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Unicef alerta que situação de refugiados é insustentável

Ajuda humanitária de emergência dentro da Síria é cada vez maior, e a Unicef detectou entre as crianças sírias um aumento dos casos de desnutrição

Síria: de 30 mil crianças em idade escolar, apenas metade pode comparecer a alguma das três escolas do acampamento, administradas pela Unicef (Abdullah Al-Sham/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 14h08.

Madri - A porta-voz regional da Unicef na Jordânia, Najwa Mekki, relatou nesta quinta-feira à Agência Efe em Madri que a situação dos refugiados sírios é insustentável, e frequentemente famílias voltam ao país de origem porque "preferem morrer em casa do que viver em campos de refugiados".

Najwa trabalha diariamente no acampamento de Zaatari, no noroeste da Jordânia e a poucos quilômetros da fronteira com a Síria. É o segundo maior do mundo, e nele vivem cerca de 120 mil pessoas fugidas da guerra na Síria, das quais metade é de crianças.

Apesar ao fluxo constante de em torno de 200 a 300 sírios que cruzam diariamente a fronteira com a Jordânia, a população do acampamento de Zaatari se mantém mais ou menos estável, já que dezenas de pessoas também saem por dia com ajuda de parentes ou amigos jordanianos.

"Também há famílias que voltam para a Síria. Não em grande número, mas as condições são tão duras dentro do acampamento que há quem prefira morrer em seu país a viver no Zaatari", declarou a porta-voz do Unicef.

"É preciso entender que falamos de um lugar que há um ano era um deserto total, não há sombra natural, nem ao menos uma árvore, e as temperaturas são extremas tanto no verão como no inverno", disse ao se referir ao campo de refugiados jordaniano.

No entanto, a ajuda humanitária de emergência dentro da Síria é cada vez maior, e a Unicef detectou entre as crianças sírias um aumento dos casos de desnutrição.

A organização da ONU pelos direitos das crianças, uma das poucas que realiza trabalhos humanitários na Síria durante o conflito, informou que hoje fez chegar a Beirute um avião com 28 toneladas de provisões, incluindo vacinas e alimentos, que chegarão a território sírio em caminhões.

Por isso, embora alguns voltem, Najwa afirma que ao longo do último ano muitos refugiados "fizeram-se à ideia que terão que ficar aqui um tempo".

A Unicef criou zonas de jogo em Zaatari, "espaços onde jogar, cantar ou fazer esporte para que as crianças se sintam seguras", aponta a porta-voz da Unicef.

De 30 mil crianças em idade escolar, apenas metade pode comparecer a alguma das três escolas do acampamento, administradas pela Unicef e pelo Ministério da Educação jordaniano.

"Fizemos um grande esforço para convencer os pais de que as crianças fossem ao colégio", disse Najwa sobre as famílias de Zaatari que não enviam seus filhos à escola porque pensam que a situação é temporária ou porque as crianças acreditam que devem trabalhar, "mas infelizmente não temos capacidade para todo o mundo".

Muitas dessas crianças precisam de apoio psicológico. "De longe são crianças normais, que brincam, que querem fazer travessuras e correr. É preciso se aproximar para perceber o impacto nelas do que viram e de sua situação atual", contou a representante.

Zaatari é, atualmente, o quarto maior núcleo de povoação da Jordânia, e sua localização no deserto representa graves problemas de abastecimento. No total, cerca de 560 mil pessoas fugiram da Síria para o país vizinho desde o começo da guerra. EFE

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Madri - A porta-voz regional da Unicef na Jordânia, Najwa Mekki, relatou nesta quinta-feira à Agência Efe em Madri que a situação dos refugiados sírios é insustentável, e frequentemente famílias voltam ao país de origem porque "preferem morrer em casa do que viver em campos de refugiados".

Najwa trabalha diariamente no acampamento de Zaatari, no noroeste da Jordânia e a poucos quilômetros da fronteira com a Síria. É o segundo maior do mundo, e nele vivem cerca de 120 mil pessoas fugidas da guerra na Síria, das quais metade é de crianças.

Apesar ao fluxo constante de em torno de 200 a 300 sírios que cruzam diariamente a fronteira com a Jordânia, a população do acampamento de Zaatari se mantém mais ou menos estável, já que dezenas de pessoas também saem por dia com ajuda de parentes ou amigos jordanianos.

"Também há famílias que voltam para a Síria. Não em grande número, mas as condições são tão duras dentro do acampamento que há quem prefira morrer em seu país a viver no Zaatari", declarou a porta-voz do Unicef.

"É preciso entender que falamos de um lugar que há um ano era um deserto total, não há sombra natural, nem ao menos uma árvore, e as temperaturas são extremas tanto no verão como no inverno", disse ao se referir ao campo de refugiados jordaniano.

No entanto, a ajuda humanitária de emergência dentro da Síria é cada vez maior, e a Unicef detectou entre as crianças sírias um aumento dos casos de desnutrição.

A organização da ONU pelos direitos das crianças, uma das poucas que realiza trabalhos humanitários na Síria durante o conflito, informou que hoje fez chegar a Beirute um avião com 28 toneladas de provisões, incluindo vacinas e alimentos, que chegarão a território sírio em caminhões.

Por isso, embora alguns voltem, Najwa afirma que ao longo do último ano muitos refugiados "fizeram-se à ideia que terão que ficar aqui um tempo".

A Unicef criou zonas de jogo em Zaatari, "espaços onde jogar, cantar ou fazer esporte para que as crianças se sintam seguras", aponta a porta-voz da Unicef.

De 30 mil crianças em idade escolar, apenas metade pode comparecer a alguma das três escolas do acampamento, administradas pela Unicef e pelo Ministério da Educação jordaniano.

"Fizemos um grande esforço para convencer os pais de que as crianças fossem ao colégio", disse Najwa sobre as famílias de Zaatari que não enviam seus filhos à escola porque pensam que a situação é temporária ou porque as crianças acreditam que devem trabalhar, "mas infelizmente não temos capacidade para todo o mundo".

Muitas dessas crianças precisam de apoio psicológico. "De longe são crianças normais, que brincam, que querem fazer travessuras e correr. É preciso se aproximar para perceber o impacto nelas do que viram e de sua situação atual", contou a representante.

Zaatari é, atualmente, o quarto maior núcleo de povoação da Jordânia, e sua localização no deserto representa graves problemas de abastecimento. No total, cerca de 560 mil pessoas fugiram da Síria para o país vizinho desde o começo da guerra. EFE

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