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Unicef faz chamada contra presença de crianças em protestos

Fundo das Nações Unidas para Infância fez uma chamada para evitar que as crianças frequentem as manifestações na Tailândia

Pai chora sobre o corpo do filho, morto durante protestos na Tailândia: três menores morreram neste fim de semana em manifestações no país (Athit Perawongmetha/Reuters)

Pai chora sobre o corpo do filho, morto durante protestos na Tailândia: três menores morreram neste fim de semana em manifestações no país (Athit Perawongmetha/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 10h35.

Bangcoc - O Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) fez uma chamada nesta segunda-feira para evitar que as crianças frequentem as manifestações na Tailândia, onde três menores morreram neste fim de semana em ataques contra acampamentos antigovernamentais.

Dois irmãos, de 6 e 4 anos, morreram neste domingo em Bangcoc por causa da explosão de uma granada lançada contra um acampamento, enquanto, no sábado, uma menina de 5 anos morreu na província de Trat, a 300 quilômetros ao leste da capital, em outro incidente violento com motivações políticas.

Várias crianças também ficaram feridas nos incidentes, tendo em vista que duas delas seguem hospitalizadas e em estado grave, lembrou hoje a Unicef em comunicado.

"Condenamos a violência que deu lugar a esta tragédia com mortes e lesões de crianças. Estes incidentes põem em relevo a urgente necessidade de manter as crianças em lugares seguros", apontou no comunicado Bijaya Rajbhandari, representante da organização na Tailândia.

As zonas das manifestações e seus arredores devem se transformar em "zonas livres de crianças" para assegurar que não haverá mais vítimas, completou Rajbhandari.

Desde outubro passado, quando as manifestações antigovernamentais foram iniciadas na Tailândia, 22 pessoas morreram, entre manifestantes e policiais, e mais de 750 ficaram feridas.


A primeira-ministra interina da Tailândia, Yingluck Shinawatra, condenou os ataques aos acampamentos antigovernamentais e lamentou o uso da violência.

"Eu gostaria de condenar o uso da violência que causou mortes e feridos em Trat (leste da Tailândia) e, especialmente, em Ratchaprasong (Bangcoc) pela morte de crianças. Isso é muito triste", escreveu Yingluck em seu perfil do Facebook, na qual também pedia justiça às autoridades.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também defendeu o fim imediato da violência e pediu às autoridades levar os responsáveis à justiça.

"O secretário-geral está convencido de que não há lugar para a violência por qualquer uma das partes na resolução das diferenças políticas e das disputas", apontou o porta-voz de Ban Ki-moon ao condenar os ataques acontecidos neste fim de semana.

Os protestos antigovernamentais exigem a queda do governo para criar um conselho (não eleito) que aborde uma reforma do sistema político, considerado corrupto e ao serviço dos interesses do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão de Yingluck.

A Tailândia vive uma grave crise política desde o golpe militar que depôs Thaksin em setembro de 2006. Desde então, seus opositores e partidários recorrem às mobilizações populares para derrubar o chamado governo interino.

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