fugiram dos combates nesta quinta-feira começa a ser difícil.

"Não temos água. Não podemos sair para buscar comida, porque os homens do Séléka estão sempre presentes em nossa vizinhança", comentou à Efe Jacques Ouilikon, um dos refugiados no mosteiro.

Apesar de tudo, Djotodia assegurou ontem à noite que a situação estava sob controle, após decretar o toque de recolher desde as 18h até as 6h em todo o território nacional.

O Ministério da Segurança Pública, por sua parte, anunciou o fechamento das fronteiras da República Centro-Africana com a República Democrática do Congo, desde quinta-feira e até novo aviso.

Os ataques das milícias "Anti-Balaka" levaram ontem o caos a Bangui, onde foram registrados intensos duelos com artilharia pesada.

Os enfrentamentos ocorreram antes que a ONU autorizasse a intervenção militar da França, junto a uma força africana, para restabelecer a ordem no país.

As Forças de Segurança, apoiadas por membros do Séléka, fizeram frente às milícias cristãs.

Nas últimas semanas, foram produzidos choques entre partidários do Séléka e a milícia "Anti-Bakala" ("antimachete" em sango, a língua nacional), que atacaram civis muçulmanos, confissão dos membros da milícia que apoia Djotodia, mas minoritária no país.

A crise da República Centro-Africana começou quando, em 24 de março, a capital foi tomada pelos rebeldes do Séléka, que assumiram o poder no país após Bozizé se exilar.

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Bangui - Os enfrentamentos entre milícias rivais continuam nesta sexta-feira na capital da República Centro-Africana (RC), Bangui, onde foram registrados também ataques indiscriminados contra civis, apesar da intervenção militar da França .

O espanhol Juan José Aguirre, bispo da cidade centro-africana de Bangasú, disse nesta sexta-feira à Agência Efe que os rebeldes do Séléka, partidários do atual presidente centro-africana, Michel Djotodia, estão fazendo " justiça " contra milicianos "Anti-Balaka" (que apoiam o ex-presidente François Bozizé), em Bangui, onde afirmou que está ocorrendo um "massacre indiscriminado".

Aguirre está refugiado junto com outras 3 mil pessoas em uma paróquia da capital.

Ontem Aguirre se dispunha a voltar de carro para sua diocese, mas os bombardeios e os intensos tiroteios entre as milícias e as forças de segurança o obrigaram a buscar refúgio.

Segundo o Governo de transição da República Centro-Africana, os tiroteios e a tensão cessaram durante a tarde de ontem, mas Aguirre observa um panorama bem diferente.

"A situação está tensa. Os Séléka -de confissão muçulmana- estão aproveitando agora para sair e buscar os "Anti Balaka" -cristãos- afim de assassiná-los", assegurou o bispo.

"Estão matando os jovens com machetes e pistolas, e às vezes inclusive sem saber se realmente são "Anti-Balaka". Está havendo um massacre indiscriminado, é realmente duro", manifestou.

A coalizão Séléka "está atuando com impunidade", afirmou o clérigo.

O bispo assegura que as tropas francesas, cuja intervenção foi autorizada ontem pela ONU, ocuparam posições em lugares estratégicos de Bangui, apesar de "ainda não terem entrado nos bairros, que é onde se está vivendo o verdadeiro drama".

Mais de 130 pessoas morreram nos combates entre milícias e as forças de segurança que sacudiram ontem Bangui, confirmou hoje à Agência Efe a Cruz Vermelha desse país.

"Recolhemos mais de 130 mortos até a noite passada. Ainda não visitamos todas as zonas nas quais ocorreram os combates ontem. Por enquanto, não podemos fechar a lista (de vítimas mortais)", disseram à Efe fontes da Cruz Vermelha.


A manhã da sexta-feira começou com incidentes violentos em distritos do sul de Bangui, enquanto também houve distúrbios em outros lugares da cidade, segundo pôde constatar a Agência Efe.

A situação continua sendo complicada na capital, apesar do presidente da França, François Hollande, anunciar ontem à noite o começo de uma ação militar "de forma imediata", após receber o apoio do Conselho de Segurança da ONU para que as tropas francesas possam intervir no país junto com a um força africana.

Várias testemunhas do norte, oeste e sul de Bangui asseguraram à Efe que membros do Séléka estão cometendo abusos nessas zonas.

"Os militares franceses ainda não começaram a atuar nesta manhã. Nosso bairro foi invadido no começo da manhã por homens do Séléka. Roubam, sequestram jovens, matam e todos estamos fugindo", disse à agência Efe Patrick Zoumaya, morador do distrito de Fátima.

Enquanto isso, no mosteiro "Marie Mére du Verbe", no quarto distrito de Bangui, a situação humanitária de milhares de pessoas que fugiram dos combates nesta quinta-feira começa a ser difícil.

"Não temos água. Não podemos sair para buscar comida, porque os homens do Séléka estão sempre presentes em nossa vizinhança", comentou à Efe Jacques Ouilikon, um dos refugiados no mosteiro.

Apesar de tudo, Djotodia assegurou ontem à noite que a situação estava sob controle, após decretar o toque de recolher desde as 18h até as 6h em todo o território nacional.

O Ministério da Segurança Pública, por sua parte, anunciou o fechamento das fronteiras da República Centro-Africana com a República Democrática do Congo, desde quinta-feira e até novo aviso.

Os ataques das milícias "Anti-Balaka" levaram ontem o caos a Bangui, onde foram registrados intensos duelos com artilharia pesada.

Os enfrentamentos ocorreram antes que a ONU autorizasse a intervenção militar da França, junto a uma força africana, para restabelecer a ordem no país.

As Forças de Segurança, apoiadas por membros do Séléka, fizeram frente às milícias cristãs.

Nas últimas semanas, foram produzidos choques entre partidários do Séléka e a milícia "Anti-Bakala" ("antimachete" em sango, a língua nacional), que atacaram civis muçulmanos, confissão dos membros da milícia que apoia Djotodia, mas minoritária no país.

A crise da República Centro-Africana começou quando, em 24 de março, a capital foi tomada pelos rebeldes do Séléka, que assumiram o poder no país após Bozizé se exilar.

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