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Venezuela reagirá se receber sanções dos EUA

O país rejeita recomendações dos Estados Unidos sobre uma recontagem de votos da recente eleição presidencial na qual foi eleito Nicolás Maduro


	Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua: "tomaremos ações recíprocas em matéria econômica se for preciso", disse
 (César Pasaca/AFP)

Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua: "tomaremos ações recíprocas em matéria econômica se for preciso", disse (César Pasaca/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2013 às 12h55.

Quito - A Venezuela aplicará sanções econômicas contra os Estados Unidos sob o princípio de reciprocidade caso este país imponha medidas contra ela, expressou o chanceler venezuelano, Elías Jaua, em uma entrevista concedida ao jornal público equatoriano El Telégrafo publicada nesta sexta-feira.

"Apenas caso estas sanções sejam tomadas a Venezuela adotará também sanções econômicas sob o princípio da reciprocidade", disse o diplomata.

Ao ser consultado sobre se Caracas deixará de vender petróleo a Washington no âmbito destas penas, Jaua respondeu: "Não sabemos. Nós as avaliaremos em seu contexto, mas tomaremos ações recíprocas em matéria econômica se for preciso".

A Venezuela rejeita recomendações dos Estados Unidos sobre uma recontagem de votos da recente eleição presidencial na qual foi eleito Nicolás Maduro, sucessor do falecido presidente Hugo Chávez, com uma estreita margem de 1,8% sobre o opositor Henrique Capriles.

A secretária de Estado adjunta para a América Latina dos Estados Unidos, Roberta Jacobson, pediu a recontagem e manifestou que "não podemos dizer se vamos implementar sanções ou não vamos implementar sanções" caso não ocorra uma verificação dos votos.


"Como se pode classificar que um funcionário de outro país coloque em xeque os resultados eleitorais que foram emitidos, em primeiro lugar, pelo povo venezuelano, contados e comunicados pelo Conselho Nacional Eleitoral? Resultados que foram reconhecidos por todos os organismos eleitorais da região", declarou Jaua, que na segunda-feira esteve em Guayaquil (sudoeste do Equador) para um encontro da ALBA.

Acrescentou que "o mais grave disto é a ameaça de sanções".

"Qual seria a razão pela qual a Venezuela possa ser sancionada? Para nós, enquanto os Estados Unidos não entenderem que na Venezuela há um povo soberano e independente, será muito difícil estabelecer relações normais com este país", enfatizou o ministro.

Washington e Caracas carecem de embaixadores em suas respectivas capitais desde 2010.

Em 2012, a Venezuela - principal produtora sul-americana de petróleo - exportou 900.000 barris diários aos Estados Unidos, país com o qual mantém uma tensa relação, mas que continua sendo o principal comprador do petróleo venezuelano.

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