Navio petroleiro iraniano atingido por incêndio na costa da China (Foto/Reuters)
Vanessa Barbosa
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 10h52.
Última atualização em 18 de janeiro de 2018 às 10h54.
São Paulo - Onze dias após a explosão do petroleiro iraniano Sanchi, no Mar da China Oriental, as manchas de óleo já cobrem uma área de 101 quilômetros quadrados, equivalente ao tamanho de Paris.
O navio, que colidiu com um cargueiro chinês no dia 7 de janeiro, foi consumido por chamas nos últimos dias, e afundou ao largo da cidade de Xangai. Os corpos de três marinheiros foram resgatados, enquanto outros 29 tripulantes foram dados como mortos.
Ambientalistas e autoridades do governo chinês estão preocupados com os potenciais impactos do vazamento de óleo na região, considerada uma das mais ricas em biodiversidade, e também sobre o comércio de recursos pesqueiros.
O petroleiro iraniano transportava 139 mil toneladas de petróleo condensado (um tipo leve e altamente volátil do óldeo) do Irã para a coreia do Sul e boa parte desse volume queimou após a explosão.
A extensão da poluição não é clara: o petróleo condensado é menos visível e mais solúvel, tendo um impacto maior abaixo da superfície, o que não impede que contaminantes sejam transportados pelo fluxo do oceano e impactem a cadeia alimentar.
Especialistas criticaram a demora da China e de seus vizinhos no Pacífico, como Japão e Coreia de Sul, em responder ao desastre.
Richard Steiner, cientista da Marinha americana e professor aposentado pela Universidade do Alasca, que ajudou as Nações Unidas a elaborar diretrizes para avaliações de vazamentos de petróleo em alto mar, disse ao jornal britânico The Guardian que todos os países da região devem estabelecer protocolos sobre tráfego marítimo, resposta a desastres e avaliações ambientais para evitar novos acidentes no futuro.
À medida que a mancha de óleo continua a se espalhar, seu possível impacto ambiental pode ser limitado localmente ou acarretar vestígios de poluentes chegando até a costa oeste da América do Norte. A Administração Estatal de Oceanos da China recolheu dezenas de amostras de água da região atingida para analisar os poluentes e estimar o nível de contaminação.
No momento, há uma grande preocupação em identificar as fontes de vazamento no navio naufragado. O governo chinês anunciou na quarta-feira que usará robôs subaquáticos para procurar e bloquear pontos de vazamento e evitar que o óleo se expanda ainda mais.