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Veja a Síria no escuro: 83% das luzes no país estão apagadas

Uma animação feita com imagens de satélite compliadas pela Universidade de Wuhan, em parceria com o projeto #WithSyria, mostram a crise humanitária no país

Violência na Síria: desde o início dos conflitos em março de 2011, 220 mil pessoas morreram e 4 milhões estão refugiadas em outros países (Reuters)

Gabriela Ruic

Publicado em 19 de março de 2015 às 15h25.

São Paulo – Devastada por quatro anos de conflito, a Síria encontra-se hoje na escuridão. Imagens de satélite compiladas pela Universidade de Wuhan, na China , em parceria com o projeto #WithSyria, revelam que 83% de toda a iluminação se apagou desde 2011.

Por conta de uma guerra civil que envolve diferentes atores, como o governo do país e grupos insurgentes (o EI , por exemplo), a Síria vive uma crise humanitária sem precedentes em sua história.

A situação é péssima, contou para EXAME.com Jean-Marie Fardeau, diretor da organização não governamental ( ONG ) Human Rights Watch na França e um dos porta-vozes do #WithSyria.

E acho que nunca foi tão pior quanto foi neste inverno, tanto para quem está em áreas de guerra, nas quais o exército está bombardeando civis, quanto para quem vive em locais controlados pelo EI e, portanto, sem acesso a ajuda humanitária, esclareceu.

Estimativas de diferentes entidades internacionais mostram que, até o momento, 220 mil pessoas morreram em decorrência da violência e que quatro milhões buscaram refúgio em países vizinhos. Para quem permanece na Síria, o cenário é de pobreza, desemprego e deficiências estruturais, como mostram os níveis de iluminação.

As imagens de satélite são as fontes de dados mais objetivas para mostrar a devastação em escala nacional, conta Xi Li, pesquisador chefe da Universidade de Wuhan. Nas áreas mais afetadas, como em Alepo, 97% das luzes estão apagadas. Uma das exceções é a região da capital do país, Damasco, que perdeu apenas 35% da sua iluminação.

A cidade de Raqqa, conhecida por estar hoje em controle do EI e por ser considerada a capital do seu califado islâmico, é outra que está quase que inteiramente no escuro. Desde o início dos conflitos em 2011, 96% da iluminação da região aos poucos se apagou.

EXAME.com transformou as imagens de satélite produzidas pela equipe de Li, e que foram cedidas pela #WithSyria, em uma animação que ilustra o desenrolar deste problema que afeta a maior parte da Síria. O período analisado é de março de 2011 até fevereiro de 2015.

#WithSyria

As perspectivas em torno do fim desta crise são negativas e ela deve perdurar por alguns anos. Por este motivo, a população precisará de ainda mais ajuda e proteção. Foi justamente com este objetivo que surgiu o projeto #WithSyria, uma coalizão que reúne 130 entidades e organizações não governamentais.

Mais do que auxiliar na reconstrução do país, a missão deste grupo é a de resguardar o povo sírio da situação de violência. A tarefa, contudo, não será fácil e muito menos barata: segundo a ONU, são necessários 8 bilhões de dólares para atingir esta meta.

30% deste total, contou Fardeau, já está garantido. Agora, os líderes do projeto querem levantar o restante em uma conferência que acontecerá no próximo dia 31 no Kuwait.

O projeto lançou um comovente vídeo para apresentar a campanha. Confira abaixo.
https://youtube.com/watch?v=EWwLzEQazcc%3Frel%3D0

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São Paulo – Devastada por quatro anos de conflito, a Síria encontra-se hoje na escuridão. Imagens de satélite compiladas pela Universidade de Wuhan, na China , em parceria com o projeto #WithSyria, revelam que 83% de toda a iluminação se apagou desde 2011.

Por conta de uma guerra civil que envolve diferentes atores, como o governo do país e grupos insurgentes (o EI , por exemplo), a Síria vive uma crise humanitária sem precedentes em sua história.

A situação é péssima, contou para EXAME.com Jean-Marie Fardeau, diretor da organização não governamental ( ONG ) Human Rights Watch na França e um dos porta-vozes do #WithSyria.

E acho que nunca foi tão pior quanto foi neste inverno, tanto para quem está em áreas de guerra, nas quais o exército está bombardeando civis, quanto para quem vive em locais controlados pelo EI e, portanto, sem acesso a ajuda humanitária, esclareceu.

Estimativas de diferentes entidades internacionais mostram que, até o momento, 220 mil pessoas morreram em decorrência da violência e que quatro milhões buscaram refúgio em países vizinhos. Para quem permanece na Síria, o cenário é de pobreza, desemprego e deficiências estruturais, como mostram os níveis de iluminação.

As imagens de satélite são as fontes de dados mais objetivas para mostrar a devastação em escala nacional, conta Xi Li, pesquisador chefe da Universidade de Wuhan. Nas áreas mais afetadas, como em Alepo, 97% das luzes estão apagadas. Uma das exceções é a região da capital do país, Damasco, que perdeu apenas 35% da sua iluminação.

A cidade de Raqqa, conhecida por estar hoje em controle do EI e por ser considerada a capital do seu califado islâmico, é outra que está quase que inteiramente no escuro. Desde o início dos conflitos em 2011, 96% da iluminação da região aos poucos se apagou.

EXAME.com transformou as imagens de satélite produzidas pela equipe de Li, e que foram cedidas pela #WithSyria, em uma animação que ilustra o desenrolar deste problema que afeta a maior parte da Síria. O período analisado é de março de 2011 até fevereiro de 2015.

#WithSyria

As perspectivas em torno do fim desta crise são negativas e ela deve perdurar por alguns anos. Por este motivo, a população precisará de ainda mais ajuda e proteção. Foi justamente com este objetivo que surgiu o projeto #WithSyria, uma coalizão que reúne 130 entidades e organizações não governamentais.

Mais do que auxiliar na reconstrução do país, a missão deste grupo é a de resguardar o povo sírio da situação de violência. A tarefa, contudo, não será fácil e muito menos barata: segundo a ONU, são necessários 8 bilhões de dólares para atingir esta meta.

30% deste total, contou Fardeau, já está garantido. Agora, os líderes do projeto querem levantar o restante em uma conferência que acontecerá no próximo dia 31 no Kuwait.

O projeto lançou um comovente vídeo para apresentar a campanha. Confira abaixo.
https://youtube.com/watch?v=EWwLzEQazcc%3Frel%3D0

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