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Vaticano confirma viagem do Papa ao Egito apesar de atentados

Sob o lema "O Papa da paz no Egito da paz", o pontífice programou uma viagem de dois dias para defender o diálogo entre as religiões

Papa Francisco: dois atentados reivindicados pelo EI deixaram ao menos 44 mortos e dezenas de feridos em duas igrejas coptas no Egito (Tony Gentile/Reuters)
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AFP

Publicado em 10 de abril de 2017 às 11h00.

Última atualização em 10 de abril de 2017 às 11h01.

O Vaticano confirmou oficialmente nesta segunda-feira que o Papa Francisco mantém a viagem ao Egito prevista para o final de abril, apesar dos atentados de domingo contra duas igrejas coptas, que deixaram 44 mortos.

"Não há dúvidas de que o Santo Padre manterá seu programa de visita ao Egito" nos dias 28 e 29 de abril, afirmou o monsenhor Angelo Becciu, número três do Vaticano, em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera.

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"O que acaba de acontecer causou muita desordem e sofrimento, mas isso não pode impedir a missão de paz do Papa", acrescentou.

Sob o lema "O Papa da paz no Egito da paz", o pontífice argentino programou uma delicada viagem de dois dias para defender o diálogo entre as religiões e, ao mesmo tempo, prestar homenagem aos cristãos coptas vítimas de inúmeros atentados no país.

"Os atentados são um ataque ao diálogo e à paz", declarou Becciu, uma espécie de ministro do Interior do Vaticano, eque acompanhará o Papa ao Egito.

O religioso considera também que os atentados "são uma mensagem indireta ao governo egípcio e contra a minoria cristã, que obteve nos últimos tempos mais liberdades".

"O Egito nos garantiu que tudo sairá bem, viajamos tranquilo", acrescentou.

Por motivos de segurança, no programa do Papa no Egito durante os dois dias não está especificado o local das reuniões, apesar de estar certo de que se reunirá com o presidente Abdel Fattah al Sisi, com o grande imã da mesquita de Al Azhar, Ahmed el Tayeb, e com o 'Papa' dos cristãos coptas, Teodoro II.

Francisco, que sempre manifestou a favor do diálogo com as outras religiões, se nega a associar o Islã ao terrorismo, recordou Becciu, que por anos foi núncio na África.

Dois atentados com bomba reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI) deixaram pelo menos 44 mortos e dezenas de feridos em duas igrejas coptas no Egito, nos ataques mais sangrentos dos últimos anos contra a minoria cristã desse país.

O papa copta Teodoro II, que havia acompanhado as celebrações de Domingo de Ramos na manhã de domingo, esteve num dos templos atingidos, mas já havia deixado o local antes da explosão.

"Ao meu querido irmão, sua santidade o papa Teodoro II, à igreja copta e a toda a querida nação egípcia expresso meu profundo pesar", declarou o papa Francisco durante a oração do Ângelus após saber do ocorrido.

Cerca de 10% dos 92 milhões de egípcios pertencem à comunidade copta, em um país onde os muçulmanos sunitas representam a imensa maioria.

Os coptas ortodoxos do Egito representam a comunidade cristã mais numerosa do Oriente Médio e uma das mais antigas. Seus membros dizem ser vítimas de discriminações em todo o país por parte das autoridades e da maioria muçulmana.

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